Nesse dia ficou a saber como funcionariam os horários de trabalho. Acordaria às sete e meia para preparar o pequeno-almoço para a duquesa que acordava às oito, depois ajuda-la-ía a preparar-se para o dia, depois disso dependeria dos pedidos da própria. Foi-lhe autorizada a ajuda na cozinha quando não tivesse nenhum pedido da duquesa ou obrigação para com ela. Pelo panorama geral nem era muito mau, aliás, era excelente.
Estava no quarto, tinha solto o cabelo deixando os cachos negros caírem ao longo das costas, estava sentada ao toucador a pentear o cabelo quando alguém bateu à porta.
- Está aberta. - disse Fiona continuando a pentear o cabelo.
Ouviu passos pesados a entrarem no quarto e a porta a ser fechada, quando olhou para a pessoa que estava lá a fitá-la tomou um susto e levantou-se abruptamente deixando a escova cair ao chão.
- Majestade. - disse Fiona fazendo uma pequena reverência.
- Por favor, sem formalidades. - disse Louis e Fiona assentiu. - Perdoe-me por tê-la assustado, não era minha intenção.
- Não há problema majestade. - disse Fiona fitando o chão. De repente o chão tornou-se muito interessante e digno da sua atenção.
- Vim aqui para pedir desculpas pelo comportamento da minha esposa, certamente que esta não era a recessão de que estava à espera pois não?
- Não, de todo. Bem, não estava à espera de uma recessão com pompa e circunstância, mas também não esperava ouvir o que ouvi. - disse Fiona.
- Acredito que não. Mas admira-me que não tenha explodido da mesma forma que a minha cunhada.
- Não tenho por hábito insultar as outras pessoas ou ser rude com elas, embora muitas vezes deva me impor não fui criada assim.
Louis fitava-a muito atentamente, até demais.
- Não está aqui com os seus pais? - perguntou Louis já tendo reparado que Fiona não o fitava.
- Não, infelizmente não. - respondeu Fiona com um suspiro.
- Porquê?
Fiona retraiu-se por um momento pois não queria falar disso.
- Circunstâncias da vida. - limitou-se a dizer.
Louis aproximou-se lentamente de Fiona e parou à sua frente, porém ela não ergueu o olhar.
- Sois uma mulher tímida. - disse Louis erguendo o seu queixo com o dedo fazendo Fiona fitá-lo com uns olhos azuis penetrantes.
- Ah... Ah sim? - balbuciou Fiona num sussurro.
- Sim, não olhou para mim desde que entrei no quarto, até agora. - disse Louis com a voz estranhamente rouca causando tremores nas suas pernas.
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A Rainha Camponesa
Historical FictionA revolução do coração já começou. O medo da morte e o desejo proteger a família valem qualquer risco. Era com este pensamento que Esteban Rodríguez decidiu que a melhor coisa a se fazer naquele momento crítico pelo qual passavam, era fugir...