Kihyun nunca se considerou alguém sortudo, de fato e não fazia ideia se parar naquele quarto, naquele momento e naquelas circunstâncias poderia ser chamado de sorte, como muitos diriam.
Principalmente se o dono daquele lugar fosse tão bom em brincar...
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Sorte do dia - Desabafe!
Não é saudável guardar suas angústias para si mesmo
Dessa vez, Kihyun não estranhou o fato de ter acordado ainda com os braços de Changkyun ao redor de seu corpo. Os dele também envolviam o mais novo cuidadosamente, tentando não fazer nenhum movimento brusco para não acordá-lo. Os olhos ainda não tinham se aberto direito, mas espiou os cabelos próximos de seu nariz e puxou a respiração devagarinho. Changkyun se remexeu, ajeitando-se ainda mais em seu corpo e Kihyun passou os minutos seguintes recuperando a consciência. O olhar passeou pelas formas do rosto adormecido, custando em se desvencilhar dele sem acabar despertando-o.
Ainda inconsciente, Changkyun agarrou um dos travesseiros e continuou a dormir depois que Kihyun conseguiu se levantar. Saiu do quarto o mais silenciosamente possível e começou a organizar tudo que deixou pra depois na noite anterior. Colocou as roupas de Changkyun pra secar, lavou a louça e procurou alguma coisa pra fazer para o almoço. Aliás, sua mãe chegaria dali pouco tempo.
Quando a porta da frente se abriu e Yeojoo jogou as chaves sobre a mesinha daquele jeitinho cansado e meio espalhafatoso - que era muito parecido com Kihyun, inclusive - o rapaz deu uma corridinha até sala pedindo silêncio. A mulher obedeceu, imitando o gesto do filho por reflexo e seguiu-o até a cozinha.
— O que foi? - perguntou aos sussurros.
— Changkyun está dormindo - respondeu.
— Já é quase meio dia.
— Eu sei, mas... Eu quero deixar ele descansar.
Yeojoo olhou para o filho de forma maliciosa e se aproximou, esbarrando seu ombro com o dele.
— Você o cansou tanto assim, é?
— Credo, mãe. Não - fez uma careta, jogando um pouquinho de água nela - Ele apareceu aqui ontem a noite e está mal por algum motivo, mas ainda não me disse o que foi.
— Mal? - a expressão mudou imediatamente para preocupação - Ele não disse nadinha?
Kihyun negou com a cabeça.
— Chegou aqui ensopado e arrasado. Eu não sabia o que fazer.
— Tem certeza de que ele não arrumou nenhum problema? - Yeojoo perguntou, por via das dúvidas.
— Eu duvido. Ele só tem essa carinha de mau, mas é uma pessoa muito gentil e atenciosa. Eu duvido que ele estivesse fazendo algo errado.
— Hum - apoiou o quadril na pia - Isso não é frango.
