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A noite já caiu quando nos agrupamos na sala de estar com vista panorâmica. Eu tomei uma ducha e troquei o biquíni por um vestidinho curto, cujas alças finas exibem a vermelhidão de sol em meus ombros. Estou me sentindo exausta e enérgica ao mesmo tempo.

— Espero que gostem de hambúrguer e fritas — Pedro fala, apontando para a pilha alta de aperitivos gordurosos na mesa de centro.

Meu estômago ronca. Não tinha percebido que estava faminta até agora.

— Eu amo! — Trato de pegar um lanche e mordo como se fosse a coisa mais gostosa que eu já provei na vida, deixando um gemido de prazer escapar sem querer. Talvez seja mesmo a coisa mais gostosa que eu já comi. — Pensei que o jantar seria caviar ou essas coisas chiques que servem no restaurante onde eu trabalhava.

Cubro a boca porque estou falando enquanto mastigo.

— Tá brincando? — Pedro ri. — Aquilo é moda do Ian, que insiste em gourmetizar a imagem da banda.

— Eu ouvi meu nome? — Eu viro ao ouvir a voz do meu chefe, entrando na sala. Ele está com o braço em torno dos ombros da Lana, que veste uma saia de couro curtinha e uma blusa cropped.

— A Julie estava falando que você é um chefe incrível — mente e em seguida trata de disfarçar o assunto. — Aí, Lana, pega um hambúrguer.

Ele estica a bandeja em direção da loira, que se desvencilha do namorado para aceitar a oferta. Ian não diz nada, mas algo parece tê-lo deixado incomodado.

— Senta aqui, meninas! — Kyle chama, abrindo um espaço no sofá.

Sarah logo garante o lugar ao lado dele, me deixando sem escolha a não ser sentar no estreito vão entre ela e o Pedro, de modo que as nossas pernas se tocam. Meu ex deixa o braço repousar no encosto ao redor de mim. Seu cheiro gostoso de perfume pós-banho invade todo meu espaço pessoal

— Dá pra chegar pra lá? — reclamo.

Pedro olha para o lado.

— Não dá, não.

A pior parte é que ele não está mentindo, nem implicando. O sofá cinza é espaçoso, mas tem gente demais, então Beatrice tem que sentar no chão entre as pernas do Luke, Lana fica no colo do Ian, e Erick fica no braço do sofá, ao lado do namorado.

Eu viro os olhos. Tento me concentrar em qualquer coisa que não seja as superfícies de contato entre os nossos corpos, mas é uma tarefa complicada.

— Vamos jogar um jogo pra passar o tempo? — Kyle sugere, animado.

— Tipo o quê? — Sarah se interessa.

— Beija, casa ou mata — Pedro decide. — Começa aí, Luke.

Ele dá uma cotovelada provocativa, sabendo que colocou o amigo numa enrascada. Esqueça "verdade ou desafio". Não existe jogo da discórdia mais eficaz do que "beija, casa ou mata".

— Quais as opções?

— Qualquer pessoa aqui da sala. Não vale repetir.

Luke umedece o lábio e sacode a cabeça. Beatrice sobe o olhar para o guitarrista, cheia de expectativa.

— Beijo a Bea, mato o Pedro, caso com... — Ele corre os olhos pela sala, tentando decidir qual opção vai ferra-lo menos. — O Erick, sei lá. Que merda, cara! E você, hein?

— Beijo a Sarah. — Pedro levanta uma sobrancelha, sem pensar duas vezes. Sinto o sangue ferver. Não acredito que ele disse isso. — Caso com a Lana, depois mato o Ian... se ele não me matar primeiro, claro.

Meu chefe só dá um risinho frouxo, mas o restante das pessoas parece achar bastante graça.

— E você, tiete?

— Beijo o Kyle — rebato sem travas na língua, soltando fogo metafórico pelas narinas. — Caso com a Sarah. Mato você.

— Alguém se meteu em problemas! — Luke provoca, e todo mundo acha graça, menos eu que cruzo os braços com um sorriso amarelo.

— Relaxa, tiete. — Pedro derruba a cabeça perto do meu ouvido. — Se ficar com ciúme, eu beijo você também.

— Não tô interessada! — Faço uma careta, tentando chegar mais pro lado, mas não tenho espaço. — É sua vez, Sarah.

— Caso com você, beijo a Lana e mato o Kyle... de tesão — a última parte é dita tão discretamente, que eu não sei se alguém além de mim escutou, talvez só ele.

Ouch... — Pedro finge sentir dor. — Eu perguntaria o que a Lana tem que eu não tenho, mas acho que dá pra deduzir... com todo o respeito, Ian. — Ele ergue as mãos.

Eu sei que Pedro não me deve nada. Nós não temos um relacionamento, nem mesmo um casinho. Nós não temos nada, e eu não estou interessada, mas se ele vai ficar com o braço em volta de mim no sofá, ele pode pelo menos não ficar dando em cima de outras garotas enquanto faz isso.

— Tô passando mal — minto, levantando. — Vou sair pra tomar um ar fresco.

Não espero resposta ou permissão. Apenas sigo para as escadas metálicas, deixando as vozes e risadas altas para trás.

❤️❤️❤️❤️

Gente, eu fiz essa montagem em 1997, não reparem na qualidade plmdds kkkkk.

Vou deixar aqui pq tá engraçada:

💛 enfim, deixem uma estrelinha pra shippar esse casalzão 💛

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💛 enfim, deixem uma estrelinha pra shippar esse casalzão 💛

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Ninguém mais que nós doisOnde histórias criam vida. Descubra agora