Golden: Mar preto

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O sol bate sobre o solo arenoso e as ondas de ardor embaçam a visão do horizonte, os guardas postos nas muralhas buscam as sombras para se resfriar. Alguns deles juntos bebem água e vinho.

Um dos principiantes é forçado a exibir ofício olhando o remoto deserto por um binóculo, as ondas de calor causam inúmeras miragens. Até que o novato imagina estar vendo mais uma delas, uma mancha preta se formando ao distanciado. 

Ele sai do sol e vai de abalroamento aos policiais veteranos que estão bebendo na sombra.

— O que foi!?... Nada novato!? — pergunta um deles, rindo em seguida junto aos outros.

— Nada, somente mais uma miragem, vi um borrão preto se originando no horizonte. — Todos riem mais ainda da fala do aprendiz, exceto o capitão que se questiona. 

Ele pega o binóculo do inexperiente e vai em busca da insânia que o mais novo há testemunhado. Ao inferir que se trata corre imediatamente para açoitar o sino. Apreensivo seus companheiros ficam observando os atos do chefe, até que ele grita.

— É o exército de Avalon seus imbecis! — Todos de repentino correm aos seus ofícios se prontificando de notificar ao rei e aos cidadãos da chegada de um hóspede, os mastins iniciam os mecanismos de exórdio dos portões. 

A mancha no limiar aos poucos vai tomando forma, ficando mais densa e mais nítida. Os estandartes vão aparecendo e as asas de Cronus avançam dando pavor aos guardas.

Ao chegar na entrada junto a seu camelo, o chanceler os aguarda, portanto, o soberano Cronus em seu cavalo cândido o cumprimenta num inocente aperto de mão. O erudito os guia para dentro do império. 

As pessoas se aglomeram perto do palácio para observarem os visitantes.

— Régio Cronus! Seus cavalos serão bem tratados enquanto estiverem aqui, e pode ter convicção que jamais sofreram com a insolação. — O chanceler fala ao descer de seu camelo.

— Não possuo dúvidas disso Solomon, George perpetuamente foi um amásio dos animais — Cronus desce, e unido a ele Christy e Maestrie. — Meus soldados acompanharam os seus, leve-os para qualquer lugar que possam descansar.

— Com toda razão! — O chanceler dá a ordem a um dos cavaleiros de ouro que orienta o exército negro. Os três representantes das terras médias sobem as escadas.

No meio da escadaria, o noviço lorde de cabelos moldados pelo toque solar aguarda o ávido rei obscuro. Assim que chegam próximos um aperto de mão contempla o momento de calmaria no meio dos anseios. 

— Cronus, tenho uma incerteza. — Eric procurar subir os degraus na mesma velocidade que seu visitante. — É mais para sanar os boatos que constantemente ouvi a anos atrás. É verdade que você não consegue retirar o elmo?

— Sim... — Responde Cronus. — Uma maldição dos deuses a minha má conduta...

— Sinto muito, não quis ofendê-lo.

— E não ofendeu.

Quando sobem todas as escadas Eric pede para que seus soldados se afastem do portão, com calma ele estica a mão para estalar os dedos, e fecha os olhos, respirando profundamente. 

— Faço questão de... — Sua fala é interrompida pelo caminhar do soberano Avalon que avança indo ao encontro para o acesso. 

Ele abre aquelas peças maciças de ouro com as próprias mãos, tendo a mesma facilidade que Eric possui. Ou até mais.

Eric curva suas sobrancelhas e retira o ar de soberba da face, caminhando de uma maneira mais humilde para dentro do palácio. Christy ao compreender dá um ligeiro sorriso tentando dominar a risada que imerge em sua garganta.

Eles entram para decidir todas as questões burocráticas de aliança, o régio Golden e os visitantes aprofundam-se até um lugar mais reservado. Uma sala com um enorme banquete ao fim do imenso corredor do palácio. Ao chegarem no cômodo, Christy, que é o último a embrenhar, assusta-se ao contemplar uma pessoa inesperada ali dentro. 

Um jovem de cabelo laranja, com um sorriso adocicado e abarrotado de sardas, travestido numa armadura de ouro, que em suas ombreiras dois leões rugindo são simbolizados.

Desafiantes - A queda AvalonOnde histórias criam vida. Descubra agora