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Jane e Darcy se olharam. Darcy queria morrer ao pensar que sim, ele realmente precisava voltar. Esse era um momento realmente delicado e não podia deixar nem Lizzy nem Jane sozinhas. Quando ia responder, Bingley surgiu pelo corredor.

- Jane? – Ele a viu chorando, próxima de Darcy e saiu correndo até ela. – O que houve, meu amor?

Jane nada disse, só abraçou Bingley que olhou para Darcy apreensivo.

- Não temos notícias boas. – Darcy simplesmente disse.

- E agora? – Bingley abraçou Jane.

- Eu quero ficar com meu pai. – Jane disse.

- Irei junto, quero explicar direito o que está acontecendo. Tudo bem? – Wickham olhou para ela e Darcy.

- Claro, dr.- Jane se dirigiu para o quarto junto dele e Bingley e Darcy ficaram para trás.

- O que ele falou?

- Bingley, infelizmente é muito provável que o pai de Jane tenha outro AVC, por ser hipertenso, e ele já está sofrendo sequelas do primeiro... E como ele não foi tratado rapidamente, a chance de que na segunda, o organismo dele não aguente, é quase certa.

Bingley olhou com choque para Darcy.

- Elizabeth... Ela sabe?

- Não, George nos contou e descobriu tudo isso agora, se não fossemos hoje ver isso, os médicos teriam avisado os pais de Jane hoje, de qualquer modo. Eu não sei o que Lizzy pensará sobre tudo isso. – Darcy queria fugir e abraçar Lizzy com toda a força que tinha.

- Então traga as meninas, elas têm que estar com o pai agora. – Bingley falou preocupado

- É esse o meu problema, eu necessito voltar para Londres, Gi está sozinha até hoje, a empresa vive me mandando e-mail, anexando os documentos acumulados que preciso resolver antes que eu entre numa falência... Eu preciso ir – Darcy olhou para baixo, querendo que a realidade fosse outra, que ele pudesse ficar, que o pai de Lizzy estivesse bem... Ele estava quase chorando de preocupação, sem saber o que fazer.

- Tudo bem. – Bingley chamou sua atenção. – Você resolva as coisas em um ou dois dias e volte. Até lá, eu fico aqui, trago as garotas, cuido de Lizzy enquanto você não está aqui. Eu sei que você quer ficar, por ela, apesar de não poder. Ela vai entender....

- Não, não vai. – Darcy o interrompeu, o tom de sua voz era sarcástico, porque conhecia o temperamento daquela mulher que o enlouquecia há meses. Aquele seria o fim deles, definitivamente, porque Darcy não aguentava mais essas idas e voltas, arrependimentos e decisões que ela tomava inesperadamente. Ele sabia que se fosse para terminar mais uma vez, que fosse definitivo, porque ele precisava seguir com a vida dele.... Mesmo que ele desejasse, com todas suas forças, que fosse com ela.

Momentos depois, os dois entraram no quarto.

- Obrigada, Darcy, por trazer o dr. Wickham aqui. – Sr. Bennett olhou para ele, com uma aparência calma.

- Não precisa me agradecer, eu desejaria poder fazer mais...

- Está tudo bem. – Sr. Bennett sorriu enquanto Darcy não conseguia encará-lo – Queria que alguém pudesse trazer Lizzy e as meninas para eu vê-las.

- Elas virão pai, na parte da visita da tarde, eu trarei todas. – Jane olhou para ele, preocupada.

- Bom, infelizmente... Eu preciso ir agora. – Darcy olhou para todos, entristecido.

- Não precisa ficar assim, Darcy. Eu estou bem com a situação e não tenho medo do que vier. E além disso, fico feliz por você fazer minha filha feliz, do mesmo jeito pelo o que sinto por Bingley. Eu e minha esposa agradecemos por toda atenção e carinho que têm por elas – Sr. Bennett segurou na mão de Jane e de sua esposa, que estava chorando silenciosamente.

Darcy não sabia o que dizer, tudo que lhe vinha em mente parecia insuficiente. Ele somente acenou com a cabeça, como forma de agradecimento, e deu um tímido até logo para todos e saiu junto de Wickham, em direção ao ponto de táxi.

.....

Elizabeth parecia estar sonhando, parecia que ontem ela e Darcy estavam ótimos vivendo juntos (?) próximo a Harvard... E agora, ela estava na cozinha de sua casa, fazendo almoço para Bingley e a irmã que chegariam do hospital... Onde estava seu pai.

Ela estava segurando o choro a horas, para demonstrar força e ajudar as suas irmãs mais novas, por isso, ela sabia que ainda não poderia perder o foco e simplesmente chorar.

Quando escutou a porta da frente se abrindo, correu em direção dela, imaginando – por alguns instantes – que ele estaria com Jane e Bingley. Mas, a realidade fez com que sua ficha caísse.

A mala de Darcy não estava mais lá, o quarto em que ele ficou... Estava vazio.

- Oi Elizabeth – Bingley disse sem graça.

- Oi – Ela ainda estava meio perdida, sem assimilar que por alguns dias não veria Darcy... Sem contar que não sabia se seu pai iria melhorar, se eles tinham novidades... – C-como... Como foi lá?

- Lizzy... A gente precisa conversar. – Jane apareceu e seu rosto inchado, com os olhos vermelhos, preocuparam Elizabeth.

- Tudo bem – Seu coração batia tão forte, que ela estava sentindo que iria desmaiar de nervosismo a qualquer momento. Ela não aguentaria nenhuma notícia ruim àquela altura.

Jane e Bingley, silenciosamente, a seguiram até a sala e todos se sentaram no sofá. Lizzy apertava as suas mãos com força e olhava para os dois, esperando pelo pior. Jane suspirava fundo, tentando se acalmar para explicar tudo à irmã.

Aos poucos, Jane explicou tudo que Wickham havia lhe dito mais cedo, o que os exames apontaram para a condição do pai delas, e que a possibilidade de ele sofrer outro AVC e não sobreviver era grande.

Lizzy chorava. Ela perdia duas pessoas, naquele dia, que tanto amava.

Ela veria Darcy de novo? Quando? Antes do pai dela morrer? Morrer....

Elizabeth não sabia como sobreviver com ideia de não ter mais o pai dela, de não escutar a voz dele, ver os vídeos dele fazendo palhaçadas para fazê-la rir....

- Eu quero ver o papai, agora. – Lizzy se levantou e enxugou as lágrimas.

Casos & DescasosOnde histórias criam vida. Descubra agora