Golden: Carinho

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O cabelo do cavaleiro de tão longitudinal tampa a faceta de Elizabeth, mas ela não liga, pelo contrário, ama movimentar a bochecha naqueles espetos de seda. 

O combatente de início tinha se amedrontado até que percebe que as mãos delicadas e brancas não podem ser de outra criatura. Se vira e a ergue em seu colo, a garota fecha uma chave de perna em sua cinta tentando forçar cada vez mais o abraço. 

— Jamais fique sumido por muito tempo imbecil! fiquei preocupada! — Ela dá uma martelada com a mão no peitoral da armadura dele.

— Fazia tempo que eu não visitava meu vilarejo, este excesso de areia e ouro me deixa agoniado — O seu brado é rouco.

— E como estão as coisas por lá? — Ela encara aquela máscara de ferro lisa que só mostra seus olhos cinzas.

— Aquele lugar parece que se perdeu no tempo... — Ele acaricia a face dela. — Você tem muita responsabilidade em suas mãos. O reino, os batalhões, tenho medo de que não possa ingerir conta de tudo sozinha.

— Mas tenho você ao meu lado. — Diz Elizabeth, de um jeito afetuoso que até os outros soldados ali presentes se assustaram.

— A senhorinha é uma futura dominadora de um dos reinos mais poderosos deste país. Sou somente um carrasco, quando chegar ao mando não vai discursar apenas com homens de músculo. Vai dialogar com pessoas de cérebro. — Ele a desce de seu colo.

— Junto a todos estes conselhos, ainda não sei como se considera um ser sem cérebro. 

— E seu pai como está? A velhice atacada de Lorde George é preocupante. — A interrogação de seu companheiro trouxe de rememoração a conversa que teve na madrugada.

— Ele é um leão de ouro. — A frase soa recuada, junto a uma faceta que não esconde a tristeza.

— Sim. — O cavaleiro de uma curta risada. — Compreendo.

— Ei, Elligor! — Ambos fixaram os olhares. — Me treine, por favor! Sei mais do que ninguém que no nível que me encontro não vou conseguir amparar este reino.

— Eu igualmente sei disso, mas creio não ser apropriado para lhe treinar, todavia, lá no meu povoado existe um homem que pode fazer isto. Caso tenha disponibilidade alguma época, pedimos para que ele a treine.

— Agradecida! Enfim. Onde estão os relatórios de campo? — A princesa estende a mão.

— Aqui. — Elligor passa um pergaminho que está na mesa e coloca em monopólio de Elizabeth — Não sei porque ainda os pede mesmo sabendo que não são de nenhuma ajuda.

— Elligor... Por quantas guerras você passou?

— O suficiente para apreciar desde o pôr-do-sol até um pequeno sorriso.

Elizabeth sorri da fala do agigantado.

Este é o meu favorito. 

Desafiantes - A queda AvalonOnde histórias criam vida. Descubra agora