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𝕡𝕠𝕣 𝕕𝕠 𝕤𝕠𝕝, 𝕝á𝕘𝕣𝕚𝕞𝕒𝕤 𝕖 𝕝𝕚𝕧𝕣𝕚𝕟𝕙𝕠𝕤

– Taeyong?

Ah, como Taeyong gostaria de não ter reconhecido tal voz, queria não conhecer cada som emitido por aquela boca. Sabia quem era, mas simplesmente não queria admitir. Poderia muito bem ser seu pai, querendo o ver pela primeira vez verdadeiramente. Poderia ser Yuta que foi lá apenas para encher seu saco. Poderia ser qualquer um, mas não, tinha que ser ele.

– Taeyong, é você? – a voz estava cada vez mais clara, talvez pela maior proximidade.

Taeyong se virou lentamente como se estivesse sido pego pela própria polícia, não queria olhá-lo, admitir que havia sido pego justamente por ele.

Se manteve cabisbaixo.

Percebeu que mesmo se mantendo calado, o maior não sairia dali. Abaixou a máscara preta apenas para que o outro escutasse o resto de voz que sua coragem lhe permitia soltar.

– Não.

Recebeu uma risada irônica a poucos passos dele.

– Pelo amor de deus, o que você tá fazendo? – Jaehyun agora passava a mão pelo cabelo nervosamente, não estava acreditando no que estava acontecendo. – Isso é uma lata de tinta spray atrás de você?

Lee apenas escondeu mais o objeto atrás de si e como se fosse possível abaixou mais sua cabeça.

Todo o jogo de xadrez que veio planejando em sua cabeça, sempre estando ao menos 3 jogadas à frente de seu pai, sempre estando em uma vantagem vasta de sequer qualquer pensamento do outro. Arriscou cada pecinha da sua vida para jogar tão perigosamente na esperança de um dia conseguir vencer e chegar em seu objetivo sem se machucar. Todos os movimentos que apenas realizou em uma tentativa de se proteger, se considerando o rei, é claro, foi completamente em vão.

Xeque-mate.

Jaehyun chegou em sua vida, sendo apenas mais um jogador amador, todavia, foi o único a conseguir o deixar sem saída.

Fim de jogo.

O rei não está mais no tabuleiro.

Mas...

A vida diferentemente do xadrez, continua após o xeque-mate.

– Taeyong, não precisa ficar com medo. Eu não sou seu pai, não vou te dar bronca. – se aproximou mais. – Só quero conversar.

Se permitiu pela primeira vez o encarar, se sentia envergonhado. A mão de Jaehyun agiu mais rápido que seu próprio pensamento, tirou o capuz de Taeyong, deixando à mostra os fios descoloridos, que na visão de Jaehyun eram adoráveis.

Jung foi caminhando em direção ao seu carro e Taeyong apenas o seguiu em silêncio. Era um turbilhão de sentimentos, não sabia o que falar, como agir ou sequer o que estava sentindo. Jaehyun subiu e sentou do lado direito do capô. Taeyong ficou confuso, não fazia ideia do que o maior estava fazendo.

– Vem cá, senta aqui. – apontou para o lugar ao seu lado.

– Jaehyun...

– Por favor, vamos conversar.

O olhar do mais velho transmitia uma calma que talvez nunca sequer tivesse sentido. Se sentou ao lado do outro no capô. Estavam do lado de fora da faculdade, no muro mais afastado de todos, atrás havia uma espécie de bosque, ou seja, ninguém passava por ali.

Estavam sozinhos.

– O senhorito vai me contar porque estava prestes a pichar aquele muro ou a gente vai ter que partir para o jogo baixo? – Jaehyun perguntou sorrindo.

daddy☽ ; jaeyongOnde histórias criam vida. Descubra agora