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Gravidade: Esse é o nome que os cientistas dão para a força de atração mútua que um corpo exerce sobre outro. Na Terra, por exemplo, ela faz com que todos os objetos caiam no chão ao invés de flutuar. Em Saturno, faz com que meus lábios colidam inevitavelmente com os de Pedro.

A língua quente invade a minha boca, a mão me puxa para perto, as minhas engancham no cabelo, puxando os fios com força o suficiente pra que um gemido abafado escape entre os lábios dele.

— Você é sempre tão violenta quando beija? — Pedro ri.

— Eu aprendi a beijar com você, ou já esqueceu? — Unhas compridas raspam sua nuca, puxando-o para devorar os lábios com um desejo voraz.

— Devo ter sido um ótimo professor.

Suas mãos deslizam para as minhas coxas, puxando as pernas para se enroscarem em seu quadril. Pedro me coloca sentada no capô da Land Rover sem muito cuidado. Eu me ajeito, apoiando os pés no pneu, e ele se acomoda entre as minhas pernas.

O coração bate rápido. Estou muito ciente do volume sob o jeans roçando minhas coxas. Gosto de saber que essa excitação me pertence. Que, nesse minuto, Pedro me deseja mais do que tudo. É a mesma intensidade com a qual o desejo também.

Os dentes se enroscam suavemente em meu lábio, depois deslizam para morder o pescoço. Estremeço. A mão safada escorrega para debaixo da saia curta, e meu coração acelera ainda mais, sentindo a precisão do contato.

É como se ele tivesse um mapa de cada um dos meus pontos fracos.

— Para de ser safado, Pedro.

Como o garotinho obediente que eu sei muito bem que ele nunca foi, Pedro desliza as mãos de volta para minhas coxas, apertando-as com força. Amaldiçoo a velha mania de dizer o contrário do que de fato penso, não queria que essa mão fosse a lugar nenhum, então deslizo as unhas pela braguilha da calça, arrancando de Pedro um gemido.

— Porra, Julie, você não colabora.

Um riso alto escapa dos meus lábios, e eu me afasto um pouco para encarar os olhos verdes repletos de excitação e desejo.

— A gente tem que parar com isso, Pedro.

— Sério? — Os lábios se arrastam em uma trilha de beijos lenta, desde o meu ombro, passando pelo pescoço, até chegar ao pé do ouvido. — Não parece que você quer parar.

Minhas unhas correm pelo peito quente, devagar. Engancho os dedos no tecido da camiseta, em um misto de querer puxá-lo para perto e querer empurrá-lo pra bem longe. Todo esse contato físico compromete a minha capacidade de pensar com clareza.

Um gemido baixo me escapa a cada nova mordiscada que ele deixa na pele sensível do meu pescoço.

— A gente não deveria... — insisto com um resquício de sanidade.

— Por que não? — Os lábios se afastam da minha pele e eu estou gelada. — Só olha ao seu redor, Julie. Não tem ninguém aqui. Nenhum fotógrafo. Nenhum segurança. Nenhuma fã estridente. Só nós dois no lugar mais bonito de Los Angeles. Consegue captar a raridade desse momento?

Sorrio e deixo que meus dedos deslizem pela lateral do seu rosto. A pele clara e macia, sem qualquer resquício de barba por fazer. Pedro é lindo, e é tentadora a ideia ficar a noite toda assim, brincando de esquecer os erros do passado com ele.

— Se fizer silêncio... — prossegue. — Dá até pra ouvir as cigarras cantando.

Eu faço, então nós ficamos nos olhando em silêncio, embalados pelo ritmo estranhamente tranquilizante do canto de insetos. Eu rio baixinho, percebendo a peculiaridade do momento. Pedro ri comigo.

— O que foi?

— Nada. — Balanço a cabeça.

— Se já tiver terminado de contemplar as cigarras, a gente podia voltar a se beijar, o que acha?

Sorrio, enganchando a mão na sua nuca. Sua boca se aproxima para buscar o beijo, mas eu desvio rapidamente. É pura provocação. Pedro ri. Quando eu me arrependo e decido beijá-lo, ele revida fazendo o mesmo. Na terceira investida, nenhum de nós tem forças para brincar de resistir um ao outro, então nossos lábios apenas colidem em um beijo urgente.

Arranhões nas costas e puxões de cabelo. Isso já não é um beijo, é um jogo de poder, e eu não tenho certeza de qual de nós está vencendo. Quando a mão pervertida encontra o caminho entre as minhas pernas outra vez, não faço qualquer menção de impedir.

Dedos habilidosos que me levam para além de saturno. É uma viagem para outra galáxia, outra dimensão, outro universo. Um onde todo som é a voz dele, todo cheiro é cigarro e todo o resto do mundo não importa.

Nossos corpos estão em brasa e, como se o céu tivesse um detector de fumaça, eu sinto a primeira gota cair de lá numa vã tentativa de apagar nosso incêndio particular. Não hesito, nem Pedro.

A minha língua dança em sua boca, devora o gosto da pele sugada entre os lábios, deixando uma marca roxa no pescoço quente. Somos uma bagunça de roupas molhadas e mãos por toda parte. Somos os palavrões que escorrem da boca dele quase sem querer. O puro néctar da paixão e desejo.

Somos o instinto de sobrevivência que eu ignoro. As convicções que eu deixo de lado. As galáxias que explodem dentro dos olhos. Somos eu e ele, e ninguém mais que nós dois no planeta inteiro.

Demorei, mas tá aí, um capítulo INTEIRO de pegação Pedrulie pra ninguém botar defeito!!!!

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Demorei, mas tá aí, um capítulo INTEIRO de pegação Pedrulie pra ninguém botar defeito!!!!

QUERIA MUITO prometer outro capítulo para amanhã, mas é o segundo dia que eu fico trabalhando até quase dez da noite essa semana, então meu tempo está super complicado. 

Enquanto esperam, que tal conferir meu conto inédito "Cerbeijada"que saiu na Amazon hoje?

Não esqueçam de votar! Amo vocês!!

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Ninguém mais que nós doisOnde histórias criam vida. Descubra agora