Um pequeno garoto corre pelas ruas da cidadela. Vestido com seu casaco de pele de lobo, carrega consigo uma pequena sacola de pano em suas mãos. O ar gelado sai de sua boca devido à respiração ofegante. Seu cabelo roxo desarruma conforme o resvalar do vento.
O povo acompanha a corrida do garoto pelo olhar, curiosos a respeito da sacola que ele leva.
A criança corre até chegar na entrada de uma caverna, e senta sobre algumas rochas da entrada para que possa recuperar seu fôlego esvaído.
Sua testa pinga de suor, gotas que decaem até seus olhos azuis, que se irritam com aquela gotícula salgada.
O garoto se levanta e dá umas batidas em sua calça, andejando lentamente para adentrar a caverna. Aquele lugar é mais aquecido, diferente do frio brusco que reina por fora.Após uma pequena caminhada, a luz de fora da caverna não o alcança mais, entretanto, algo resplandece em seu fundo.
Ele chega a uma enorme galeria, cheia de velas aromatizantes, no canto esquerdo uma pequena cascata de água quente flui até o chão da caverna, escorrendo por um pequeno buraco, onde some dos olhos do moçoilo.
No fundo da galeria, esculpida a imagem de um dragão comprido. Os olhos daquela moldura são duas esferas grandes de cores azul e vermelho. Enquanto embaixo daquela escultura um homem medita.
Ele possui um longo cabelo loiro, que vai até o cóccix. Seu corpo é rasgado por seus músculos. Uma fisionomia esguia. Seu rosto sério se mantém em um alto nível de concentração durante sua meditação:
— Tio Kain? — Tímido, o garoto fala com sua voz fina e amedrontada, tentando chamar levemente a atenção do homem.
O desconhecido abre os olhos azuis, esboçando um sorriso de felicidade.
— Ivolin! Meu sobrinho amado! O que lhe traz aqui? — O semblante contente de seu rosto apazígua o garoto amedrontado.
— Estou conseguindo baforar fogo! — Animado e não mais com medo, ele abre o máximo que pode sua boca em direção ao teto, e com uma força advinda de seu tórax, despeja algo flamejante que sobe num cintilar vermelho de seu diafragma ao externo, queimando por um instante a rocha acima de sua cabeça.
— Que satisfação saber que está progredindo tão rápido meu garoto! você será um dragão poderoso assim como fora seu pai. — Feliz, o tio aplaude de forma lenta, fazendo suas palmas ecoarem e a satisfação tomar conta da criança tímida.
— Obrigado tio! — Ele dá um sorriso de orelha a orelha. Logo se recorda de algo, a preocupação infiltra-se em sua feição perdida. — O sábio pediu para te lembrar que haverá uma reunião daqui a pouco a respeito do conselho de terra.
— Julgo que seria, na verdade, o conselho de guerra... — O esguio homem o corrige, deixando seu sobrinho embaraçado com o equívoco. — Daqui a pouco estarei indo para o palácio, agora deixe-me terminar minha meditação pequeno dragão.O párvulo reverencia o tio, saindo a passos largos para deixá-lo em paz.
Após Kain ver seu amado sobrinho sair de seu santuário, olha para sua lateral. Um pequeno pergaminho com bordas verdes, continha a cabeça de um dragão desenhado em cada uma de suas pontas.
Lorde Kain, um mensageiro havia pedido para lhe entregar este pergaminho a mando dos Avalon.Kain recorda-se do aviso de um soldado a horas atrás.
Percebe que aquele era um pergaminho feito especialmente para ele, e como havia chegado por um estrangeiro, não veio de terras muito próximas.
Temo ler o que está escrito...Folega um último suspiro, soltando dele todo o receio e cólera do temor por tais palavras desenhadas.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Desafiantes - A queda Avalon
FantasyO maior dos Avalon acaba de morrer, um homem sábio e não humano que caiu por terra para resolver a destruição entre os reinos do país de Traekara. Com sua morte o seu maior feito também se esvai, o documento conhecido como Tratado de Paz, a única f...