Cap. 30

2.7K 255 78
                                    

Renato estacionou bruscamente em frente a casa de Henrique. O primo de Tiago residia em um casarão no meio da Br. O amigo, que já se habituara a dirigir em velocidade máxima chegou no local com total rapidez.

Adriano o olhou de soslaio e arriscou:

- Você não vem?

- Não. Agora é contigo.

- Ok. Valeu meu chapa, fico te devendo essa - agradeceu o rapaz com um sorriso nervoso na face.

Eles haviam conseguido fugir sem o menor problema; vestiram-se com as roupas de funcionários, disfarçaram com um carinho de limpeza e máscaras anti contaminação, passando assim despercebidos pelos vigias.

- Ah para Adriano! Quantas vezes tu já livrou minha cara? Vai lá salvar sua donzela. Depois me dê notícias. Tenho que admitir que o Tigão está precisando de uma boa lição. Obrigado por ter desistido de ligar para a polícia.

- Não me agradeça ainda porque se ele tiver tocado um dedo sequer na Talita eu não hesitarei em denunciá-lo - Adriano franziu a testa.

- Mas eu tenho certeza que você vai conseguir chegar a tempo de impedi-lo e fazê-lo desistir dessa ideia maluca. Você é a única pessoa que ele respeita.

- Tomara porque sou capaz de matá-lo! - Adriano que vestia a mesma calça moletom e uma camisa de algodão, a barba crescendo e o cabelo bagunçado, torceu os lábios.

- Vira essa boca pra lá! - Renato se benzeu. - Ninguém vai ser preso! Vamos resolver essa treta entre nós mesmo sem meter os tiras nisso.

- É o que eu espero de verdade! Mas pela Talita eu cometo qualquer crime só para protegê-la.

- Então ande logo porque você está é perdendo tempo com essa ladainha. E se lembre de não falar para o Tiago que fui eu que te ajudei. Não quero criar inimizade com um rancoroso.

Adriano consentiu. Apertaram as mãos sustentando os olhares por alguns segundos, e em seguida Adriano tomou o rumo mais angustioso de sua vida.

Suas pernas tremiam, as mãos já ensopadas precisavam serem limpas à todo instante na calça cinza.

À medida que ia entrando passava o olhar por todos os cantos em busca do paradeiro de Talita. Ela nunca havia gostado de festas, o que estaria fazendo ali? Algo devia ter contribuído para sua decisão e com certeza um bem ruim para levá-la até as garras de Tiago. Não se conformava. Talita sempre fora muito esperta para ser enganada. Como Tiago conseguiu recuperar a confiança dela?

Com essa pergunta se repetindo na mente não encontrando nenhum vestígio dela lá fora, entrou na casa e vasculhou minuciosamente cada cômodo da construção histórica. Entrou até em um quarto, onde surpreendeu dois rapazes fazendo sexo. Ele fechou a porta com força e rapidez assim que os meninos se deram conta de sua presença e o fitou com os olhos arregalados com medo de serem expostos. Adriano ficou constrangido e saiu rindo e coçando a nuca. Nem imaginava que eles eram gays! Afinal, o ser humano sabia esconder muito bem um segredo quando queria. Mas o que será que dera na cabeça deles que não trancaram a porta? Só podiam estar muito entretidos que acabaram se esquecendo. Não ia contar para ninguém porque a vida sexual das pessoas não lhe dizia respeito.

- Ei! - puxou o braço de Henrique quando o viu na escada.

- Adriano! O que faz aqui? Não estava no hospital?

- É só minha cópia seu idiota! Me fala logo pra onde o babaca do Tiago levou a Talita?

- Eu não sei do que está falando! - o garoto esbugalhou os olhos claros como o do primo.

Minha Cowgirl Favorita ( Sáfico)Onde histórias criam vida. Descubra agora