Running Away

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Saímos até o estacionamento e Erick me conduz até seu carro, abrindo a porta do passageiro para mim. Ele entra e dá a partida enquanto eu ligo o rádio e está tocando Reik, um dos meus grupos favoritos.

Admiro a vista pela janela e sinto a mão de Erick sobre a minha coxa. Disfarço o sorriso e me viro para ele.

- Nós vamos só andar ou você tem um lugar específico em mente? – pergunto curiosa.

- Vamos a um parque mais afastado do campus, é bem calmo, você vai gostar – ele diz e abre um meio sorriso.

Seguimos por mais um tempo, até que vejo a quantidade de verde aumentar e percebo que chegamos. Descendo do carro, caminho para o lado de Erick que me mostra um caminho.

Andamos por alguns minutos e eu vejo muitas flores e árvores que oferecem sombras onde as pessoas se sentam. Há até um pequeno lago, onde alguns peixes nadam preguiçosamente.

Nos sentamos a sombra de uma árvore grande e eu fecho os meus olhos por um instante só apreciando a calma do lugar. Sinto o olhar de Erick sobre mim e me viro para ele com um sorriso.

- É um lugar lindo – digo impressionada.

- Eu também acho, gosto de vir aqui quando preciso de sossego – ele diz olhando ao redor – É muito tranquilo e quase ninguém da faculdade vem aqui.

- É um belo refúgio – concordo e me encosto mais na árvore. Ficamos em silêncio por um tempo até que Erick começa a brincar com meu cabelo. Sorrio e me recosto nele.

Fazemos um ou outro comentário, mas a maior parte ficamos em silêncio apenas aproveitando a companhia um do outro.

Um ambulante aparece com um carrinho de sorvete e Erick decide comprar para nós dois.

- Ela quer o de morango – ele diz sem me deixar falar.

- Não quero não, vou querer o de uva – respondo mas ele finge que não escuta e pega o de morango.

- Pra você o de morango, o melhor que tem – ele diz tentando me entregar o sorvete.

- Eu quero o de uva – digo fazendo drama.

- Confia em mim, você vai gostar mais desse – ele pisca pra mim e eu pego o sorvete.

Abro e dou uma pequena mordida. Ele tinha razão, era delicioso mas eu não ia ceder assim tão fácil.

- Ainda quero o meu de uva – digo e ele balança a cabeça rindo.

- Você é impossível – ele vem para mais perto de mim e bagunça meu cabelo.

- Ei mocinho – revido indo em direção ao seu cabelo também mas ele é mais rápido e segura meu pulso.

- Vai ter que ser mais rápida da próxima vez – ele diz rindo e num movimento brusco está sobre mim, me prendendo contra o chão.

- Você deixou cair meu sorvete – digo me debatendo mas ele só ri.

- Eu te dou dois no lugar – ele propõe e eu sorrio – Mas antes...

Ele aproxima seus lábios do meu e a sensação gelada deixada pelo sorvete faz com que eu me arrepie ainda mais depressa. Presa, não consigo puxa-lo para mais perto mas ele entende e cola todo o seu corpo no meu.

Seus lábios descem para meu pescoço e eu me desvencilho para arranhar de leve suas costas.

Solto um suspiro quando Erick me morde de leve e seguro seu cabelo para fazê-lo voltar a me beijar.

Ele só para quando já está sem fôlego e me solta apenas para me olhar. Sem graça, coloco uma mão no rosto mas ele a tira.

- Nem pense nisso, eu adoro olhar você – ele me dá um beijo rápido e se levanta – Mas temos que voltar, prometi ajudar Thomas com algumas coisas.

Concordo e voltamos para o carro. No caminho, Erick me enche de perguntas e eu fico satisfeita de ver ele se interessando pelas coisas que eu gosto.

- Nos vemos depois? – ele diz beijando minha mão.

- Claro, eu te mando uma mensagem – dou um beijo em seu rosto e salto do carro.

Na entrada do campus, me despeço e mando uma mensagem para as meninas. Anne me responde que está com Joel, então vou me encontrar com eles na biblioteca.

Os dois estão concentrados nos livros e eu sento sem fazer barulho para não atrapalhar.

Percebo o olhar de Joel para Anne e a forma como ele a ajuda a terminar o exercício. Quando ele me vê, desvia o olhar sem graça e eu apenas sorrio.

- Vejo que adiantaram muito as listas de matemática – digo olhando as anotações.

- Sim, o Joel explica muito bem – Anne diz feliz e Joel abre um sorriso enorme em resposta.

- Eu faço o que posso – ele pisca para ela.

- Então vou aproveitar esse professor – todos rimos e eu tiro meu caderno da mochila.

Passamos um bom tempo estudando e flagro várias vezes o olhar do Joel para Anne que parece não perceber nada. Rio sozinha e termino a maior parte dos exercícios que faltavam.

- Joel, eu deveria ter vindo atrás de você antes – digo sorrindo – Você é ótimo explicando.

- Eu disse – Anne sorri orgulhosa – Ele é muito bom.

- Fico feliz por ajudar vocês – Joel fala mas seus olhos estão em Anne. Ele pega sua mão e dá um beijo rápido.

Quando terminamos, Joel nos ajuda a arrumar tudo e se despede, indo encontrar algum dos meninos.

Eu e Anne saímos da biblioteca e vamos caminhando lentamente, quando decido matar minha curiosidade.

- O Joel é tão atencioso né... – começo a dizer enquanto ela mexe em sua mochila.

- Ele é, você viu? – ela ri – Queria ser inteligente assim.

- Você é – eu respondo – Mas não é só de te ajudar na matéria que eu estou falando.

- Você tá falan...- ela começa a dizer mas se interrompe – Meu Deus, esqueci meu caderno! Vou voltar lá.

Eu a observo voltar correndo para a biblioteca e espero um pouco no mesmo lugar, mas como ela demora, vou caminhando em direção ao quarto.

Recebo uma mensagem de Erick e automaticamente sorrio.

“ Estou te devendo dois sorvetes, não acredito que você está me dando esse prejuízo”.

A culpa foi de quem mesmo?”

Estou rindo e guardo o celular, até que escuto uma voz levemente conhecida.

- Era você mesmo quem eu estava procurando.

Me viro para confirmar quem é e no susto, dou um passo para trás. Era Lizzie.

Opposite StrangersOnde histórias criam vida. Descubra agora