Atenção: Esse capítulo é impróprio para menores de 16. A leitura dele NÃO interfere na compreensão do livro, então você pode pular para o próximo se estiver fora da faixa etária ou não ficar confortável com cenas mais descritivas de sexo.
⚠️🔞⚠️
Pedro
Recosto-me no batente e apenas assisto enquanto a Julie revira as gavetas do armário procurando a toalha que ela prometeu me arrumar. Honestamente, eu não tenho problema nenhum com nossos corpos molhados respingando no assoalho, e eu duvido que preservar minha voz seja o motivo pra ter me chamado pra entrar.
A tensão entre nós dois no carro era paupável e, se eu estivesse dirigindo, provavelmente teria encostado em qualquer canto e transado com ela na estrada mesmo. Mas, conhecendo a Julie, sei que ela não vai admitir as intenções em voz alta, então apenas a observo de longe. Ela espalha as peças de roupa no chão, e eu reconheço a camiseta preta que de repente aparece em suas mãos.
— Espera! Eu conheço essa camiseta!
— Era sua!? — Ela atira o tecido preto em minha direção, como se não importasse.
Ao estender diante do corpo, tenho certeza absoluta que é a mesma camiseta que eu lhe dei anos atrás, e eu sorrio, porque imaginava que ela houvesse se livrado de qualquer lembrança que pudesse ter de mim nesse tempo.
— Tá brincando? Era minha camiseta da sorte! Jurei que estivesse condenado a viver azarado pra sempre.
Sem pensar duas vezes, vou arrancando a camiseta molhada. Seria mentira dizer que não noto o modo como Julie desvia o olhar rapidamente, como se o simples fato de me desejar fosse criminoso.
— É. Você é tão azarado – ela diz com sarcasmo. – Eu não posso imaginar ter que viver com todo esse azar. Já pensou? Fama? Dinheiro? Todas as mulheres do mundo caindo aos seus pés?
— Todas as mulheres do mundo? — Solto um riso curto.
Ela nem desconfia que de todas as mulheres do mundo, ela é a única por quem eu realmente senti algo. Não que eu tenha ficado por quatro anos sofrendo sozinho, mas em todo esse tempo eu nunca encontrei outra pessoa que me fizesse sentir como ela me fez. E, claramente, ainda faz.
Passei um bom tempo pensando que eu só queria me sentir especial, e ela me fazia sentir assim. Ela foi a minha primeira fã, minha tiete oficial, mas, depois disso, vieram todas as outras. Veio a fama, o dinheiro, e nada disso me trouxe de volta aquela coisa que eu só senti ao lado dela.
A Julie nunca foi só a minha tiete, ela foi a primeira e única garota com quem eu namorei pra valer, a primeira e única pra quem disse as três palavras. Não à toa o Ian me convenceu a assinar aquele contrato de relacionamento midiático, depois de tanto tempo sem um relacionamento sério, as revistas de fofocas começavam a fazer suposições.
—Tá, nem todas – ela se corrige. – Não eu, por exemplo.
Ela teria conseguido me provocar com esse comentário, se fosse sério. Mas eu sei que ela está só brincando de falar o contrário do que pensa, e só o que me resta é fazer o seu jogo um pouco mais difícil de jogar.
Chego perto, e noto a maneira como seus ombros tensionam.
− Engraçado – provoco. – Não é o que ficou parecendo ainda há pouco, quandovocê tava toda entregue no capô do meu carro.
— Foi um incidente isolado. Fraqueza momentânea.
— Lá em casa também? — Ela assente, e eu enrosco a sua cintura por trás, de modo que ela desiste de caçar a toalha. — Pensei que a gente tivesse superado a fase dos joguinhos. Só para variar... por que não para de tentar resistir quando nós dois sabemos que você tá querendo o mesmo que eu?
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Ninguém mais que nós dois
ChickLitAo abrir mão de sua vida pacata para trabalhar e cursar faculdade, a aspirante a jornalista Julie Affonse irá descobrir que, na frenética Los Angeles, nem tudo será tão fácil quanto esperava. Mas, de todas as coisas que poderiam dar errado, ela não...