Quando entrou no quarto seguida das criadas Fiona irrompeu num choro descontrolado e abundante. Chorou quando entrou no quarto, chorou enquanto Françoise, Janelle e Stephanie a vestiam e enquanto elas arrumavam as suas malas.Não podia acreditar que Louis lhe tinha feito isto, justamente quando ela mais precisava dele ele manda-a embora, quando mais precisava do seu apoio, do seu carinho, do seu amor e calor. Em vez disso estava a fazer as malas para abandonar Versalhes a caminho de um futuro incerto e de um casamento com um desconhecido. Isto não podia estar a acontecer!
As suas damas tentavam consolá-la e passar-lhe apoio mas era em vão. Sentia que Louis andara a enganá-la este tempo todo, e a punhalada que ele lhe dera foi dolorosa. Será que ele chegou mesmo a amá-la? Será que o seus sentimentos por ela eram tão fortes e verdadeiros quanto os dela por ele?
Não! Não devia estar a duvidar dos sentimentos de Louis por si pois conseguiu ver a dor nos seus olhos ao dizer que tinha que ir embora. Conseguiu perceber os seus sentimentos de cada vez que se beijavam, de cada vez que faziam amor, de cada vez que lhe dizia que a amava. Mas de que é que lhe servia isso agora? No momento os sentimentos que prevaleciam eram a dor e o ódio. Dor por ter sido abandonada por Louis e ódio por ele a mandar embora e entregá-la em casamento ao duque Bernier sem sequer a consultar.
Depois de feitas as malas estas foram levadas para a carruagem de Oliver, Fiona e as damas seguiram até à saída e no pátio do palácio encontraram-se com Anastácia e Chadd, mas nem sinal de Louis. A duquesa correu para abraçá-la e Fiona começou a chorar de novo, depois foi Chadd que a abraçou.
- Eu vou tentar falar com ele e fazê-lo reconsiderar esta situação. - disse assim que afastou Fiona segurando nas suas mãos.
- Não vale a pena Chadd. - retrucou Fiona secando as lágrimas. - Ele não vai mudar de ideias e tu sabes bem disso.
- Mas eu posso na mesma tentar...
- Não Chadd. Já disse que não vale a pena.
O duque suspirou de deu um sorriso fraco. Juntou-se à esposa e Fiona caminhou até à carruagem onde Oliver a esperava do lado de fora com a sua costumeira expressão taciturna.
Assim que Fiona chegou perto da carruagem Oliver estendeu a mão para a ajudar a subir e aceitou a ajuda, sem olhar para ele. Seguida dela foram as damas e por fim Oliver, e quando ele bateu com o punho no teto da carruagem dando a ordem de partida começaram a afastar-se do palácio, para longe de onde Fiona de facto foi feliz.
Durante o caminho foi um silêncio sepulcral no interior da carruagem, Fiona olhava pela janela da carruagem, vez ou outra sentia Oliver observá-la mas tentava ignorá-lo, mas sentia-se arrepiada e intimidada.
A viagem até Orleans ainda seria longa, mas iria ter o seu término, e era isso que ela temia.
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A Rainha Camponesa
Ficción históricaA revolução do coração já começou. O medo da morte e o desejo proteger a família valem qualquer risco. Era com este pensamento que Esteban Rodríguez decidiu que a melhor coisa a se fazer naquele momento crítico pelo qual passavam, era fugir...