O jeito simples que ele falou aquilo, tão pura e verdadeiramente como ela sempre se sentia, mas tentava negar, a pegou desprevenida. Lizzy não esperava que seu coração pudesse bater tão forte daquele jeito, e por alguém como ele.
E Henry? Você tem que pensar nele! - sua mente tentava trazer lógica à situação, mas, tudo ali estava tão chamativo a Darcy que, ela não conseguia mais negar a atração que sentia, ou mesmo a saudade.
Darcy olhou para ela como se fosse a pessoa mais importante da sua vida, e colocando o rosto dela em suas mãos, foi se aproximando. O coração dele queria pular para fora do peito, de tanta ansiedade. Será que ela rejeitaria novamente? Será que ela sentia ainda algo por ele?
Instantes depois, apesar de tudo que poderia haver como consequência, os dois estavam se beijando. A paixão e a saudade foram grandes demais para que o autocontrole e a moral de um ou do outro pudesse refrear.
Lizzy não conseguia parar de sentir uma felicidade explodindo por dentro, estar novamente com ele era um sonho que já tinha sido entendido como impossível.
Mas, aos poucos as lembranças de Henry invadiram-na com uma grande carga de culpa, e ela não conseguiu segurar o desprezo que sentiu ao perceber o que estava fazendo.
- Para. - ela empurrou ele - Não, não posso, você não consegue entender? Eu tenho um namorado, uma vida que consegui refazer com muito esforço, e quando mais precisava de alguém... ele estava lá, você estava com outra.
Ele a olhou perplexo, pela dificuldade de aceitar aquelas palavras, sabendo ser simplesmente a mais pura verdade.
Darcy ainda tentou falar alguma coisa, mas, não conseguiu. Ela o olhou com decepção e saiu do quarto, o pior de tudo foi o silêncio que se impregnou no cômodo, só fez tudo ser maximado. A dor dele por ela só aumentava, o fazendo entender que (talvez) fosse um erro ter ido procurar ela.
Talvez tudo fosse um erro.
......
Após tomar um banho e procurar por algo deixado por Catherine na cozinha, já que ontem tudo foi um grande borrão e não se lembrava se ela havia (ou não) passado ali, Darcy resolveu cozinhar algo para eles naquela manhã.
Ele sabia que ontem tinha acontecido alguma coisa, mas, não tinha certeza, só sentia a forte ressaca, que fazia sua cabeça implorar por medicação.
Um tempo depois de arrumar a comida - meros sanduíches, salada de frutas, sorvete e suco, nada realmente extravagante - ele escutou a campainha tocar.
Darcy bufou, já sabendo quem era.
- Bom dia, Henry - tentou ao máximo não expressar sua infelicidade em vê-lo ali.
- Bom dia, sr Darcy
Após ele entrar e Darcy revirar os olhos de raiva
- Sabe, é só Darcy, não sou tão mais velho que você ou a srta. Bennet.
- Hm, ok. Darcy é um nome diferente né?
- Na verdade é meu sobrenome, William é meu nome, mas, todos me chamam de Darcy.
- Ah, entendi! Desculpa a confusão, senhor.... Digo, Darcy!
Darcy fez um mero sorriso, mas, ao voltar para cozinha, só imaginava as maneiras de matar aquele idiota e em como pedir desculpas para Elizabeth, demonstrando que sentia muito.
- Bom dia
Os dois olharam para a escada, e ali estava ela. Lizzy se sentia tão confusa e perdida em ver os dois ali tão perto, sentia culpada pelo o que havia acontecido ontem (maldita hora que voltei para casa) e não sabia como agir perto de Henry, sua vontade era de contar tudo, pedir desculpas e fugir, não necessariamente nessa ordem.
- Oi amor!
Henry a abraçou e tudo que Darcy queria era ser ele, sentir ela daquela maneira, ser a razão do sorriso dela, poder dizer 'meu amor' e não ter vergonha de todos aqueles sentimentos. Ele voltou para cozinha, fingindo que tudo estava bem
- Preparada? - Henry acariciou o rosto dela
- Para quê, anjo? - Lizzy afagava o rosto dele, sorrindo, e tentando fingir que tudo estava bem.
Henry sussurrou em seu ouvido e ela por um instante quis suspirar. Ela tinha esquecido completamente que aquele dia era o dia deles, que Henry ficava assim, todo ansioso esperando para eles finalmente terem um tempo só deles e bem juntos... Mas, como ela poderia fazer isso? Ela tinha beijado outro no dia anterior, percebido que aqueles sentimentos do passado estavam bem vivos e, o pior de tudo, eram mais intensos que o que ela sentia por Henry.
Lizzy sabia que tinha que terminar porque isso não era justo com um cara como ele, só não saberia fazer isso naquele instante.
- Anjo... desculpa, mas hoje não vai dar, não me sinto bem. - ela olhou para o chão, tentando não encarar os olhos dele.
- Tudo bem, Liz, se você não tá bem, fazemos qualquer coisa. Só quero te ver feliz - Ele sorriu para ela, e estranhou a falta de reação dela.
- Vamos só sair, ok?
- Claro
Darcy conseguiu escutar a conversa e teve mais certeza do que nunca que precisava lembrar do que havia acontecido ontem, pois, com certeza tinha sido algo sério.
Quando eles estavam de saída, Darcy apareceu.
- Desculpem pela intromissão, só vim avisar que vou sair...
- A gente também - Lizzy cortou, não queria ouvir mais nada.
- Bom, até mais tarde.
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Casos & Descasos
RomanceElizabeth Bennet vive uma vida contraditória, ama estar longe de casa e não quer saber de corresponder as expectativas que sua mãe tem para ela e suas irmãs. Estava muito bem em Harvard, que ficava bem longe de casa, até que teve que voltar... No me...