Darcy percebeu o estado dela assim que eles chegaram no London City Airport, era uma da manhã, e por mais que não estivesse lotado aquele local como da última vez que estivera ali, por alguns segundos ele desejara que estivesse. Todo aquele silêncio e o vazio, só faziam a sensação de tristeza e angústia aumentar, tanto para ele quanto para ela (ele sabia). Não demorou muito para levarem as coisas para o táxi, em direção à rodoviária.
Lizzy nada falou durante todo o caminho, seus olhos continuavam sem nenhuma vida, e Darcy só esperava que quando eles chegassem em Derbyshire e ela visse o próprio pai, tudo ficaria bem. Darcy só queria vê-la sorrindo.
Ele tentou puxar assunto, fazer alguma piada – coisas que eles sabiam que ele não tinha muito jeito –, Lizzy o olhava com atenção, fazia um singelo carinho no cabelo dele e voltava para o silêncio. Darcy estava cada vez mais preocupado.
Só depois das exaustivas seis horas de viagem no ônibus que Lizzy pareceu acordar. Ligou para Jane para saber onde eles estavam e finalmente disse algo que trouxe esperança a Darcy.
- Não parei de rezar por ele. Sinto que vai dar tudo certo. – em resposta, ela apertou as mãos dele junto às dela.
Darcy sorriu com aquele mínimo detalhe e a abraçou, ele só queria que as coisas voltassem ao normal (mesmo sem saber o que o normal deles seria) e que eles ficassem juntos, algo que ele ainda não sabia, mas esperava ter ciência depois que a situação do pai dela se resolvesse. Coisa que o fez lembrar de ligar para seu médico, dr. Wickham.
- George? Bom dia, sou eu, Darcy.
- Olá, Darcy! Quanto tempo! Quais são as novidades
Enquanto viu que Lizzy retornara a ligar para Jane, para saber mais sobre seu pai, Darcy começou a contar toda a situação sobre o pai dela, Sr. Bennet, e perguntou se Wickham tinha a possibilidade de ir até Derbyshire vê-los e se sim, depois eles poderiam tratar o pai de Lizzy em Londres (claro tudo pago por Darcy, coisa que até Lizzy tinha noção, mas, não sabia como lidar com isso, já que só queria ver seu pai bem).
Em pouco tempo, eles chegaram na casa de Lizzy e Mary estava no portão, aguardando a chegada dos dois.
- Elizabeth! Meu Deus, quanto tempo! – Uma garota em seus, talvez dezesseis anos saiu correndo para abraçar Lizzy, Darcy observou atentamente. – Eu senti tanto a sua falta, agora com papai assim, eu... – A menina ia começar a chorar...
- Calma, Mary. Eu voltei para ajudar vocês, nunca abandonaria papai, principalmente agora! Eu sempre vou cuidar de vocês, ok? – Ela abraçou apertado a irmã pequena, e olhou de relance para Darcy, que estava surpreso com aquela resposta.
Mas, Darcy entendeu o que Lizzy planejava. Ela estava tentando ser forte para sua família, e por isso durante todo o caminho até eles chegarem, processou sua dor e tristeza, já que ali, não haveria oportunidade para fazer tranquilamente.
Algo naquela atitude dela mexeu com Darcy, pois, ela confiara nele em ser ela mesma naquele momento tão ruim e angustiante da vida dela, sem tenta esconder ou fingir que estava bem. Apesar da situação, entre eles, aquilo era um bom sinal.
- Quem é você? – Mary depois de enxugar as lágrimas, fitou Darcy
- Eu... – Darcy gaguejou sem saber o que dizer... Era amigo? Cunhado? Namorado da irmã? Quem ele era?
- Darcy! – Os três olharam para Jane na porta da antiga casa dos Bennets, que correu em direção deles – Finalmente vocês chegaram.... Você poderia ajudar ele, levando com as malas para dentro, Mary? Preciso falar com Lizzy à sós.
O jeito de Jane dizer Lizzy chamou a atenção deles, até de Mary, e silenciosamente, Darcy preferiu deixar elas se resolverem sem qualquer interferência e seguiu Mary que começou a fazê-lo um monte de perguntas, desde onde morava até se Bingley era realmente tudo isso que Jane contava no telefone...
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Casos & Descasos
RomansaElizabeth Bennet vive uma vida contraditória, ama estar longe de casa e não quer saber de corresponder as expectativas que sua mãe tem para ela e suas irmãs. Estava muito bem em Harvard, que ficava bem longe de casa, até que teve que voltar... No me...