A big heart of a great man

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Passo o resto do dia esperando Lizzie dar as caras e nada, então decido ir atrás dela mas Anne me impede.

- Você tem noção do quanto ela pode me prejudicar se não aparecer com esse trabalho? As provas finais estão aí – digo enquanto ela está na porta bloqueando a passagem.

- Eu sei, mas você indo atrás dela só vai deixar Lizzie com mais raiva. E se ela rasgar o trabalho ou jogar fora? Seria muito pior – Anne comenta e eu concordo.

Derrotada, me jogo na cama e Anne vem ao meu lado, ligando um filme qualquer para me distrair.

- Eve, você passou por muita coisa ultimamente tem que relaxar. Sei que é uma mulher maravilhosa, mas não tem que resolver todos os problemas do mundo – ela diz e recosta a cabeça no meu ombro.

- Você está certa amiga, preciso relaxar – dou um beijo na sua testa e me concentro no filme, esquecendo de todo o resto até pegar no sono.

Na manhã seguinte, vou para o banheiro e tomo meu banho, relaxando com a água morna que saia do chuveiro. Coloco um vestido solto e desço para tomar café, encontrando Erick e Joel já sentados.

- Bom dia meus lindos – falo quando me junto a eles.

- Que história é essa? – Erick se vira para mim – Pensei que só eu era seu lindo.

- Você é o número um sempre, meu amor. Não tem ninguém mais lindo que meu menino dos olhos verdes – respondo e dou um beijo rápido nele.

- Ok, vocês dois se controlem porque a Anne não está aqui e eu estou segurando um castiçal já – Joel diz e nós rimos.

- Já parei – levanto as mãos e me afasto um pouco de Erick, mas ele não deixa e me puxa pela cintura.

- O que vai fazer hoje na hora do almoço? – ele pergunta enquanto tomo meu café.

- Preciso organizar minhas anotações e horários já que as provas finais estão prestes a começar – respondo.

- Mudança de planos – Erick diz e eu a olho confusa – Você vai comigo hoje, preciso de sua ajuda.

- Para o quê? – pergunto ainda sem entender.

- Segredo – ele me beija e se levanta – Te vejo depois.

O observo ir andando em direção as salas e continuo sentada ainda sem entender, me viro para Joel que desvia o olhar.

- Você sabe o que ele está aprontando Joel – digo o encarando.

- Eu? Claro que não, por que eu saberia? Erick não me conta nada – ele remexe em seu café, sem me olhar.

- Joel Pimentel, você é um péssimo mentiroso – falo rindo e ele não se aguenta.

- Ok, eu sei o que é mas não posso falar para não estragar a surpresa – ele me olha, sorrindo de lado – Você vai gostar Eve, não é nada do que está pensando mas é uma coisa boa.

Sorrio para ele e agradeço, vendo Anne se aproximar. Deixo os dois a sós e vou para minha aula.

O dia passa depressa e quando estou quase saindo da última aula, recebo uma mensagem do meu namorado.

"Ei linda, me encontra no estacionamento. Vou comprar algo para a gente comer e irmos direto para...ops, você ainda não sabe haha Ansioso para te ver"

Muito engraçado Erick Brian, dou risada e respondo rapidamente, terminando as anotações da aula.

Me dirijo em direção ao estacionamento e encontro Erick recostado em seu carro com uma sacola da nossa lanchonete favorita em mãos.

- O de cheddar, seu preferido – ele abre um sorriso e eu me derreto. Não me cansava de admirar o quanto ele era lindo.

- Espero que isso não seja suborno para aceitar ir com você, sei lá onde – dou risada e um beijo nele que logo me envolve em seus braços. Passo minha mão pelo seu cabelo e ele aperta minha cintura.

Nosso beijo é delicado e sem pressa e eu sinto uma mão acariciando meu rosto e Erick abrir um sorriso. Ele se afasta para me olhar e fica uns segundos assim, até depositar um beijo em minha testa.

- Quando eu te contar minha ideia você vai adorar, o lanche é para te agradar mesmo, sem suborno – ele ri e me conduz para dentro do carro.

Como meu lanche e ele termina antes que eu, já começando a dirigir em seguida.

- Eu não vou mais fugir, você pode me contar já – sorrio para ele que relaxa e começa a me contar.

- Você sabe da importância do meu avô na minha vida e o como que mesmo ele doente, a família estava ao redor a todo momento – eu assinto e ele continua – Estava pensando que nem todos tem a mesma sorte e meu avô sempre dizia que devemos cuidar e ajudar as pessoas, mesmo aquelas que não conhecemos e que isso fazia bem para nossa alma.

- E ele estava coberto de razão – digo e ele concorda.

- Procurei na internet e descobri um asilo aqui perto e fui visitar, descobri que a maioria das famílias não os visitam e eles se sentem muito sozinhos. Alguns voluntários fazem ações sociais nos finais de semana, mas no meio da semana é raro alguém ir.

Ele me olha e vê que eu estou absorvendo cada detalhe. Eu sabia onde ele ia chegar e já estava emocionada.

- Tive a ideia enquanto você estava na sua casa, mas quis esperar você voltar para ir junto comigo. Vamos passar a tarde lá, conversando com eles e eu estou levando o violão para tocar algumas músicas, graças ao meu avô eu conheço essas músicas antigas – ele ri e eu acaricio seu rosto.

- Ele estaria muito orgulhoso de você – falo já com lágrimas nos olhos – Não só dessa atitude mas do homem que você se tornou. A maneira que você cuida da sua mãe, de mim, a maneira que você demonstra seus valores...Erick, você é o homem que eu sempre sonhei na minha vida e eu amo compartilhar ela com você e de ter um companheiro ao meu lado.

- Eu amo você Eve, obrigado por estar comigo. Você me faz uma pessoa melhor e eu quero ser sempre essa cara para você – ele beija minha mão – O que vai te apoiar, vai estar do seu lado sempre que precisar, cuidar e amar você.

Ele para o carro na frente do lar de idosos e eu dou um beijo nele antes de saltar do carro em direção a entrada. Erick tira o violão da mala e segura minha mão, caminhamos juntos até o portão e uma moça sorridente nos atende.

- Eles estão todos no pátio, não falei pois não queria gerar expectativas antes do tempo – ela nos conduz e eu abro um largo sorriso quando vejo tanta gente sorrindo para mim.

Cumprimento um a um com Erick ao meu lado e logo estamos sentados em uma mesa ouvindo várias histórias e piadas.

- Eu quero saber é da história de amor de vocês – uma senhora diz olhando para mim e Erick.

- Foi sofrida viu minha senhora, pensa em uma garota difícil de conquistar, foi essa ruivinha aqui – ele diz e recebe um tapa no braço.

- Ei! Você também não era lá o cara mais legal do mundo – respondo e eles riem. E assim, entre implicâncias e brincadeiras, contamos nossa história para eles e ouvimos diversos conselhos em troca.

Algum tempo depois, quando já havíamos tomado o café da tarde com eles, Erick se posiciona e começa a tocar. As pessoas o acompanham cantando e até sugerem algumas músicas.

O tempo passa que a gente nem vê e quando chega a hora de se despedir, eu recebo abraços apertados e muitos agradecimentos. Sinto meu coração cheio e prometo voltar em breve para visita-los.

- Foi uma experiência incrível amor, tenho certeza que agora eu sou uma outra pessoa. Jamais imaginei viver tantas emoções como hoje – eu aperto sua mão – Foi um grande aprendizado.

- Eve, obrigado por concordar e por estar comigo hoje. Eu senti meu avô comigo a todo momento que estava lá e não posso estar mais feliz – ele se vira para mim – Eu te amo.

- Eu te amo muito – eu o abraço apertado e dou um beijo antes de voltar para o carro.

Seguimos em direção a faculdade relembrando os momentos do dia e eu desejei secretamente, que possamos chegar juntinhos a mesma idade que aquelas pessoas tinham.

Opposite StrangersOnde histórias criam vida. Descubra agora