Cap. 3

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Cleuza aconchegou Ane em seus braços e acariciou sua face, analisando-a de baixo a cima.

- Minha menina! Como você cresceu! Está uma linda moça!

- Obrigada vovó, a senhora também está ótima!

- Ah! Você se parece com sua mãe até na gentileza - sorriu - Mas me conte, o que aconteceu?

- Nada demais, - inventou - o furgão furou o pneu, não tinha um reserva e o Bené chamou um guincho e voltou pra cidade.

- Mas que irresponsabilidade do Bené te deixar sozinha na estrada em plena noite e ainda pegar uma rodovia sem pneus reservas! Aquele caipira vai se ver comigo! Nem um bendito telefonema ele deu!

- Não se aborreça à toa vó! Eu mesma o liberei - mentiu.

- Com que autoridade?

- Com a que tenho ora! - se irritou e suas bochechas ficaram ainda mais vermelhas do que já eram e Talita a estudava discretamente - Não sou mais uma menina, sei me cuidar! Se preocupou sem motivo!

- Mas que atrevimento! - Creuza gargalhou olhando para Matilda, Artur e Talita que as observavam igualmente impressionados com sua maturidade.

- Não é, apenas acho que fez uma tempestade em copo d' água, pois que perigo eu poderia correr nesse fim de mundo! Não estou mais em Curitiba, lá sim poderia até arrancar os cabelos.

- Liliane tem razão, dona Cleuza - Artur interferiu levantando o dedo como um garoto querendo atenção - Além do mais, quando a encontrei, Talita estava com ela, há poucos minutos daqui.

- Sendo assim fico mais tranquila. Deve estar exausta da viagem! Por favor, Artur, leve as bagagens dela para o quarto que irá ocupar.

- Sim senhora.

O caseiro pegou algumas malas e Talita as restantes. Eles atravessaram a sala e subiram as escadas que dava para o andar superior.

- Estou cansada mesmo! Mas também estou faminta vó!

- Vamos agora mesmo para cozinha que irei preparar algo bem gostoso para você comer Liliane! - Matilda avisou animada.

Ane abriu largo sorriso e falou:

- Por favor, Tilda! Me chame apenas de Ane!

Matilda assentiu com um sorriso.

Ane passou o braço em volta da cintura da avó e de Matilda e as três seguiram abraçadas até a cozinha muito felizes com o reencontro, dispostas a colocar os assuntos em dia.

Estava saboreando um sanduíche de frango desfiado com salada e maionese, enquanto Cleuza e Matilda a observava satisfeitas, quando Artur apareceu seguido de Talita.

- Está tudo pronto Dona Cleuza.

- Obrigada Artur, pode ir descansar, já me aproveitei o suficiente de você por hoje!

- Que isso Dona Cleuza! - coçou a nuca como sempre fazia quando estava constrangido. Era um detalhe de sua personalidade que não passava despercebido. - Estamos aqui é para isso mesmo!

- Mas não posso abusar, não é mesmo? Vá você também Matilda!

- Sim senhora. Mas antes quero saber se a senhora vai continuar precisando que a Talita durma aqui.

- Sim, se não se importarem! Pelo menos até a Ane se adaptar.

- De forma alguma!

- E se ela quiser também é claro!

Talita enfim se manifestou:

- Claro que sim Dona Cleuza, sabe que adoro fazer companhia para a senhora.

Minha Cowgirl Favorita ( Sáfico)Onde histórias criam vida. Descubra agora