Engulo em seco sem saber o que fazer a seguir. Eu sabia que estava apaixonada por Erick mas não era pra dizer assim, na cara dele agora.
Solto um suspiro e observo seus olhos fixos em mim. Ele não falou nada até então.
- Erick, eu não...- começo a dizer mas ele me interrompe.
- Eve, não retira o que disse - seu olhar é carinhoso e ele afaga meu rosto - Não faz isso.
- Eu não deveria ter falado... agora - fecho os olhos um instante - Não era o momento.
- Eve - ele me chama para abrir os olhos. Eu o faço e sou hipnotizada pelo verde que brilha em seus olhos - Eu estou completamente apaixonado por você. Escutar isso, só me faz ter a certeza que eu estou sendo correspondido.
Ele me beija lentamente e eu sinto um frio na barriga. Erick me posiciona embaixo dele e segura meu rosto.
- Eu quero só você, Eve - ele me olha - Eu também amo você.
O puxo pelo pescoço para o beijar de novo. Coloco mais intensidade e a sensação é de que não existe nada mais, apenas nós dois.
- Se continuarmos assim, eu não vou querer sair dessa cama hoje - Erick diz rindo e deposita vários beijos em meu pescoço.
- Tentador, mas eu prefiro que você conheça a cidade - rio junto e dou um último beijo nele.
...
Saímos a pé, comigo sendo a guia turística por um dia. Não havia nada de tão interessante mas eu queria mostrar como eu tinha passado a minha vida ali e o que eu fazia com as meninas.
Erick me enche de perguntas e tira mil fotos em cada lugar.
- Assim você parece um turista de verdade - dou risada enquanto o ajudo em mais uma pose.
- Tenho que mostrar para Anne que agora sei todos os podres dela e que tenho provas - ele ri e faz uma careta.
Anne era a maior defensora de Erick e mesmo que eu contasse um monte de coisas ruins, que ela não tinha, Erick não ia dizer pra ela. Incrível a amizade que os dois criaram.
- Você não me contou o que fez para Anne te passar meu endereço - pergunto enquanto caminhamos até minha casa.
- Falei que estava desesperado e precisava te ver. Ela me fez um interrogatório e depois riu da minha cara e deu o endereço - ele me olha - Ela é demais né? Ainda bem que o Joel está se acertando com ela.
Concordo com a cabeça e rio imaginando a cena. Posso até imaginar o Joel por perto ajudando Anne a enrolar o Erick.
Chegamos na casa dos meus pais e o cheiro de macarronada invade a sala. Minha mãe estava preparando um banquete, como eu previa.
- Mãe, não precisava de tudo isso - falo e vejo a quantidade de comida na mesa.
- Eu não sabia do que o Erick gostava, queria dar opções para ele - ela diz e faz um gesto para ele sentar.
- Eu gosto de tudo senhora, vou comer um pouco de cada para provar - ele responde já pegando seu prato e eu rio.
Erick está mais a vontade hoje e conversa com meus pais sobre tudo. Percebo os sorrisos que minha mãe dá a cada instante e fico tranquila de ver tudo indo bem.
- Então filha, quando é que te veremos de novo? - meu pai pergunta.
- Tenho algumas semanas complicadas de provas, só depois disso poderei viajar de novo - respondo e ele assente.
- O importante é você ir bem, querida - minha mãe fala - E claro, você também Erick.
- Prometo trazê-la aqui antes do que vocês imaginam - Erick diz e recebe o maior sorriso que eu já vi minha mãe dar. Pronto, ele tinha ganho a minha família.
Ele se dispõe a ajudar minha mãe e eu passo um tempo na sala com meu pai, escutando suas últimas aventuras consertando as casas da vizinhança.
- Eu não queria apressar Eve, mas não podemos sair tão tarde daqui - Erick diz retornando a sala - Não quero pegar a estrada a noite.
- Mas vocês não podem ir embora sem antes provar o melhor sorvete dessa cidade - minha mãe começa - Que no caso não é o meu.
- Viu de quem eu puxei o lado dramático - falo no ouvido de Erick e ele ri.
Vamos na sorveteria e lá minha mãe me puxa para um canto.
- Filha, eu queria falar algumas coisas antes de você voltar para a faculdade - ela segura minha mão - Não me leve a mal.
- O que foi mãe? - pergunto sem entender.
- Dá pra ver o quanto você está envolvida com esse garoto e eu sei que faz parte se apaixonar e se decepcionar, mas eu quero que você tome cuidado - ela suspira - Lembre-se que você é jovem e tem muito o que viver ainda. Não esqueça da faculdade também, ela é sua prioridade.
- Credo mãe, parece que está prevendo algo ruim - digo um pouco chateada.
- Não estou e nem quero que vocês se separem mas eu sei que pode acontecer, eu não estarei por perto pra te ajudar - ela tira uma mecha de cabelo do meu rosto - Guarda esse conselho com você, só isso que te peço.
- Tudo bem mãe, não vou esquecer - dou um abraço rápido nela e entro para pegar meu sorvete.
Depois da sorveteria, Erick vai ao hotel pegar suas coisas e eu volto para casa afim de arrumar minhas coisas. Guardo tudo com pressa e aproveito mais algum tempo com meus pais.
Ele volta uma hora depois e se despede dos meus pais, nos deixando a sós.
- Você pode voltar aqui sempre querida, não precisa nem avisar e se cuida muito - minha mãe me abraça forte.
- Juízo e não deixa o Erick dirigir muito rápido - meu pai aconselha e eu solto uma risada.
Caminho até o carro e me viro uma última vez para enviar um beijo. Entro e Erick dá a partida.
Seguimos em um silêncio confortável, quebrado apenas pela música baixinha que estava tocando na rádio.
Erick põe a mão em minha coxa e eu sorrio com o gesto.
- Obrigada por ter vindo - entrelaço nossos dedos.
- Fico feliz de te ver sorrindo assim - alargo o sorriso quase fazendo uma careta e ele ri. Era fácil estar com Erick e eu me surpreendia por não termos nos dado bem no começo.
- As coisas mudaram muito entre nós - falo reflexiva.
- Nem tanto. Você ainda me deixa louco quando te vejo - ele responde - Mas não é de raiva.
- Ei - dou um tapa no seu ombro de brincadeira - Eu nunca te fiz nada.
- Aí está, olha sua cara de metida - eu o encaro chocada e ele começa a rir.
- Eu não tenho cara de metida! - digo e ele ri ainda mais - Você me tira do sério.
- É um prazer provocar todos os tipos de sensações em você - ele abre um sorriso malicioso em minha direção.
Seguimos entre provocações e piadas até chegar na faculdade, o tempo tinha voado e não havia anoitecido.
Ficamos um tempo dentro do carro, curtindo a companhia um do outro até ser tarde o suficiente e eu ir para meu quarto.
Dou um abraço em Anne e a agradeço por tudo, contando brevemente o que tinha acontecido no final de semana. Então, me jogo na cama com a roupa que estava e caio no sono.
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Opposite Strangers
Romance"Minha vida estava passando por uma grande mudança. Eu ia começar o curso que sempre quis na faculdade dos sonhos com alguns dos meus amigos. Eu não precisava de mais nada. Mas o Universo parecia querer brincar comigo e decide colocar alguém que eu...