I have a plan

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Estou caminhando em direção ao refeitório, quando vejo Lizzie na minha frente e decido falar com ela. Já haviam se passado três dias e nada dela me procurar ou entregar o trabalho para o coordenador.

- Lizzie – ela se vira e me encara – Chega dessa enrolação, eu quero meu trabalho de volta.

- Eve, Eve minha querida – ela se aproxima – Tudo nessa vida tem um preço.

- Você não está em posição de pedir nada – cruzo os braços e aguardo.

- Mas eu vou – ela joga seus cabelos para trás – Quero que você deixe o Erick livre esse final de semana. Não marque nada e veja com quem ele vai sair.

- E por quê eu faria algo desse tipo?  - falo com raiva – Você enlouqueceu de vez! Ele é meu namorado.

- Mas você não o conhece e eu vou provar isso para você – ela suspira, fingindo compaixão – Vou te ajudar a não se iludir mais Eve, é minha última cartada.

- Pois engula suas cartas e aquele maldito trabalho, não preciso dele – saio andando antes que ela fale mais algum absurdo.

Pego uma xícara de café e caminho para a aula de ética. Erick já está lá e eu me jogo ao seu lado.

- Aconteceu alguma coisa – ele diz simplesmente – Eu te conheço.

- Não foi na...- começo mas me interrompo – O que você vai fazer no final de semana?

- Sair com você – ele responde e eu sorrio – Não vai me contar o que houve?

- Não era importante – beijo sua bochecha – Já esqueci.

O professor entra na sala e nos concentramos na aula.

Na próxima semana começaria nossas provas finais e as últimas aulas estavam sendo revisões de conteúdo. Eu já estava organizando meus horários para não deixar tudo para última hora.

- Quer fazer alguma coisa hoje? – Erick pergunta guardando o material – Passar um tempinho juntos depois de estudar.

- Você poderia ir lá no quarto e a gente vê um filme – respondo me juntando a ele – Anne vai passar a tarde fora com o Joel.

- Assistir filme é? – ele sorri, malicioso – Tem certeza que você não vai me distrair da história?

- Ei! – dou risada – Eu nunca te distraio.

- Meu amor – ele me para e me vira, se colocando na minha frente – Você sempre me distrai.

Ele me beija e eu passo a mão pelos seus ombros, acariciando seu cabelo.
...

Depois do almoço vou para a biblioteca pegar um livro para estudar a noite e acabo encontrando Christopher.

- E aí branquelo, como você está? – ele me olha sério por um segundo e depois ri.

- Olha quem fala – eu dou risada também – Estou bem. Bem apavorado com as provas e você?

- Na mesma – me sento com ele – Só de pensar no tanto de coisa para estudar, me dá frio na barriga.

- Estou assim também – ele ri mas depois me olha sério – Queria conversar uma coisa com você, sobre o Erick.

- O que tem? – pergunto curiosa.

- Aposto que ele não falou do aniversário dele né? – ele pergunta e eu a olho confusa.

- Não, não falou nada. Quando é? – eu tento lembrar mas ele realmente não falou nada.

- Esse sábado – minha boca se abre surpresa – Ele não costuma comemorar e foge quando a gente fala disso.

- Eu não acredito que ele não falou nada – eu ainda estou surpresa – Você sabe se tem algum motivo para ele não comemorar?

- Chatice – ele ri – É sério, ele não tem nenhum trauma ou motivo aparente para não comemorar. Acho que tinha a ver dele pensar que ninguém iria no seu aniversário, sempre fechado e sozinho.

- Ai Chris, esse Erick é uma caixinha de surpresas – digo e ele concorda – Obrigada por me avisar.

- Você vai falar com ele? Posso ajudar – ele dá de ombros.

- Tenho outra coisa em mente, te mando mensagem ainda hoje – me despeço dele e pego meu livro antes de ir para o quarto.

Anne está saindo quando eu chego e peço para avisar o Joel reservar o sábado. Não dou detalhes, mas ela aceita e sai para se encontrar com ele.

Organizo o quarto e espero algum tempo até Erick aparecer e me assusto com ele batendo na porta.

- Pipoca e brigadeiro ou essa não seria uma sessão de cinema de verdade – abro espaço para ele entrar.

- Sério, eu tenho o melhor namorado do mundo – dou um beijo nele – Amo você.

- Ama tanto que vai ver Star Wars comigo? – eu não suportava essa série de filmes.

- Então foi por isso que trouxe o brigadeiro mocinho? – coloco as mãos na cintura – Golpe baixo.

- Golpe baixo é você me olhando desse jeito – ele dá dois passos na minha direção e segura minha cintura – Não consigo resistir.

Ele afasta meu cabelo e beija meu pescoço. Sorrindo, passa o polegar pela minha bochecha e deposita um beijo suave em meus lábios.

- Você está me distraindo – seguro sua camisa – E me subornando.

- Um filme – ele sussurra contra minha boca – E você pode escolher qualquer comédia romântica depois.

- Isso vai sair mais caro do que você pensa – ele ri e se joga na cama enquanto eu pego o notebook e me junto a ele.

Enquanto o filme carrega, decido puxar outro assunto que estava me deixando ansiosa.

- O que vamos fazer no sábado? – tento parecer despreocupada – Quer fazer algo diferente?

- Não tenho nada demais em mente – ele dá de ombros – Qualquer lugar que você queira ir já está bom.

- Tem certeza que vai me deixar escolher? – ele assente – Nenhum lugar especial, nada?

- Eu confio em você – ele diz e passa o braço pelo meu ombro.

Me concentro no filme e me distraio. Passamos para o segundo e eu escolho uma comédia que já havia visto algumas vezes.

Quando ele se levanta e vai ao banheiro, ligo para a mãe dele e confirmo que é seu aniversário.

- Alguma coisa em mente querida? – dona Daysi pregunta, já animada.

- Com toda certeza, mas vou precisar de segredo e de sua ajuda – respondo de olho na porta.

- Pode contar comigo – ela diz e eu me despeço.

Erick volta instantes depois e eu finjo estar ocupada com o computador.

- Já vou indo, a gente se vê amanhã – ele joga as coisas no lixo.

- E meu beijo? – coloco o notebook do lado e vejo ele se aproximar.

Ele se inclina e eu o seguro, fazendo se aproximar.

- Assim eu não vou embora tão cedo – ele encontra uma posição mais confortável mas eu o puxo sobre mim.

- Não precisa ir agora – fazendo ele rolar e fico por cima, passando os lábios por seu pescoço e maxilar. Dou um beijo demorado nele, até que escuto um barulho na porta.

- Eu não vi nada – Anne grita fechando a porta e nós dois rimos.

- Eu vejo você amanhã – ele se levanta enquanto me beija e sai, fazendo Anne entrar no quarto com um sorriso envergonhado.

- Desculpa amiga, eu não sabia – ela fala tímida.

- Não tem problema – sorrio para ela – Preciso da sua ajuda.

Então, dou início ao meu plano.


Opposite StrangersOnde histórias criam vida. Descubra agora