Cap. 5

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Assim que Ane chegou na fazenda; deu uma volta pelo quintal e observou a piscina vazia. Suspirou desapontada. Retornou para a entrada e assim que viu uma rede na varanda não resistiu em deitar, alongando bem as pernas.

O clima quente e seco lhe causava grande mal-estar. Estava habituada com a umidade e o frio de Curitiba. Sua vontade era de rasgar as roupas e sair correndo pelada daquele inferninho.

Ela apoiou um dos pés e começou a se balançar. Não demorou a cochilar profundamente, a sombra e a brisa do movimento estavam muito agradável.

Despertou em algum tipo de dimensão paralela. Ficou assustada com a novidade, uma vez que diferente de um sonho comum, continuava lúcida e controlava suas ações e pensamentos completamente consciente do fato.

Saiu correndo pela casa em busca da avó e dos outros moradores, mas não conseguiu ver ninguém.

O sítio havia se tornado um local silencioso e mórbido. Quando começara a se preocupar com a situação viu sua mãe vestida de branco no alto das escadas, abrindo-lhe sorriso amistoso.

- Mãe?! É você??? - investigou para ter certeza.

No entanto, o espírito ou o que quer que fosse, não respondeu, terminou de subir a escadaria e adentrou o corredor. Ane foi logo atrás chamando-a diversas vezes sem obter nenhum tipo de resposta.

Por fim, ao alcançá-la, ela estava parada diante da porta que levava ao sótão e voltou o olhar novamente para Ane, como se aquilo representasse algum sinal.

Nesse tempo, Talita chegou na cozinha e jogou a mochila em um canto, apanhou uma maçã na fruteira e a abocanhou com vontade.

Matilda surgiu na entrada da frente, cruzou os braços fazendo cara de poucos amigos, e a encarando aborrecida investigou:

- Posso saber onde estava mocinha?

- Dando uma volta por aí...

- Talita minha filha, você precisa se comportar mais, já é uma moça. Parece um moleque arteiro!

- Mãe não começa! - revirou os olhos revoltada - O que de mal tem em eu gostar de me aventurar por aí, só porque sou uma garota não quer dizer que não possa fazer coisas de meninos! Aliás, hobbies, brinquedos, roupas e qualquer outra coisa não têm gênero, ok? Já conversamos sobre isso!

- Não quero discutir com você! Vá chamar a Ane para almoçar.

- Por que logo eu??? Aquela cabrita é metida!

- Não repita mais isso, vocês eram amigas quando crianças, o que foi que mudou?

- Crescemos e somos o oposto da outra.

- Pois trate de se esforçar para se darem bem, não quero saber de vocês importunando dona Cleuza por causa disso. Vá logo que estou mandando!

Talita fechou o semblante e algumas rugas se ilustraram na sua testa.

Ela foi andando em passos firmes.

Atravessou o murinho da varanda em um pulo. Avistou Ane deitada despojada na rede e a observou adormecida em uma expressão serena.

Coçou a cabeça a examinando com curiosidade e um desejo reprimido. O vestido estava enroscado na sua virilha, deixando as coxas brancas à mostra.

O tecido fino evidenciava seus seios firmes e fartos, e o decote capturava pequenas manchinhas no colo. Talita a achou muito atraente naquela posição. Cedeu a vontade de acariciar sua face. Agachou próximo dela e ficou olhando suas bochechas vermelhas enquanto alisava seu couro cabeludo.

Minha Cowgirl Favorita ( Sáfico)Onde histórias criam vida. Descubra agora