Gaillard: Linhagem

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A manhã vem com o mesmo pesar do ar gelado das montanhas do sul branqueando as gramas e os frutos das fazendas, o sono dos trabalhadores apressadamente dispersa com o tremelique absurdo de seus corpos desesperados para se aquecerem. 

É a hora de acordar e labutar. O ambiente gélido é efêmero e o sol brando retira lentamente aquele frio agressivo.

Para aqueles que vivem no palácio o dia começa mais tarde, Gilgamesh, como de hábito, relaxa sobre sua poltrona tão querida tomando seu chá feito pela mesma empregada a anos servindo-o desde a existência de seu pai. 

Pensando que seria uma manhã calma, logo é presenteado com a presença indesejada de Son.

O filho mais novo dos corvos senta-se de maneira relaxada em seu sofá pondo as pernas para cima do acolchoado. Em seguida sua mavórcia mais devota, Mundi, acomoda-se no colo de Son dando-o beijos na boca e a garrões intensos, deixando a visão mais repugnante ainda para o chá do lorde. 

O monarca pega sua xícara e sai do palácio. Os cidadãos veem naquela manhã uma visão inusitada, o soberano caminhando livremente sobre a capital. As ruas que ele caminha dão a destino ao Coliseu.

Ao atravessar pelos portões da arena vê seus irmãos sentados descansando conforme conversam, Cil e Norimu. — Enfim saiu de perto daqueles nortenhos! — Resmunga Norimu.

Quando se senta uma anamnese bate a sua carola. Após ser um símbolo de guerra da genealogia Lawrence os seus traumas constantemente apareciam posto que ele treinava seus irmãos quando mais novos, e a consequência disso era a impetuosidade e os rostos de duas crianças assustadas.

— Irmãos... Me desculpem por...

— Começou o sentimentalismo. — Corta Norimu. — Esquece isso.

Os três filhos da linhagem Gaillard são muito ortodoxos no que se diz a biotipo. Cil é o mais delgado, com seu corpo de estatura próxima aos uns metro e setenta, com seu cabelo preto, além de ser cego de um olho. Suas mãos e antebraços são repletos de machucados conveniente ao uso e treino constante de arco e flecha, e outras armas de pontaria.

Norimu ao avesso é o mais fornido e musculoso dos três, com seus aparente dois metros de altura. Diferente dos irmãos ele herdou o cabelo cinza de sua mãe, de tamanho limitado, contudo, por não cuidar dele direito o cabelo acabou se tornado áspero e duro. 

Seus braços são marcados com inúmeras tatuagens feitas por diferentes tribos que ele conquistou, vivente de várias batalhas o revérbero do seu anseio pela guerra é revelado na cicatriz em seu olho.

— Como estão as coisas com o nortenho? — Pergunta Cil.

— Melhores que o desejado, ele luta como um selvagem, mas aos poucos está conseguindo aguentar mais do poder daquele machado. — Responde Norimu. — Inclusive... Gilgamesh, acha mesmo correto deixar aquela arma na mão daquele garoto?

— Francamente não queria, mas aquela arma é uma das viventes mais complicadas, pois, aparentemente ela se conecta emocionalmente com o dono, portanto, a intensa conexão de melancolia, amor e raiva pelo seu pai faz com que ela se fortaleça. O derradeiro golpe que ele me deu foi a garantia disso.

— E seu braço está melhor? — Cil foca os olhos no braço enfaixado do lorde.

— Mil vezes. — Gilgamesh move-o para alongar suas articulações. — Parece até novo!

— Então se levante. — Norimu hasteia seu torso. — A tempos que não enfrento o meu irmão mais velho.

Desafiantes - A queda AvalonOnde histórias criam vida. Descubra agora