- Aquele homem é um monstro! - bradou Janelle furiosa com o que Fiona acabou de contar.
- Depois do que ele fez é matá-lo! - rugiu Stephanie igualmente furiosa.
- Tenham calma meninas. - disse Françoise sentada na beira da cama, tentando acalmar as amigas. Depois disso virou-se para Fiona que permanecia deitada e afagou os seus cabelos cacheados. - Mas elas têm alguma razão, o que o duque fez consigo é horrível e pouco importa se é o seu marido ou não.
Fiona suspirou e agarrou a almofada enquanto Françoise continuava a acariciar o seu cabelo, com Janelle e Stephanie à sua volta.
- Por muito horrendo que possa ser não posso fazer nada para mudar. Ele é meu marido e tem plenos direitos sobre o meu corpo. - disse a duquesa com a voz por um fio.
Isto era uma realidade, uma mulher casada tinha o dever de ser submissa ao marido, tinha que lhe obedecer e tinha que permitir que ele reivindicasse o seu corpo quando bem lhe aprouvesse, tudo pela obrigação de dar herdeiros.
- Não pode permitir que ele a possua à força! - disse Stephanie irritada.
Fiona ergue-se e observa a dama com uma expressão vazia no rosto enquanto se apoia num cotovelo.
- Ele é muito mais forte do que eu, eu bem que barafustei e esperneei mas de nada serviu. Além disso eu não posso impedí-lo de fazer o que quer que seja, embora não tenha sido da forma mais correta ele veio ao encontro daquilo a que tinha direto, embora eu não o quisesse.
- Não pode conformar-se com isto Vossa Graça, ele não pode tratá-la desta maneira. - disse Françoise observando-a com atenção.
- E não me conformo, mas não tenho forças para lutar meninas, apenas tento viver os dias não pensando no inferno que vai ser a minha vida. - disse Fiona voltando a deitar-se.
As damas arrancaram Fiona da cama e prepararam-na para o dia que começava. As roupas e assessórios eram mais caros e luxuosos do que aqueles que usou até agora, e isso devia-se ao facto de ter subido de posição social, passou de condessa de Montbéliard para duquesa de Orleans. E como nova duquesa tinha que se apresentar como tal.
Enquanto isto no escritório de Oliver ele e o seu amigo de longa data, o marquês de Cannes Nicollas Dumont, encontravam-se numa conversa acesa.
- Tu possuiste-a à força?! Estás louco? - alvitrou Nicollas fitando Oliver.
O duque suspirou irritado e bebericou o conhaque que tinha no copo em mãos.
- Depois dessa não penses que a vais conseguir conquistar tão facilmente.
- Não é essa a minha intenção. - retrucou Oliver indiferente.
- Ai não que não é! - disse Nicollas em descrença.
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A Rainha Camponesa
Ficção HistóricaA revolução do coração já começou. O medo da morte e o desejo proteger a família valem qualquer risco. Era com este pensamento que Esteban Rodríguez decidiu que a melhor coisa a se fazer naquele momento crítico pelo qual passavam, era fugir...