- Oi Cordélia. Essa é a Ane.
De um rompante, a velha deu aconchegante abraço na ruiva, depois a soltou e fitando-a enfatizou com alegria:
- Ah! É ainda mais linda pessoalmente!
Ane corou com o elogio, mesmo sem entender o que a mulher quis dizer, afinal nunca haviam se visto. Mas Talita poderia ter comentado dela.
- Fique tranquila minha querida - Cordélia sugeriu depois de uma breve telepatia.
Ane ruborizou ainda mais. A mulher parecia conseguir ler seus pensamentos e de fato podia.
- Vamos entrar. Acabei de cozinhar um alimento muito saboroso. É bom que me fazem companhia! Não sou muito de receber visitas. Por vezes prefiro a companhia dos animais e das plantas mas há exceções quando são almas bondosas como vocês e Adriano, ele é só uma criança perdida... - articula empurrando-as para dentro.
Talita dá de ombros. Tinham isso em comum e agora concordava com o novo ponto de vista sobre Adriano. Ane não entendeu nada mas viu veracidade em suas palavras.
Elas a obedeceram sem contestar porque estavam realmente famintas. Sentaram na mesa e Cordélia as serviu gentilmente. Havia preparado um assado de peixe com legumes. Estava mesmo uma delícia. As jovens raparam o prato em poucos minutos. Cordélia as observou muito satisfeita. Como era de se prever, Talita repetiu umas duas vezes sem constrangimento algum, enquanto Ane revirava os olhos para sua atitude. A vaqueira ignorou despreocupadamente. Cordélia lhe fazia sentir como se fosse da família.
Depois de lavarem as louças, propositadamente, Talita interessou-se:
- Posso dar uma olhada nas seringueiras? Têm uma ótima sombra!
- Claro, vai lá - incentivou Cordélia.
Ane fez menção de acompanhar a namorada, mas a senhora pegou-a pela mão e educadamente pediu:
- Fique Ane.
Ela buscou o olhar de Talita, insegura.
- Tudo bem, eu já volto - Talita avisou transmitindo com um sorriso sem dentes que ela poderia confiar em Cordélia sem temores.
Mais serena, Ane concordou com um assentimento.
Uma vez sozinhas, a senhora encaminhou Ane até o jardim, onde sentaram-se confortavelmente sendo agraciadas pela visão magnífica da vívida natureza ao redor.
- Ane... Não tenha medo minha linda. Sei o que se passa por sua mente aflita e seu coração angustiado - aconselha com um tom de voz capaz de curar a alma mais desesperada.
- Sabe? - Ane surpreendeu-se sentindo-se abraçada pela energia benéfica do ambiente e da que vinha da mulher simples trajada num vestido colorido e os cabelos compridos quase totalmente brancos presos numa trança, com os traços que variavam levemente entre indígena e fortemente em negro.
- Sei. Sou como você.
- Não estou entendendo.
- O que você chama de maldição não é nada mais que um presente que deve ser imensamente valorizado, pois te possibilitará a progredir interiormente e ajudar aos outros. É portadora de uma faculdade mediúnica chamada vidência.
- Ah... Então Talita estava com a razão quando disse que você poderia me ajudar.
- Sim, quando chegou aqui notei que ficou receosa. Talita não me falou nada a seu respeito. Eu tive uma visão muito antes de conhecê-la, em que você vinha até mim pedir ajuda pra lidar com seu dom. Acho que ela só foi a ponte que te conduziu até mim.
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Minha Cowgirl Favorita ( Sáfico)
Teen Fiction+🔞 O pesadelo de Liliane começa quando o pai decide aceitar um cargo para trabalhar fora do país e resolve mandá-la para morar com sua avó materna no interior do Estado de Minas Gerais em solo brasileiríssimo. Totalmente relutante no início, ela ac...