Cap. 16

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- E então Ane? Verdade ou consequência? - Bruno insistiu fitando a ruiva com ansiedade, malícia e desejo.

Ela conferiu último olhar em Talita para refletir um pouco mais sobre sua decisão, e a vaqueira, estava examinando com afinco as faíscas desfazendo-se na brisa da noite, fingindo não se importar com nada do que acontecia, mas em seu íntimo a curiosidade lhe consumia. Ane teria que ceder já que se encontrava num beco sem saída. Quando enfim resolveu acreditando que não tinha mais nada o que pensar, avisou direta:

- Consequência.

Os olhos do guri brilharam, como se estivesse ganhando o brinquedo de natal tão almejado.

Ane sentiu um calafrio, aqueles segundos aguardando a prova que seria estipulada pelo insano precoce que matutava a todo vapor em qual prova seria a mais satisfatória para si e também para atingir Talita em seu ego, pareceram uma eternidade no martírio. A menina era um tanto dramática desde as pirraças da infância, aproveitando-se do fato de ser filha única, a princesinha dos pais.

- Vamos logo com isso! - gritou Hugo entusiasmado, completando num risinho depravado: - Ou quer que eu faça no seu lugar?

Ouvindo aquelas palavras, Ane teve certeza de que os marmanjos combinaram todo jogo, talvez por sorte ou azar, caíra na armadilha do menos tarado deles, pois a expressão de Hugo era ainda mais assustadoramente safada.

Bruno suspirou vitorioso, dando uma piscadela provocativa de esguelha para o novo amigo.

- Quero que me beije - avisou sorrindo de canto. - na boca - concluiu para que não houvessem dúvidas da parte de ninguém.

Talita arregalou os olhos irritada. Um soco não doíria tanto quanto presenciar àquela cena.

Todos os outros jovens também a encararam analisando cada detalhe da sua reação, imaginando que ela levantaria e responderia a afronta com agressão, devido a fúria expressa em seus olhos. Só que eles também sabiam que Talita não era dada a violência, por mais que estivesse irada. Ao invés de extravasar sua fúria em alguém, despejava em si mesma.

Ane sentiu suas pernas congelando-se. Foi com muito custo que ela conseguiu levantar e realizar a indesejável parte que lhe competia naquela brincadeira tola. Era a primeira vez que se arrependia de algo em seus dezesseis anos de existência.

Bruno já estava de pé, esboçando um sorriso vaidoso. Ele não esperou que ela se aproximasse completamente dele, cuidou ligeiro para que seus corpos se encostassem num aperto, ao puxá-la firme pela cintura e levou a língua na boca da garota, sem nenhum vestígio de delicadeza, sem lhe dar chances de recusar a exigência, visto que todos haviam cumprido com suas tarefas.

Talita sentiu como se uma agulha perfurasse cada centímetro de seu âmago. Seu coração transformou-se numa daquelas brasas, ardendo nas chamas e fenecendo em cinzas. Levantou cegamente de seu assento e ainda tropeçou em algo antes de ganhar a floresta e sumir nela, ardendo de ciúmes.

Seus amigos estáticos com a situação, só tiveram tempo de acompanhá-la com o olhar.

Ane se soltou imediatamente quando Bruno se empolgara, ao deslizar a língua em movimentos circulares por sua boca. Foi um alívio se livrar de suas mãos pegajosas e do membro excitado do rapaz, encostando-a. O jogo terminava naquele momento. Não teriam mais graça para continuarem. Reagiu de um impulso e deu um tapa forte no rosto do menino que esbugalhou os olhos com o susto. Não esperava que ela reagisse daquela forma. Levou a mão na face do lado que ganhou a bofetada e esfregou sentindo a pele queimar e doer com a força do golpe.

- Eu te avisei que se me tocasse de novo sem minha permissão eu iria me defender! Seu merdinha! Escroto! Você me pediu um beijo na boca e não um beijo de língua! Acha que sou alguma estúpida! Imbecil! Argh. Urgh. Se eu quisesse eu já teria ficado com você, mas você só consegue ficar com uma garota usando um jogo idiota! Aff!

Minha Cowgirl Favorita ( Sáfico)Onde histórias criam vida. Descubra agora