Era a quarta dança que Louis e Fiona dançavam consecutivamente e verdade seja dita, os seus pés latejavam. Fez sinal a Louis de que se ia sentar e dirigiu-se a um dos sofás mais afastados do centro do salão, sentando-se e tirando os sapatos dando alívio aos pés mas mantendo-os escondidos debaixo das várias camadas do volumoso vestido para ninguém ver e objetar.
Enquanto isso Frida preamulava por entre as pessoas servindo bebidas juntamente com os outros criados, eles eram os únicos que não estavam mascarados. Sabia que estava a ser observada por alguém que lhe era desconhecido e tentava a todo o custo ignorar o peso desse olhar sobre si, mas era difícil.
Um pequeno grupo de lordes encontrava-se perto de uma das mesas com bebidas, ao todo eram cinco que lá estavam, todos vestidos de forma esplendorosa e com mascaras condizentes e reluzentes. Héctor Van Jean, duque de Paris, observava atentamente a criada a preambular por entre os presentes, com os cabelos castanhos presos num coque junto à nuca e a pele leitosa a reluzir à luz dos castiçais. Pormenorizadamente observava a jovem que, certamente aos seus olhos, não servia para aquela farda mas sim para vestidos de veludo e de musselina, adornada de jóias e regalias.
Desejava desesperadamente saber o nome da bela mulher, de vê-la de perto e admirar a sua beleza que de longe parecia imensa. Tão absorto que estava nos seus pensamentos e nas suas reflexões que nem escutava os lordes ao seu lado, envolvidos numa conversa animada.
Seguia cada passo dela não a perdendo de vista nem por um segundo, viu-a aproximar-se de uma dama de vermelho sentada num sofá e a sorrir para ela que sorriu também, certamente era sua conhecida, e ter amizades com nobres eram pontos a favor da jovem desconhecida. Porém o tempo que dispôs à dama de vermelho foi curto, ela também era belíssima certamente, mesmo com uma máscara a tapar o rosto, mas era na empregada que ele estava interessado.
Ela estava a aproximar-se de onde estava e observou-a, até ter reparado que fora um dos seus amigos quem a chamou pedindo outra bebida, Héctor logo chegou à conclusão que não era essa a sua vontade visto haver dezenas de copos com bebidas diversas junto a eles, e isso o incomodou.
Frida aproximou-se do conjunto de lordes servindo bebidas aos cinco, logo sentiu o peso do olhar sobre si e fitou o par de olhos cinzentos que a observavam com tanta atenção e desejo, olhos estes que faziam lembrar o fumo do inferno, prometendo luxúria e rios de devassidão. Mesmo com a máscara o dito cujo dono dos olhos cinza mostrava um rosto belo, com a pele branca, lábios finos e queixo angular, dono de um avantajado porte físico e uma postura de poder e autoridade e ao mesmo tempo intimidante.
- Qual o vosso nome? - perguntou o homem dos olhos cinza e Frida virou-se para ele.
- Frida. - respondeu com voz suave.
- Tenho que ser sincero, nunca vi uma mulher tão bela na minha vida. - elogiou um dos outros lordes e Frida corou involuntariamente.
- Agradeço o elogio. - disse Frida com uma leve mesura de cabeça.
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A Rainha Camponesa
Historical FictionA revolução do coração já começou. O medo da morte e o desejo proteger a família valem qualquer risco. Era com este pensamento que Esteban Rodríguez decidiu que a melhor coisa a se fazer naquele momento crítico pelo qual passavam, era fugir...