Ane estava fazendo o dever na varanda, quando Matilda freou bruscamente, e estacionou na entrada da fazenda, descendo logo em seguida.
Seus olhos chispavam feito brasa, agarrou Talita pelo braço e saiu arrastando a menina agressivamente para o interior do sítio em direção de sua casa.
Curiosa, sem entender o que estava acontecendo, Ane acompanhou-as com o olhar.
Uma vez lá, Teodoro as viu adentrando, e quando Talita ultrapassou a sala guiada pela fúria da mãe, o guri lançou um olhar para a irmã na esperança de que ela decifrasse seus pensamentos, quais gritavam que ele não a havia dedurado, porque não teve nem chance de falar.
Talita compreendeu de imediato, sabia que Teodoro era leal e que nele podia confiar.
Matilda a lançou na cama num súbito empurro e fechou a porta com força.
Talita trancou ainda mais a face, segurando o pranto orgulhosa.
- Achou mesmo que iria me enganar? Pensas que sou alguma tola? - finalmente esbraveja agora que estão sozinhas, como se seus gritos não ecoassem pela casa inteira.
- Foi a Ane quem te contou, não é? - indaga irada.
- Ane não tem nada a ver com isso Talita! Eu sou a mulher que te colocou no mundo, que te aguentou nove meses na barriga, que te criou, que limpou a sua bunda! Eu te conheço melhor que si mesma garota! Pare de tentar me passar para trás! - enfatizava apontando o dedo.
- Sabe por que eu minto pra você? Porque você me sufoca! - berra cansada de sua superproteção - Eu exijo que me deixe viver, mãe! Tenho o direito de fazer minhas escolhas, de andar com minhas próprias pernas, saber o que é melhor pra mim e o que não é. Que saco, poxa vida!
- Eu sou sua mãe. Sou a pessoa que mais te ama nesse mundo e que sabe exatamente o que é o melhor pra você, e ele nem sempre é o que nos faz sorrir, a gente só tem o que é necessário para construir a verdadeira felicidade, o resto é pura utopia, alegrias passageiras, não é sempre essa grama verde que está habituada.
- Então me deixa descobrir sozinha!
- Não enquanto eu achar que ainda tenho algo pra te ensinar, porque se você não aprender pelo amor vai pela dor. Se está insatisfeita com seu lar, pode ter certeza que o mundo lá fora é ainda mais cruel, porque aqui só tem pessoas que te amam, que se importam com você.
- Eu te compreendo e não estou reclamando, só quero que você confie mais em mim, que pare de pegar tanto no meu pé - pede mais calma.
- Faço apenas para seu bem. Não procure mais o Tião, aquele homem não tem nada para te oferecer, ele é um mau-caráter, beberrão e mulherengo. Fique longe dele - suplica ainda nervosa.
- Pelo amor de Deus, mãe, ele nunca me desrespeitou, pelo contrário, me trata como se eu fosse sua filha - volta a se alterar.
- Cala a boca! - vocifera suspendendo a mão violentamente - Se repetir isso de novo eu quebro seus dentes! Esquece de uma vez essa história de vaquejada! Mantenha distância disso.
- E se eu não quiser, o que vai fazer? - desafiou se levantando.
Matilda ergueu a face e a encarou compenetrada.
- Não me provoque. Eu te dou uma surra que você nunca mais vai esquecer. E pode ter certeza que vai ser a única. Filha minha não vai se envolver com coisas erradas.
- De que coisas erradas está falando? - Talita interroga meneando a cabeça negativamente. Estava exausta daquilo.
- Já faz um tempo que está agindo estranha. Pensa que não percebi?
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Minha Cowgirl Favorita ( Sáfico)
Teen Fiction+🔞 O pesadelo de Liliane começa quando o pai decide aceitar um cargo para trabalhar fora do país e resolve mandá-la para morar com sua avó materna no interior do Estado de Minas Gerais em solo brasileiríssimo. Totalmente relutante no início, ela ac...