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Alguns dias depois
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Darcy abriu a porta do seu carro e Lizzy saiu envergonhada. Era o dia do batismo e ela não pode ir até a igreja, que ocorreria o evento, com sua família ("porque o carro já estava lotado, então, por que não ir com o padrinho do seu sobrinho?), Jane insistiu para que ela fosse com Darcy e até pediu para o mesmo antes que Elizabeth pudesse impedi-la.
Darcy já havia percebido as sutilezas de alguns pedidos feitos por Bingley e Jane, que eles estavam tentando fazer com que ele e Elizabeth voltassem a estar mais próximos. Isso não era algo ruim para ele, pelo contrário, mas, ele ficava preocupado com Lizzy que nunca reagiu muito bem a tudo que fosse imposto a ela. Os dois conversaram sobre amenidades durante o caminho, já que Lizzy não conhecia muito bem a igreja London Oratory, que fica próxima da região Knighsbridge, e a forma de se chegar lá. Darcy contou a ela um pouco dessa igreja, muito frequentada pela família de Bingley, a qual era enorme e o interior dela era simplesmente magnífico.
Ao chegarem, Darcy fez questão de abrir a porta do carro para Lizzy e essa lhe pareceu envergonhada por toda aquela atenção, será que... Não, não poderia ser. Se fosse, ele diria – passava esse questionamento na cabeça de Elizabeth, sobre Darcy ainda sentir algo por ela.
Ele a encarou, enquanto arrumava o vestido que usava, era um azul bem claro, de tiras finas e bem colado em seu corpo. Fazia Elizabeth parecer mais linda do que já era, combinando com a cor pálida e seus cabelos castanho escuro. Ela levantou a cabeça e o viu a encarando, e sem conseguir impedir sua reação automática àquela situação, Lizzy sorriu enquanto mexia no cabelo.
- Alguma coisa no meu vestido? Está bom? – Ela olhava para baixo, fingindo ser esse o problema.
- Não, não... É... Está perfeito em você, L-Elizabeth. Você está linda, claro. – Ele limpou a garganta enquanto tentava se lembrar que não tinha mais o direito de chamá-la pelo apelido, e tentava não demonstrar o quão cativado estava por ela inteira... Ele sorriu timidamente e abaixou a cabeça.
- Você pode me chamar de Lizzy, se quiser, Darcy. E... Você está muito lindo, também. – Ela o olhou bem fundo nos olhos dele e foi se aproximando, seu coração acelerou com a atitude.
Darcy percebeu que ela estava se aproximando, só conseguia sentir seu coração quase pulando do peito de tão rápido que batia. Ele não conseguiu dizer nada, somente esperou.
Lizzy eliminou totalmente a distância entre eles e caíram em um silêncio. Apesar de não dizerem nada, seus olhos expressavam milhares de sentimentos guardados.
Ela se colocou na ponta dos pés e o que, na cabeça de Darcy, seria ser um beijo – fazendo-o, imediatamente, fechar os olhos –, ele somente sentiu ela retirando algo que estava entre seus cabelos (algo que ele não percebera estar ali). Ele, rapidamente, abriu os olhos e olhou confuso para ela.
- Essa folha caiu bem em cima da sua cabeça, estava engraçado, mas, não dá para meu sobrinho ser batizado com o padrinho dele assim, né? – Lizzy riu baixinho enquanto ficava em sua altura normal e o olhando atentamente. Ela sabia que aquilo tinha sido muito corajoso e direto, da parte dela, e apesar de estar morrendo de vergonha por dentro, não se arrependia do que havia feito, pois, ela percebeu como ele estava. Alguma coisa ele sente.
- Você realmente quer que eu tenha um infarto, né? – Darcy não conseguiu filtrar seu pensamento, e só percebeu depois o que havia dito. Ele olhou rapidamente para ela, já arrependido do que havia falado. O rosto dela esboçava um pouco de tristeza, de repente, fazendo-o se xingar mentalmente pelo o que havia falado. – Lizzy, desculpa... E-eu sou um idiota. É que você veio tão... E e-eu... Eu... – Ele estava perdendo o raciocínio do que dizer enquanto percebia ela indo em sua direção.
Ela, sem qualquer indicação, o abraçou. Bem forte, ele podia sentir os braços dela o segurando, com toda sua força, fazendo-os ficarem realmente juntos. Ele sentiu o coração dela batendo muito rápido, a cabeça dela não estava muito abaixo da dele, conseguia se encaixar perfeitamente em seu pescoço e aquilo tudo era incrivelmente tudo que ele queria. Ele a segurou, em resposta àquela atitude, e acariciou os cabelos macios que tanto amava.
- Você me desculpa por ser um idiota? – Ele sussurrou no ouvido dela.
- Sempre
Toda aquela situação repentina estava fazendo Darcy ter esperanças novamente. Ele queria poder dizer tanta coisa à ela, mas, a situação não era ideal, havia tanta coisa a ser resolvida... Darcy queria que tudo entre os dois ocorresse de forma tranquila e perfeita.
Eles escutaram o celular dele tocar muito alto e se separaram. Era audível os gritos de Bingley falando para os dois entrarem na igreja porque estavam atrasados. O rosto de Lizzy ficou envergonhado por tudo aquilo e somente sussurrou um vamos.
Darcy, resignado, respirou fundo e a seguiu até a igreja, onde todos estavam esperando.
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Após aquela aproximação entre os dois no dia de batizado de Tom, Darcy e Lizzy começaram a enviar, um para o outro, mensagens pelo celular todos os dias. Falavam sobre suas rotinas e como as coisas estavam malucas com o início do planejamento de casamento de Jane e Bingley, que ocorreria na casa que eles moravam ali em Derbyshire.
Os dois seriam o par no casamento, tendo em vista que ela seria a madrinha e ele o padrinho, e comentavam diariamente como eram malucas as escolhas que o casal estava tomando para a comemoração.
- Bingley sempre foi cheio de frescuras, mas, querer pombas brancas na frente de casa é simplesmente RIDÍCULO. – Lizzy riu ao ler aquela mensagem.
- Jane sempre sonhou com uma cerimônia e festa grande para seu casamento, por isso ela não consegue ver que eles estão exagerando demais... Se fosse no meu, seria algo bem pequeno, aqui em casa, só algumas peônias e velas decorando o local... DEFINITIVAMENTE sem pombas! – Darcy olhou, com tanto carinho, para aquelas palavras...
- O que mais imagina para o seu casamento?
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Casos & Descasos
Storie d'amoreElizabeth Bennet vive uma vida contraditória, ama estar longe de casa e não quer saber de corresponder as expectativas que sua mãe tem para ela e suas irmãs. Estava muito bem em Harvard, que ficava bem longe de casa, até que teve que voltar... No me...