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Logo no café da manhã, Beatrice e Luke já estão envolvidos no chamego. O ruivo está com o braço em torno dela no sofá, contando qualquer indecência próximo ao seu ouvido que faz minha amiga rir e ficar corada.

Maior indecência ainda é a Sarah, que fica dando bola para o meu ex-namorado enquanto ele se gaba das próprias conquistas e traga um cigarro na ponta do barco.

Sei que minha amiga estava brincando sobre ficar com o Pedro, mas, se sua intenção era provar que eu me mordo inteira de ciúme, funcionou. Pelo visto, não só comigo, mas também com o casinho dela.

— Quem diria que a Sarah e o Pedro teriam tanto assunto em comum — Kyle comenta como quem não quer nada, passando uma espessa camada de Nutella na sua panqueca.

Nós dois sentados na mesa do deck.

— Então vocês não têm um tipo de código? — Ele me passa a faca e eu pego um pouco da Nutella também, estou faminta.

— Código?

— É, tipo. — Mordo um pedaço da panqueca e prossigo de boca cheia: — Você não ficaria comigo porque o Pedro e eu namoramos, e vocês são amigos, sabe? Um código de honra?

Nah... Eu ficaria com você facilmente.

Isso me pega de surpresa. Meu rosto ruboriza e eu arregalo os olhos.

— Eu tenho namorado — digo, sem encará-lo diretamente.

— É verdade! Aquele que me odeia — ele lembra e ri. Eu viro os olhos, mas ele não está mentindo. O fato de Thomas nunca ter sido o maior fã do Kyle foi um dos motivos pelos quais a gente acabou se afastando. — E é por isso que a gente não fica. Não por causa de algum código de broderagem esquisito.

Claro que Kyle é um gato e Sarah não economizou nos elogios sobre a performance dele, então eu continuo corando e olhando para o meu prato.

—E a Sarah — desvio o assunto descaradamente. — Então... vocês...

— Ela te disse alguma coisa? — Ele parece ansioso e encara minha amiga por sobre o meu ombro.

— Não — minto. Não quero delatar minha amiga. — Eu só presumi que tem um lance rolando. Vocês estavam bem próximos ontem.

—É, a gente ficou — ele conta. — Mas não é nada sério. Acho que ela é muita areia pro meu caminhãozinho.

Eu engasgo, sendo obrigada a lembrar de que "não tem nada de inho nesse homem", como Sarah fez questão de ressaltar. Tomo um gole de suco para ajudar a digerir.

— O que foi?

— Nada — minha voz escapa aguda.

— A Sarah falou alguma coisa, não disse?

— Não! — Sou uma péssima mentirosa. — Sério, ela não disse nada.

— Julie!

— Nada — insisto. — Não é nada. Eu preciso... ir... no... banheiro.

Levanto tão rápido, que não tenho tempo de prever. Trombo de cara com um peitoral masculino cheiroso de perfume amadeirado e cigarro.

— Opa! Cuidado, tiete! — Pedro sorri e me segura. — Tá indo a onde com tanta pressa?

Nossos corpos estão pertos demais. Tão pertos, que eu mal sei onde termina o meu e começa o dele. Tão pertos, que o oxigênio fica denso demais para respirar. Meu coração bate em trotes. Não consigo dizer nada.

— Tiete? Você tá bem?

— Desculpa. Eu... Enjoo marítimo de novo — minto, me esquivando dos braços firmes. — Vou ficar um pouco lá na cabine.

Então fujo rápido, torcendo para que Pedro não me siga pelas escadas e sei que vou inventar pretextos pra não precisar mais subir pelo resto do dia.

Sei que vocês vão querer me matar pelo capítulo pequenininho mas amanhã volto com outro , prometo 💖

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⭐️ Mas votem ⭐️

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Ninguém mais que nós doisOnde histórias criam vida. Descubra agora