Talita chegou no haras adentrando o estábulo por causa do movimento que se formara dentro, ansiosa para saber do que se tratava.
Os vaqueiros tentavam tirar o “Relâmpago” de sua baia, porém, sem muito sucesso, uma vez que o macho robusto estava mais nervoso do que o natural.
Ela se aproximou de Léo aflita.
- Para onde vão levá-lo?
O peão limpou a ponta do nariz na camisa, fungando. O tempo ficava ainda mais seco no inverno e a coriza não lhe dava trégua. Depois de cuspir, o loiro explicou:
- Pra exposição. Eles querem colocar o bicho doido na arena pra ser montado por algum pirado depois da vaquejada.
- Com a permissão de quem?
- Do patrão.
- Demétrio? - Talita piscou incrédula. Quanto tempo ficara presa em sua bolha psicológica que até mesmo isto lhe passou despercebido? Aquela novidade poderia se comparar a um tapa na face que finalmente a fez despertar por completo.
- Sim. Vai faturar uma boa grana com a brincadeira.
- Isto é loucura! Ele pode machucar alguém!
- Isso não é da nossa conta peoa, estamos aqui pra receber ordens.
- Vou agora mesmo falar com ele. É muito arriscado colocá-lo no meio daquela gente. Ele não gosta de agitação.
- Boa sorte. Duvido que consiga convencê-lo - desejou dando dois tapinhas cúmplices no ombro dela.
Talita não se intimidou com o conselho.
Ganhou a propriedade em direção da casa do homem com o peito estufado encorajada a enfrentá-lo e fazê-lo ver a gravidade da situação, mas por coincidência, para poupar seu tempo, o encontrou próximo da arena conversando com um investidor.
- Demétrio posso falar com você? - é direta.
Ele assentiu com a cabeça pois já havia terminado o assunto com o outro. Apertou a mão do homem e se despediu:
- Então ficamos combinados assim.
O empresário jovem e muito bem-apessoado correspondeu e foi embora. Demétrio se virou para a moça.
- Pronto. Pode falar.
- Não pode levar o Relâmpago pra exposição. Ele fica demasiadamente arisco e inquieto perto das pessoas. Tem medo delas porque já foi muito maltratado.
- Imaginei que me diria isso. Mas já fiz o negócio com o patrocinador, não posso voltar atrás.
- Então por que não pensou antes? Sabe que ele é o mesmo touro que matou a Iolanda?
Demétrio surpreendeu-se:
- Como sabe disso? Tião te contou?
- Sim, me confessou isto em seu leito de morte!
- Ah, - dá de ombros confiante - enfim... Negócios são negócios. Isto não vai acontecer novamente.
- Quem garante?
- Vamos torcer positivamente pra isso.
- Mas que burrice! Eles só atacam por causa da ignorância de homens como você, que querem lucrar a todo custo com a selvageria! Deixar ele aqui quietinho pra procriar, é a coisa mais sensata a se fazer.
- Não se meta na forma como eu administro o meu haras - seu tom é ríspido e seu olhar indignado - Se não está satisfeita, fica à vontade para se demitir.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Minha Cowgirl Favorita ( Sáfico)
Ficção Adolescente+🔞 O pesadelo de Liliane começa quando o pai decide aceitar um cargo para trabalhar fora do país e resolve mandá-la para morar com sua avó materna no interior do Estado de Minas Gerais em solo brasileiríssimo. Totalmente relutante no início, ela ac...