No, not partners

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- Boa tarde Erick, eu estou bem também, obrigada por perguntar - digo e dou um passo a frente enquanto ele revira os olhos.

- Estou a muito tempo esperando, tenho coisas pra fazer depois - ele passa na minha frente e abre a porta - Vamos lá pra cima.

Estou caminhando atrás dele e olho ao redor para admirar a casa de Erick. É espaçosa e tem cores claras, com alguns objetos clássicos e pinturas nas paredes.

- Olá, você deve ser a amiga do Erick - escuto uma voz atrás de mim e me viro. Era uma mulher um pouco baixa e com os olhos verdes da mesma cor do Erick.

- Oi, eu sou a Eve, vim estudar com ele - digo e aperto sua mão e ela me olha curiosa - É um prazer conhecê-la.

- Eu me chamo Daisy, o prazer é todo meu. Fique a vontade, se precisar de algo é só chamar querida - ela me abre um sorriso e eu retribuo.

- Já acabou as apresentações? Estamos no meu quarto mãe - Erick toca meu ombro e eu o acompanho para o andar de cima.

Chegamos em seu quarto que é grande e com algumas coisas relacionadas a música e ao mar. Me surpreendo pois não é tão bagunçado quanto imaginei que seria.

- Belo quarto - digo e me sento em uma poltrona.

- Trouxe o notebook? Pode por em cima da mesa, o meu não funciona - ele diz e olha o celular - Preciso atender essa ligação, já volto.

Ele fecha a porta do quarto e eu abro meu notebook me sentando na cadeira e tentando ficar confortável. Começo a pesquisar sobre o nosso tema que eu escolho e salvo alguns links. Quinze minutos depois, Erick ainda não voltou e eu decido parar antes que acabe tudo sozinha.

Me levanto e dou uma volta no quarto olhando fotos e tudo o que tem a vista. Ele tem alguns prêmios e objetos que não entendo, até que vejo um violão e ao lado uma foto de Erick pequeno com um violão maior que ele e um homem ao seu lado.

- O que você está fazendo aí? - a voz de Erick me assusta e eu dou um pulo para trás.

- Nada, estava te esperando. - digo voltando para a cadeira.

- Você podia ter começado o trabalho sem mim - ele diz e se senta na cama.

- Já comecei, mas não vou fazer tudo sozinha - levo o notebook até ele - Quero que me diga o que acha do tema e do que eu pesquisei até agora.

Ele pega o notebook e lê por um instante, mas o vejo com o celular logo em seguida.

- Gostou? - falo elevando a voz e ele volta a atenção a tela.

- Claro, está ótimo pra mim - ele afasta o notebook - Pode continuar pesquisando.

- Nada disso, é a sua vez - eu me sento na poltrona e cruzo os braços.

- Qual é Eve, temos que ser parceiros - ele se afasta na cama e me convida pra sentar lá - Você conhece o tema melhor que eu, posso pegar alguma coisa errada.

Eu o encaro por um instante e decido me juntar a ele. Me sento e coloco o notebook no colo e volto a pesquisa, focando em achar mais sites para depois resumir tudo. Até que percebo que ao meu lado Erick está distraído, novamente no celular.

Me viro para brigar com ele mas a porta se abre e vejo a mãe de Erick entrar com uma bandeja.

- Trouxe para vocês fazerem uma pausa - ela coloca sobre a mesa - Não é bom estudar de barriga vazia.

Ela abre um sorriso tão acolhedor que eu levanto e pego um copo de suco mas Erick permanece no mesmo lugar. Ela logo puxa assunto e eu me sento para conversar com ela.

Permanecemos uns minutos assim e Daisy inclusive me conta como Erick era quando criança e eu o olho mas ele fica calado com uma cara séria. Estamos rindo juntas quando ele se levanta e se aproxima de sua mãe.

- Chega mãe, temos que voltar a estudar - ele a acompanha até a porta e a fecha - Já acabou aí?

- Sua mãe é muito legal sabia? Já o filho...- digo voltando a me sentar na cama.

- Sou legal com quem é legal comigo - ele fala e eu reviro os olhos.

- Que infantil - respondo enquanto ele se joga na cama - Pode levantando, agora é a sua vez Erick, já terminei a pesquisa.

- Você pode começar o resumo para eu ter uma base - ele pisca pra mim mas eu fico brava.

- Não Erick, eu não vou fazer mais nada até você fazer alguma coisa - tiro o notebook do colo e cruzo os braços.

- Eu te chamei pra você me ajudar, não pra fazer corpo mole - ele diz grosso.

- Eu fazendo corpo mole? Você não fez nada! - eu respondo já exaltada - Eu concordei em vir aqui para fazermos juntos mas você não sai desse celular desde a hora que eu cheguei.

- Você se atrasou para começo de conversa e eu disse que não gostava da matéria, então você deveria estar preparada - ele se levanta e eu também - Perdemos ainda mais tempo com você conversando com a minha mãe, sem necessidade.

- Você é inacreditável! Não interessa que você não goste da matéria, é sua obrigação fazê-la e isso inclui fazer os trabalhos. Eu não vou carregar você nas costas, Erick - digo pegando minhas coisas.

- Você está fugindo é isso? Então vai, não preciso de você Eve - ele diz e se vira para o canto. Eu pego minha mochila e desço as escadas com pressa.

- Vocês já terminaram? - pergunta Daisy surpresa - Pensei que você ia ficar para o jantar.

- Desculpa dona Daisy, eu preciso ir. A senhora foi muito gentil, obrigada - eu sorrio para ela.

- Me chame só de Daisy querida, espero que possa te ver novamente - ela me dá um beijo no rosto e eu saio. Óbvio que eu nunca mais ia voltar ali mas ela tinha sido muito simpática comigo.

Eu caminho até o portão e estou quase chegando quando escuto uma voz.

- Espera Eve - diz Erick e eu me viro. - Você deixou isso no meu quarto.

Vejo meu caderno e pego para guardar na mochila, enquanto Erick apenas me olha.

- Obrigada - digo assim que fecho a mochila, já me virando para ir embora.

- Eu que agradeço, não queria nada seu aqui - ele fala com a voz irritada e eu fico enfurecida.

- Por que você é tão grosso? O que você ganha com isso? - eu me aproximo dele e ele apenas me encara.

- Você que provoca isso - ele diz a poucos passos de mim.

- Eu? - dou uma risada sarcástica - Você é louco só pode, isso é uma espécie de brincadeira né?

- Eu ainda não comecei a jogar com você Eve - o seu tom de voz é baixo e estamos a uma distância curta - Você que me deixou louco por surtar por nada. Você é muito mimada mocinha.

-Eu não sou mimada, você que é muito folgado - eu cruzo os braços de novo.

- Olha aí de novo, sua pose de autoritária. - eu reviro os olhos e ele ri - Eu não caio mais nessa.

- Eu realmente não te entendo, tive esperança que hoje ia ser um dia calmo mas você não consegue ser educado por duas horas.

- Teve esperanças foi? Achou que íamos nos dar bem? - ele está muito perto - Ou achou que algo mais ia acontecer?

A distância agora era muito curta e eu não consigo responder de imediato e apenas o encaro. Vejo de perto seus olhos verdes brilhando e consigo ver até seus cílios enquanto ele mantém os olhos fixos em mim. Sinto sua respiração e percebo que a minha está desregulada.

Os segundos passam e eu não recobro a consciência só consigo manter meus olhos nele e o vejo passar a língua pelo lábio inferior e eu solto um suspiro. Até que ele dá um passo pra trás e quebra o momento.

- Acho melhor você ir - ele me diz com a voz rouca.

E eu me viro e saio pelo portão sem olhar pra trás.


Opposite StrangersOnde histórias criam vida. Descubra agora