Desafiantes - A queda Avalon

Yorochi: Pecado

No desespero, Edgar corre com ira em direção a David colidindo suas espadas, as faíscas saem conforme a impetuosidade é despejada naquela sala. 

O sangue do garoto desce como um rio sobre a lenha até o pé de um dos soldados que vigia a câmara, as espadas batem-se enquanto os corpos dançam uma arte violenta sobre a música do abalroar dos metais. — Isso não é extraordinário Ed!? — Pergunta David chutando-o para próximo do jardim. — Ambas as armas podem aniquilar um ao outro com singular golpe, não é magnífico!? — Os dois cruzam suas espadas novamente. David dá um soco na cara de Edgar, a cobra abaixa-se e executa uma rasteira na águia que cai sobre o sangue do garoto morto.

David ergue sua espada para que a de Edgar não possa recostar no seu corpo, ambos se olham com cólera, a alma já quebrada daquele que perdeu tudo entra em conflito contra aquele que não possui mais nada para perder. 

David consegue rodopiar para distanciado e se hastear novamente, todavia Edgar não o dá sossego, a cada novo golpe, a cada passo de arranjo alterado, ambos arrastam seus pés como uma dança por íntegro salão.

Conforme o tempo passa mais esgotado ambos ficam, os braços pesam a cada balançar de espadas, conforme se consegue avistar o ar cálido saindo de suas bocas, o suor deixa as roupas molhadas e embaça os olhos, mas a peleja se intensifica gradualmente. 

Os tecidos rasgam, mas os golpes são mais fortes, ambos desviam de estocadas e cortes fatais e posto que tentam revidar suas espadas são rebatidas. Na cabeça de Edgar o passado vinham a tona durante um período que eles podiam ser felizes, entrementes o acordo de Paz.

Ambas crianças correndo pelo bosque e caçando juntos animais. Quanto mais Edgar ensina a seu amigo sobre as cobras, mais David instrui seu companheiro a respeito das águias, e uma promessa invariavelmente a ser mantida, independente dos acontecimentos do porvir. 

Sempre seriam amigos. 

— Sempre amigos... — Sussurra Edgar. David escorrega no sangue de Shaw, e com a brecha o príncipe Yorochi corta de raspão a sua coxa deixando-o declinar de joelhos no chão.

Os soldados tentam pará-lo Edgar atravessa com a espada o seu peito de um deles e o coloca na parede, conforme o outro ousa brigar, suas costas são acertadas pela lança de Oboros, que atravessa a porta em busca de Edgar.

— Eu disse que viria em sua direção. — Diz Oboros sorrindo. — Temos que desaparecer, o império inteiro está em chamas. Cadê Shaw? — A general olha o atalho de sangue que segue até o párvulo sucumbido na quina da sala.

— Vamos Oboros... — Edgar não consegue conter as lágrimas em um tom de voz tão frívolo.

— E ele? — Oboros aponta para David. — O deixará?

— O acertei, não há mais vida para ele. — Edgar encara o líder Halk.

— O arrependimento sempre será seu maior pecado, meu velho amigo. — Diz David.

— E o ódio sempre será o seu, meu velho amigo. — Responde Edgar.

Edgar pega o corpo de seu irmão e sai da sala com sua General. Deixando com que o veneno mate o líder das águias com o atravessar do tempo. 

A cavalo descem as montanhas de retorno para o império Yorochi, os soldados gritam vitoriosos. Sentem-se vingados, mas não o príncipe. Apenas Oboros vê suas lágrimas descerem seu rosto, com o corpo de seu irmão nos braços.