Opposite Strangers

Hurt people, wrong decisions

- Nós tivemos que a sedar novamente pois Lucy estava muito agitada – o médico informa a todos – Vamos refazer alguns exames, mas ela não tem previsão de alta, o estado dela segue sendo crítico.

A minha expressão é refletida no rosto de cada um ao meu redor. A felicidade de saber que Lucy tinha acordado tinha passado depois desse banho de água fria do médico.

Me sento ao lado de Richard, que tenta segurar as lágrimas. A culpa não deixava ele, por mais que falássemos que ele não tinha o que fazer.

A polícia tinha identificado o motorista, que não ficou preso mas assim que as coisas se acalmassem, eu ia atrás dele e fazer ele pagar pelo que fez.

- É um bom sinal Rich, ela tá lutando para sair dessa – passo os braços ao redor dele – Lucy precisa que a gente continue acreditando por ela.

Ele concorda e beija minha testa, fechando os olhos por um longo tempo.

Eu me levanto para tomar um pouco de água e Erick estende os braços para mim. Fico no seu abraço por muito tempo e me sinto fortalecida de não estar ali sozinha.

- Não sei o que faria sem você – viro minha cabeça para olha-lo.

- Não vai precisar descobrir – ele se inclina e me dá um beijo suave. Sorrio e volto a abraça-lo.

Passamos um longo tempo esperando mas nenhuma informação nova. Era angustiante e exaustivo e todos pareciam cansados demais para manter uma conversa amigável.

- Querida, aprecio muito seu apoio a Lucy, mas todos vocês precisam descansar – a mãe de Lucy diz se aproximando de mim – Qualquer coisa eu ligo, prometo.

- Se precisar descansar, a senhora tem minha casa. Vou deixar o telefone da minha mãe contigo – Erick diz e ela sorri para ele.

Erick leva Joel, Anne e eu para a faculdade. Ficamos em silêncio enquanto ele dirige com a mão apoiada na minha perna.

- Obrigada Erick – Anne lança um beijo para ele quando sai do carro seguida por Joel. Tento descer mas ele me impede.

- Você vai comigo, não vou te deixar sozinha – eu nem penso em discutir, só sorrio e volto a me recostar no banco.

Dona Daysi prepara o jantar e tenta me distrair enquanto como. Não poderia pedir sogra melhor e agradeço antes de subir para o quarto.

Me deparo com Erick arrumando a cama e sorrio, me sentindo mais relaxada só de estar aqui.

- Vem cá – ele me puxa para seus braços – Se não quiser, a gente mata aula amanhã.

- Tentador – rio – Mas acho melhor seguimos a rotina normal, a tarde passamos no hospital para ver como está tudo.

- De acordo – ele beija meu cabelo e acaricia minhas costas – O que eu posso fazer pra te ajudar?

- Ainda mais? – olho para ele – Você está sendo incrível amor, tudo que eu preciso nesse momento.

Ele sorri e cola nossos lábios. Me aproximo mais dele e seguro seu cabelo.

- Eu amo você – digo contra sua boca.

- Amo mais.
...

Acordo antes do que Erick no dia seguinte e desço para ajudar sua mãe a fazer o café.

- As mulheres da minha vida juntas é tudo que eu preciso para começar a semana bem – Erick diz quando entra na cozinha minutos depois. Ele me abraça por trás e beija meu ombro, depois deposita um beijo na bochecha de sua mãe.

- Eve querida, eu só queria deixar claro que pode ficar aqui o tempo que precisar ok? – dona Daysi fala quando começamos a comer – Quero que você se sinta em casa aqui sempre, você é parte dessa família.

- Obrigada – sorrio meio sem jeito – Vocês me recebem tão bem que eu fico sem reação.

- Não fique tímida, por favor – ela ri.

Depois de ajudar a louça, Erick e eu seguimos para a faculdade. As provas começariam na quarta feira e eu queria saber como ficaria a situação de Lucy, então sigo para a coordenação antes da aula.

- Vai ser necessário o atestado, mas somente quando ela retornar – ele explica – Por agora, eu me encarrego de avisar os professores dela. Vocês duas precisam focar nas suas provas hein?

Anne, que me acompanhava, garante que com nós estava tudo certo e nós seguimos para a aula.

- E aquele trabalho que estava com Lizzie, desistiu mesmo de recuperar? – ela pergunta no corredor.

- Sim, não quero nenhum contato com aquela garota. Vou recuperar a nota sozinha – falo e logo me despeço dela quando chego a minha sala.

Teríamos duas semanas de provas finais e depois mais uma para esperar os resultados e verificar se alcançamos as notas necessárias. Então, haveria mais uma oportunidade de recuperação.

Eu estava confiante em todas matérias, menos história por causa da nota ruim do trabalho que Lizzie tinha me prejudicado.

Nesse momento, eu parava pra pensar no quanto esse ano tinha me mudado. Eu havia aprendido muito tanto na faculdade quanto na vida e estava feliz com a mulher que estava me tornando.

A aula passa depressa e eu sigo para a biblioteca antes de almoçar, disposta a organizar meus horários de estudos que tinham ficado uma bagunça.

- Achei você – Erick diz me encontrando sentada em uma mesa cheia de livros – Você sumiu e nem almoçou.

- Perdi a noção de tempo – falo olhando no relógio – Estou morrendo de fome.

- Podemos passar na lanchonete antes de ir para o hospital – ele sugere e eu concordo.

- Só preciso terminar algumas coisas – respondo.

Depois que termino, sigo com Erick até a lanchonete e seguimos para o hospital.

Lucy segue na mesma e eu fico com o coração apertado por não saber o que esperar dessa situação.

Tento falar com Richard mas ele não atende minhas ligações e não aparecia no hospital desde ontem.

Erick verifica com os outros amigos mas ninguém tem notícias dele.

- Acho que precisamos falar com a família dele – digo para Erick – Isso não está normal.

- Espera um instante – ele diz e sai para fazer uma ligação.

Volta um tempo depois e me puxa para um canto, fazendo com que os pais de Lucy não nos escutassem.

- Os pais dele disseram que ele saiu de manhã e falou que ia pra faculdade – o olhar de Erick exala preocupação – Chris faz aula com ele e me garantiu que ele não apareceu lá.

- Nós precisamos acha-lo, antes que ele faça uma besteira.

Me despeço rapidamente e saio com Erick para o carro, mandando mensagem para todo mundo no caminho.

Não fazia ideia de por onde começar, mas precisávamos achar o Richard.