Anita não entendeu nada e fitou Aline com a esperança de que ela pudesse lhe explicar o que acabara de suceder-se. A filha de Demétrio soltou um longo suspiro e aproximou-se com o intuito de contar toda a verdade. Estava achando Talita uma idiota de marca maior e deixou Anita ainda mais pasma assim que começou a falar.
Neste ínterim, Talita já estava perto da caminhonete, quando Ane conseguiu alcançá-la.
- Talita! Espera! - a ruiva puxou-a pelo braço.
- Não me toca! Volta pra Anita, pois estava se divertindo pra caramba com ela, não é? - ordenou sacudindo-o violentamente com o inferno expresso nos olhos.
- Para! Eu te imploro! Foi você quem me jogou pra cima dela!
- É, e você adorou!
- Claro que não! Só fiz o teu jogo! Podia ter contado pra ela que estamos juntas, mas preferiu fazer essa brincadeira idiota!
- Tu não me ama como disse! Chega de me enganar, ficou doida pra ter outra experiência lésbica! Eu vi o jeito que olhou pra ela! Acha que sou imbecil ou o quê?
Ane se calou. Teve que admitir no silêncio. Não havia como retrucar porque era mesmo verdade que ficou estranhamente interessada em Anita.
- Quer saber de uma coisa? - Talita prosseguiu com a mesma ira estampada na face e o coração ardendo de ciúmes quebrado em milhões de pedaços. Decidiu: - O caminho está livre pra você ficar com quem quiser!
Em seguida entrou no carro, sem dar tempo de Ane reagir. Sequer olhou para ela. Estava muitíssimo decepcionada.
Ane gritou-a diversas vezes, e até saiu correndo atrás da pick-up. Como não conseguiu ir muito longe, pegou algumas pedras num impulso e jogou-as em direção do carro com vontade de que acertasse a cabeça de Talita para que ela deixasse de ser tão teimosa. Sentindo-se cansada, acabou sentando-se no chão, sujando toda a roupa e a pele exposta de terra vermelha. Estava gritando para extravasar a raiva quando Anita surgiu. A vaqueira pensou que as encontraria já reconciliadas mas se enganou.
- Ane, se acalma! Levanta daí garota! - exigiu puxando-a pelos ombros.
Ane a fitou e voltando a si refletiu melhor. Não tinha nenhum argumento substancial para se explicar e convencer Talita. Ela estava certa quando disse que havia gostado dos cortejos de Anita, mas isto não anulava a imaturidade dela.
- A Talita é uma babaca! - xingou.
- Eu sei. Vou te dar uma carona pra casa ok? Ou você quer ficar com a Aline?
- Não. Eu só quero ir pra casa tomar um banho. Depois eu falo com a Aline.
- Certo. Então vamos... - Anita indicou o gol de duas portas estacionado logo ali e elas caminharam em silêncio até ele.
Anita abriu a porta para ela e Ane acabou corando com a gentileza. Acomodou-se depois de murmurar um muito obrigada que foi respondido apenas com um gesto de Anita e seguiram em silêncio para a fazenda de sua avó.
***
Tião olhou para Matilda. Ela estava sentada numa cadeira no canto do quarto folheando uma revista distraidamente.
Doutor Júlio o internara sem previsão de alta. Seu estado era aparentemente grave.
A mulher morena se mostrara tão zelosa quanto a filha. A animosidade que existiam entre eles havia finalmente se dissapado. As doenças têm o hábito de unir as pessoas em ações de solidariedade.
- Será que ainda tenho tempo de me redimir? - questionou quase num sussurro.
Matilda levantou os olhos interessada, já com a assimilação automática, respondeu:
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Minha Cowgirl Favorita ( Sáfico)
Teen Fiction+🔞 O pesadelo de Liliane começa quando o pai decide aceitar um cargo para trabalhar fora do país e resolve mandá-la para morar com sua avó materna no interior do Estado de Minas Gerais em solo brasileiríssimo. Totalmente relutante no início, ela ac...