Kihyun nunca se considerou alguém sortudo, de fato e não fazia ideia se parar naquele quarto, naquele momento e naquelas circunstâncias poderia ser chamado de sorte, como muitos diriam.
Principalmente se o dono daquele lugar fosse tão bom em brincar...
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Sorte do dia - Não se exalte!
Devanear depois de agir por impulso não é a melhor saída
O costume de acordar cedo pela manhã não abandonava o corpo de Kihyun mesmo nas noites em que adormecia muito tarde. Algumas vezes, ele ficava realmente chateado por isso, em outras até agradecia.
Ainda estava escuro quando voltou a consciência, lentamente. Um dos braços de Changkyun envolvia sua cintura e a respiração cadenciada soprava em suas costas nuas. Kihyun esfregou os olhos, compreendendo aos poucos a situação em que se encontrava e a ansiedade começou a surgir lentamente de dentro pra fora.
Tinha transado com Im.
Caralho, tinha transando com Im Changkyun.
Embora sua mente estivesse entrando em parafuso, tentou manter a calma para sair daquele abraço - aconchegante, diga-se de passagem - e levantar da cama. Os quadris estavam meio doloridos e aquilo fez uma onda de lembranças afogá-lo. Não podia reclamar de dor nenhuma.
Foi ele quem pediu.
Se apressou em vestir as próprias roupas, tentando fazer silêncio, aproveitando o cansaço incomum que sexo e álcool poderiam causar em um indivíduo e saiu do quarto bem quieto.
Embora a casa de Jooheon fosse grande e ele nunca tivesse colocado os pés ali até a noite anterior, conseguiu fazer seu caminho até o andar de baixo sem problemas, mas ao chegar a sala, percebeu que não tinham ido todos embora.
Hyungwon tinha um pacote de salgadinhos nas mãos e o encarou de cima abaixo, sem disfarçar a desconfiança.
— Saindo à francesa?
Kihyun parou no lugar, um tanto envergonhado. Ainda estava descabelado, com mau hálito matinal, dor nas juntas e o cérebro em crise. Hyungwon, entretanto, estava tão pleno como de costume, aconchegado no sofá.
— Eu preciso ir.
— Me pergunto que tipo de tarefa precise te tirar da cama às cinco e meia da manhã de um sábado.
— Você também já acordou - rebateu, incomodado com aquele tom.
— Eu ainda não fui dormir.
Kihyun fechou o casaco sobre o tronco e suspirou.
— Eu tenho que ir agora. Se puder dizer ao Chang que eu já fui e ele não precisa se preocupar, eu ficaria agradecido.
Pela educação, Kihyun curvou o corpo já que havia pedido um favor e Hyungwon apenas meneou a cabeça, concordando enquanto o via partir.
