XVI

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Uma semana depois..

...

– Não vai querer me acompanhar até o aeroporto? – Lizzy perguntou enquanto via que o ônibus, pelo qual esperava, estava quase chegando.

– Você sabe que não, Lizzy. Eu te disse. Não espere mais nada de mim. Faça o que quiser, mas, esqueça que eu existo, tá legal!? – Jane estava com os olhos cheios de lágrimas. Lizzy podia ver o quão triste Jane estava pela sua partida.

– Jane...

– Papai e mamãe podem ter aprovado. Até nossas outras irmãs, mas, eu não. Nem Bingley gostou! Não te reconheço mais, Lizzy. Você deixou Darcy ir embora. Nem correu atrás dele, nem nada! – No momento em que a irmã mencionara Darcy, Elizabeth se lembrou da noite em que soube da partida dele e de como chorou a noite inteira, mesmo sabendo que a irmã e qualquer um daquela casa estariam escutando.

– Não quero falar sobre isso. – Pegou as duas malas, segurou-as fortemente enquanto o ônibus estacionava logo ao seu lado, e suspirou. – Então é isso? Nem um abraço nem nada?

– Este vai ser o meu jeito de te mostrar o quão decepcionada estou, por você estar voltando para lá. – Assim, Jane não quis esperar nenhuma resposta da irmã, deu as costas e correu em direção ao caminho em que tinham feito anteriormente.

– Adeus para você também, Jane. – Lizzy sussurrou, um tempo depois, enquanto o ônibus já se distanciava da imagem de Jane, que andava sozinha naquela rua.

Lizzy não sabia o que pensar. Sua cabeça estava explodindo de mil possibilidades sobre se o que Jane havia dito era certo ou não.

Eu deveria ter impedido ele? Se eu tivesse, teria mudado alguma coisa?

De tudo o que pensou, uma única coisa continuava secretamente guardada no coração dela, algo que ela não ousava – ainda – dizer em voz alta, mas que ela sentia com toda a força de sua alma... Lizzy sentia falta dele. Sentia falta do tom forte que a voz dele tinha, o jeito pedante que os olhos de Darcy encaravam os dela, o cheiro delicioso que ficara impregnado em sua roupa na última vez que ela o viu.... Ela sentia falta de cada partícula que formava aquele homem. O homem que havia conquistado o coração dela, mesmo que ela ainda não admitisse.

Porque admitir, para Elizabeth, era causar todo um impacto na vida dela, da qual – ali, naquele momento – não resolveria nenhum dos problemas, só os aumentaria. Então, ela preferia se distrair da verdade, era mais fácil negar e continuar o rumo de sua vida. E o rumo, naquele momento, era voltar para Harvard, longe da família e longe de quaisquer distúrbios que o coração dela tinha ao pensar em Darcy.

Um longo tempo depois...

Ao chegar novamente no mesmo aeroporto lotado de pessoas indo e vindo, Lizzy achou sensato sentar por alguns instantes em um dos bancos perto de uma cafeteria. Suspirou nervosa e ansiosamente por qualquer coisa que a distraísse. Lembrou de sua passagem e resolveu já deixar em mãos, faltava algumas horas ainda para o voo, mas sentir a sua garantia de liberdade, em suas mãos, era o que mais precisava.

Fechou os olhos e pode relembrar de novo dos enormes campos que existem em volta da faculdade, da paz e tranquilidade que sentia em ficar debaixo de uma das grandes e velhas árvores, pegar um de seus livros e ler sem qualquer distúrbio ou problema.... Aquilo era o que necessitava para viver. Livros e paz, e ninguém tiraria dela agora.

- Posso sentar aqui, ao seu lado? – a voz assustou Lizzy de tal forma que ela quase caiu do banco...

... 

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