Opposite Strangers

Love you

Volto para faculdade e me jogo na cama me sentindo exausta psicologicamente por causa dos últimos acontecimentos. Tinha deixado Erick em sua casa para conversar com sua mãe e havia pego um táxi para chegar mais rápido no campus.

Estou quase dormindo quando Anne e Lucy entram no quarto, fazendo barulho e dando altas risadas.

- Olha quem deu as caras – Lucy diz se sentando na minha cama.

- Oi pra vocês também – respondo dando espaço para ela – Estão muito animadas.

- Se você tivesse visto a Anne discutindo com o professor de matemática também estaria – Lucy diz rindo e Anne fica vermelha.

- Eu não acredito que perdi isso – dou risada – Quero saber de tudo.

- Não tem nada pra saber – Anne desconversa – Onde você se meteu?

- Estava no Erick, resolvendo as coisas – digo – A mãe dele me pediu ajuda e eu fui falar com ele.

Conto resumidamente o que havia acontecido e as duas me escutam atentamente. Elas entendem que eu tinha que ajuda-lo e apoiam minha atitude.

- E eu sei que vocês vão se acertar de vez, vocês não conseguem ficar longe um do outro – Anne diz sorrindo.

- Você é a maior puxa-saco do Erick, eu fico chocada – falo e ela ri, dando de ombros.

- Eu sei que ele é uma boa pessoa, mesmo que tenha agido igual um idiota – ela continua – Mas ele gosta de você e te faz bem, como não gostar dele?

Jogo um travesseiro nela, mas fico feliz pelo que ela disse. Não era coisa da minha cabeça ver que ele gostava de mim mesmo que tenha dito que não.

- Falando em casais, como estão você e o Richard? – pergunto me virando para Lucy.

- A passos de tartaruga – ela responde e revira os olhos – É sério, a gente nem se beijou ainda. Conversamos e tudo mais, mas o máximo que ele faz é pegar na minha mão. Estou me sentido na década de cinquenta.

- Você está mudada – falo e ela me olha sem entender – Como você ainda não atacou ele?

Ela arremessa um travesseiro em mim e eu e Anne rimos enquanto ela faz cara de séria.

- Eu tenho muito auto controle ok? – nossa risada aumenta ainda mais.

- Nem você acredita nisso – Anne diz e recebe um outro travesseiro na cara.

- Ok, chega desse complô contra mim – ela começa – Eu vou agarrar ele da próxima vez que a gente sair porque eu não aguento mais essa situação.

- Bem-vinda de volta amiga – digo em meio a gargalhadas e ela não resiste e ri junto.

Erick time

Eu tinha acabado de viver um dos momentos mais intensos da minha vida, junto a minha mãe. Havia pedido desculpas pelo meu comportamento e por pensar só em mim, esquecendo da dor que ela estava sentindo.

Dona Daisy ficou muito tempo falando, entre memórias e conselhos, me lembrou que o legado do meu avô estava dentro de cada um e isso não ia se perder.

Agora estávamos os dois, abraçados no sofá, apenas aproveitando um tempo juntos quando ela se vira para mim séria.

- Filho, eu espero que você saiba a sorte que tem de ter alguém como a Eve na sua vida – ela diz e eu abro um sorriso.

- Eu sei mãe, mas precisava falar com você primeiro antes de me acertar com ela – respondo e a vontade de ir atrás dela só aumentava.

- E você está esperando o que para ir atrás dessa moça ainda hoje? Vai perder ainda mais tempo? – ela diz rindo.

- Eu te amo tanto mãe – eu beijo seu cabelo.

- Eu te amo ainda mais, agora vai atrás da sua menina – ela responde e eu me levanto para sair.
...

Bato na porta do seu quarto várias vezes mas ela não está. Decido procura-la pelo refeitório e na biblioteca e nada. Já estou quase desistindo, quando vejo ela e as amigas no jardim que sempre estão.

Me aproximo calmamente e Anne me vê antes dela e a cutuca. Eve se vira e sorri para mim enquanto Lucy e Anne se levantam e saem, não sem antes me cumprimentar e eu receber uma ameaça de Lucy.

- Faça as coisas certas ou você vai se ver comigo – ela me olha fazendo cara de brava e eu bato continência para ela.

Sento ao lado de Eve e pego sua mão quando ela abre um sorriso para mim. Eu não me canso da sua beleza e de como ela fica ainda mais linda sorrindo, eu não podia acreditar que havia feito chorar a pessoa que mais se preocupava comigo.

- Eu te devo um pedido de desculpas e uma conversa – começo dizendo.

- Já conversou com sua mãe? – ela pergunta se sentando mais perto.

- Já e ela praticamente me expulsou para vir atrás de você – ela ri – Sério, não sei que feitiço você jogou mas até minha mãe foi atingida.

- Ei! – ela empurra meu braço de brincadeira e eu a pego pela cintura para deixa-la ainda mais perto de mim. Seguro sua mão e o seu rosto para que ela olhe pra mim enquanto eu tiver falando.

- Eve, eu errei e peço desculpas por isso. Nunca deveria ter tentado te magoar de propósito e com uma mentira sem fundamento. Eu sei que não justifica mas eu estava tão magoado e sem entender tudo o que estava acontecendo comigo, que minha defesa foi me fechar. Eu não queria imaginar te perder e sentir algo parecido com o que eu estava sentindo. Também não queria você comigo por pena e que depois não aguentasse e fosse algo pesado demais para você.

Solto um suspiro e acaricio seu rosto, ela continua a me olhar séria esperando eu terminar de falar.

- Eu nunca senti o que eu sinto por você Eve, por ninguém – sei que sua mente vai direto para Lizzie, mas eu não iria falar o nome dela, só esclarecer que não era a mesma coisa – Eu pensava que tinha sido perdidamente apaixonado por alguém mas aquilo não era nada comparado ao que sinto agora. Com você eu me sinto leve, toda vez que eu te vejo é uma felicidade que não cabe em mim. Eu me sinto vivo. Você mudou a minha vida pra melhor e eu só posso agradecer por ter comigo uma garota tão incrível e linda como você.

Lágrimas escorrem e eu seco, depositando um beijo leve na sua testa.

- Eu te amo Eve, você é a razão dos meus sorrisos e a força que eu preciso para seguir em frente. Desculpa por ser tão idiota, mas eu estava com muito medo de te perder ou de não ser suficiente pra você. Eu quero te fazer feliz como você me faz.

Ela me abraça e afunda o rosto em meu pescoço e eu a seguro forte contra meu corpo. Ficamos assim incontáveis minutos, até ela me soltar e me encarar segurando meu rosto.

- Eu amo você Erick, eu quero te ver bem mais do que ninguém. Eu nunca te deixaria por nada disso, eu quero estar com você nos momentos ruins e nos bons e te apoiar sempre que você precisar. Sei que temos muito a percorrer ainda, não nos conhecemos tão bem e por isso às vezes é difícil de lidar mas eu tô disposta a aprender contigo. Não vou te deixar sozinho, se você não me deixar sozinha.

- Eu sou o cara mais sortudo do mundo – ela sorri – Eu amo muito você.

- Eu te amo, estou aqui com você – ela passa os braços pelo meu pescoço e aproxima seu rosto. Para um instante me olhando enquanto abre o sorriso mais lindo que eu já vi.

Não aguento nem alguns segundos e colo nossos lábios. O beijo começa calmo e doce mas logo se intensifica pelo desejo que temos um do outro.

A seguro forte pela cintura e ela agarra meu cabelo, deposito beijos em seu pescoço e volto para sua boca até perder o fôlego. Colo a minha testa na dela e consigo observar cada detalhe de sua pele, seus cílios enquanto sentia sua respiração contra a minha.

Eu não podia perder essa garota. E não ia.