Desafiantes - A queda Avalon

Halk: Penhasco

Os generais confusos são dispensados da congregação pelo pequeno sábio conforme o rei e seu camarada caminham para fora do palácio, indo a um lugar particular para David, um recinto de silêncio onde pode falar sobre tudo.

Ao chegarem, David senta-se na rocha recostando-se numa pedra para que possa repousar, ele desembainha sua espada e a finca no seu flanco, o vento que abalroa na lâmina corta-se fazendo um fragor delgado como se fosse um timbre de flauta. Devon também senta-se, levanta um exíguo da sua bainha da calça para que a bafejo afague suas pernas.

De incluso de sua túnica ele retira uma sacola com chumaços de tabaco, um cachimbo e um frasco de vidro com um líquido vermelho feito de um suspeito composto químico, ao destampá-lo e entrar em contato com o oxigênio o topo é preenchido com um pequeno fogo-fátuo. 

A fumaça que dança no ar o trouxe mais recordações. Sobre Silver, que não está mais em seus domínios. Sua mente passa numa época distante em sua puerícia onde seu pai Evron Halk ainda era vivo, um régio temido por muitos com seus cabelos brancos e sorriso carismático que não condizem com sua brutalidade para com seu discípulo.

Nas memórias, seu pai pune as ações erradas de treino de combate de Silver com cortes de sua própria espada, o párvulo puro que foi largado cedo no prado de guerra tem que sobreviver o dia inteiro lutando com vários soldados até que tenha o direito de resfolgar. Quando avistado por David e Ana ou está apanhando, ou desacordado no chão.

Ao pestanear os olhos o período de seu passado avança para a sua primeira ida a uma guerra, David está vendo acolá Silver agora com seus doze anos lutando por sua vida no campo de batalha como um cachorro voraz desesperado para sobreviver. 

Sua armadura rasgada e ensanguentada pelo sangue dos outros e o próprio. De cima de seu cavalo sem mexer um músculo David vê o Símbolo de Guerra do clã Yorochi afrontar Silver em num combate que definirá o rumo daquela peleja.

Mesmo que os generais peçam continuamente para que Evron recue seu aprendiz, o monarca só faz rir com um fitar monstruoso e sátiro desejando mais-que-tudo aquela luta. Em questão de minutos só se ouve o brado agonizante de Silver proclamando sua sobrevivência com o bestunto do estimado melhor esgrimidor do Norte.

Ao voltarem para o reino todos o consagram, especialmente Evron, mas David percebe o olhar desabitado que Silver adquiriu após aquele embate, é claro que ele queria chorar, entretanto, permanecia em choque. 

Um momento o olhar de ambos se cruzam, mas David desvia por um instante, e sem perceber causou uma mágoa enorme nos olhos e no coração no Símbolo de Guerra da casta Halk.

Sem Maerzo em sua vida ele seria um cão que só carrega ódio Pensa o líder.

— Lua formosa. — Devon resolve tirar o lorde de sua própria mente.

David solta a fumaça de sua boca. — Lembra-me de Silver, ele adora as noites!

— Julgo que ele não irá gostar tanto assim enquanto viaja. — Devon sorri. 

— Amaldiçoado. — David reflete. — O quanto você conhece Silver?

— Somos amigos afora da guerra David, sei o satisfatório sobre aquele homem, o bastante para não ambicionar vê-lo na armada, sequer como aliado, e menos como inimigo.

— Eu desconfio que ele tenha trazido o veneno para o sábio...

— Se acha isso és um tolo! — David o olha com malquerença de quina de olho — Não é do cunho de Silver. — Devon solta uma labareda azul de sua mão amaldiçoada que chama concentração do régio. — É habitual a interpretação do pundonor perante as batalhas serem levados tão a austero neste reino, sirvo a ele tempo o suficiente para apreender que é uma afecção patológica, mas é da realeza. Não de seus servos, não pode demandar em tal grau de um homem que deu mais do que o sangue para resguardar este poderio. Dê a ele tempo, Silver deve estar sofrendo mais do que qualquer um.

— Hoje eu o reencontrei. — Diz David em seu momento devoluto. — Eu queria matá-lo, ansiava afogá-lo em seu inerente sangue... igualmente apetecia protegê-lo, aconselhar a ele para sumir daqui antes que seja tarde.

— Não está falando de Silver né?

— Não.