A different sunday

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Acordei na manhã seguinte e na mesma hora sinto uma dor de cabeça. Os acontecimentos da noite passada vem todos em minha mente e eu permaneço na cama lembrando de tudo.

Depois do meu beijo com Erick, voltamos para perto dos outros e eu me sentei no sofá sentindo tudo girar ao meu redor. Ele voltou com um copo de água pra mim e permaneceu do meu lado até eu pedi pra Thomas me trazer.

Erick me acompanha até o carro e rouba um beijo rápido antes que alguém veja e eu entro sem olhar pra trás.

- Bom dia Eve – Anne está em sua cama me olhando com uma cara misteriosa – Dormiu bem?

- Bom dia – eu me levanto – Sim, dormi mas agora minha cabeça está doendo.

- Será que o Erick bateu sua cabeça na parede quando vocês estavam se pegando? - eu a olho e ela está segurando o riso então me lembro que estava próxima de Anne quando ele apareceu mas tinha esquecido.

- Você viu tudo! – Anne começa a rir – Eu me esqueci completamente disso.

- Em minha defesa eu saí de perto para não ouvir a conversa, mas sim, eu vi tudo – ela diz – Vocês fazem um lindo casal.

- Que casal garota – eu atiro um travesseiro nela – Foi só um beijo nada demais.

Ela faz cara de quem não acredita em mim e continua a rir.

- Você não vai contar nada pra ninguém né? Nem pra Lucy, ela vai surtar se souber – eu a olho e ela sorri.

- Claro que não, ela não ia te deixar em paz – Anne se senta na minha cama – Mas se vocês virarem um casal, ela vai ter que saber.

Reviro os meus olhos e faço uma careta. Eu só havia beijado Erick por causa da bebida, eu estava consciente mas tinha certeza que se não tivesse alterada não teria nem chegado perto dele.

Vou ao banheiro e faço minha higiene matinal, logo em seguida desço para tomar café com Anne. Comemos praticamente em silêncio e ela vai pegar um remédio pra mim enquanto eu caminho para o jardim e me deito na sombra de uma árvore.

Estou de olhos fechados e escuto passos próximos então me levanto pensando que era Anne. Mas não.

- Oi Eve – Erick se senta em uma raiz da árvore – Vi você sozinha aí, vim ver se tá perdida.

- Não, não estou engraçadinho – me deito de novo – Estou esperando a Anne com meu remédio.

- Remédio? Por causa de ontem – Erick se aproxima – Não me diga que está com ressaca.

- Não estou e isso não é engraçado – ele está rindo e continua – Para Erick!

- Detesto falar isso mas eu avisei – e faz uma cara de quem estava tudo, menos detestando falar isso.

- Já acabou com as risadas as minhas custas? Minha cabeça está explodindo – reclamo e o encaro.

- Já parei, não queria te incomodar mas precisava falar com você – ele olha para outro lado e passa a mão no cabelo – Sobre ontem.

Eu o encaro e espero falar algo mas ele passa um tempo sem olhar pra mim até que se vira e começa a falar.

- Eu queria saber, já que você está de ressaca, se lembra de tudo o que aconteceu ontem a noite – Erick me encara e eu desvio o olhar sem graça.

- Ah... lembro sim – respondo sem jeito – Mas a gente pode falar sobre isso outra hora? Vou atrás da Anne.

Me levanto e tento sair de perto mas ele bloqueia minha passagem, então tento outra maneira e ele me segura pelo braço.

- Já vai fugir? Eu nem falei nada ainda – ele diz e está perto demais de mim.

- Não, eu só quero descansar agora Erick – tento sair de perto de novo mas ele impede.

- Você vai, assim que me disser que gostou do beijo – ele está com um sorriso de canto e eu solto uma risada.

- Você só pode estar brincando né? Não vou dizer nada, dá licença – dou a volta na árvore mas ele é mais rápido e me pega pela cintura.

- Isso quer dizer que você não sentiu nada? – escuto sua voz baixinha no meu ouvido e sua mão afasta meu cabelo – Que eu não te causei nenhuma sensação?

E como se meu corpo reagisse a sua voz, eu me arrepio inteira. Não consigo responder e me viro para ficar de frente a ele, ganhando tempo para pensar em uma resposta.

Mas seu corpo está perto de mais do meu e as lembranças da noite passada voltam com tudo. Suas mãos na minha cintura, o gosto do seu beijo e como ele me olhou assim que me largou.

- Eu preciso ir – ando o mais depressa que consigo e chego ao meu quarto em tempo recorde e sem fôlego.

Encontro o remédio em cima da cômoda, tomo e me jogo na cama. Mas cada vez que fechava meus olhos, só conseguia ver Erick.

- Foi só um beijo Eve – eu falava sozinha – E nem foi tão bom assim né?

Eu estava mentindo para mim mesma mas não gostava de dar o braço a torcer. Mas por que ele tinha vindo atrás de mim?

Num impulso, volto ao lugar onde estava mas Erick já tinha saído. Eu só ia perguntar o que ele realmente queria e iria voltar. Só isso.

Caminho mais um pouco e o encontro encostado em uma árvore mexendo no celular, sozinho.

Tomo um fôlego e segundos depois me encaminho até ele.

- Por que você veio atrás de mim? Pra saber se eu gostei do beijo? – pergunto parando na sua frente.

- Bateu uma curiosidade agora? – ele sorri – Vai responder a minha pergunta?

- Talvez – respondo blefando mas ele percebe.

- Eve, Eve... Então me responde outra coisa – ele dá um passo em minha direção – Por que sua respiração acelera quando eu estou perto de você?

Eu suspiro profundamente e tento regular minha respiração, mas ele está perto demais e eu não consigo tirar meus olhos do dele.

- E por que você está sempre tão perto de mim? – pergunto no mesmo tom. Ele só sorri e se aproxima ainda mais.

- Uau, ela é afiada – ele passa as mãos na minha cintura – Gosto que você sempre tem uma resposta pra mim.

- Deve ser porque você está sempre me tirando a paciência e eu tenho que responder – sorrio de leve.

- Você é impossível – ele diz no meu ouvido. Eu sorrio para ele que retribui.

Erick cola seus lábios no meu e a sensação é ainda melhor que da outra vez. Minhas mãos estão na suas costas e ele me aperta forte.

Uma de suas mãos acaricia meu rosto e eu seguro seu cabelo. Sua boca passa para meu pescoço e eu inclino para ele ter mais espaço.

Aperto seus braços e arranho de leve e ele volta seus lábios aos meus. Me perco na sensação de ter todo seu corpo perto do meu e fico sem fôlego.

- Você é muito irritante, mas caraca Eve, não dá vontade de te largar mais – a respiração de Erick está desregulada e ele se apoia na árvore.

- É um dos meus muitos dons, sabe – falo rindo e ignoro que ele me chamou de irritante.

- Sabia que não podia te elogiar – ele me diz rindo – Você é muito metida.

- Olha aqui mocinho...- começo a dizer mas ele me puxa para perto de novo – Você não tem esse direito.

- Eu tenho sim, eu tenho muito – ele ri novamente e cola nossos lábios mais uma vez.

Passamos o resto da tarde juntos entre provocações e mais beijos, parecia que éramos duas pessoas totalmente diferentes e eu mal posso acreditar que passamos o dia tão bem.

Quando digo que vou para o quarto, já está tarde e ele me deixa na entrada mais próxima do campus.

Sinto um frio na barriga diferente do que das outras vezes que o beijei. O olho pela última vez e entro no prédio.

Aquilo não era uma premonição, era?


Opposite StrangersOnde histórias criam vida. Descubra agora