— Não vai dadivar parabéns ao seu irmão? — Seu pai questiona, incrédulo e com um olhar desconfortável de se encarar.
— Parabéns Shaw! — O filho mais velho diz com a boca cheia. — Agora tens seis anos, é sua responsabilidade cuidar da mamãe enquanto o pai estiver fora, como se sente?
— Estou pronto! — Shaw esboça um largo sorriso sujo de comida. — Daqui a pouco serei tão bom quanto papai no arco e flecha. Assim, nenhuma águia vai conseguir encostar na mamãe.
— Tenho certeza disso meu filho. — O rei estende seu braço até acariciar o cabelo do aniversariante.
— Vai ser o melhor arqueiro do reino! — Um clérigo que está do lado de Shaw berra.
O menino com a lisonja abre um sorriso a ele.
— Irmão, por que demorou tanto? — O pequenino limpa a cara nos guardanapos.
— Shaw! — Pronuncia-se a esposa de Edgar. — Deveria fazer esta pergunta para as prostitutas que ele anda.
— Myra! — Resmunga a esposa do Rei com um rosto de espanto. — Tenha um pouco mais de respeito quando for falar algo em mesa, temos convidados.
— Deixe-a Agatha... — O Monarca logo interfere com sua voz. — A menina está certa, um homem que troca a família por putas não está pronto nem para segurar uma espada, imagine assumir meu reino.
— Aquim. — Edgar pronuncia-se ao rei. — Sabe que não poderia ter pessoa melhor para nascer e assumir seu reino do que teu próprio filho. — Lança uma piscadela ao término de seu auto regojizo.
— Você envelhece assim como sua arrogância. — Seu pai o olha com frieza.
A fala do monarca logo o faz engolir seus próprios argumentos.
— Este almoço está estupendo! — Diz um dos clérigos sentados na mesa com seu quimono bege padrão entre os líderes religiosos, careca e de pele bronzeada. — Quem foi que fez?
— O nosso melhor cozinheiro! — Agatha encanta-se a pergunta. — Se carecer elaborar alguma ceia no mosteiro nos avise que o folgamos para que possa ir trabalhar para o senhor.
— Soberano Aquim. — Pronuncia-se o homem barbudo ao lado de Edgar. — Ouvi por rumores que o Tratado de Paz não é mais útil, porque não comunicou a sua plebe?
A pergunta do homem silencia até os talheres. Todos ali sentados fixam seus olhares para a expressão séria do lorde.
Antes de Aquim falar, respira profundamente e fecha seus olhos.
— Bem. — O lorde abre-os — Dar ao povo medo a respeito de tudo aquilo que considera seguro é um erro, os camponeses reduzem a produtividade por receio de emboscadas durante o campesinato. Os vendedores param com as viagens de importação e exportação de produtos, e isto dificulta o ganho do meu império. Se eles não tiverem lucro para darem nos impostos, só bordéis... — Aquim olha para seu filho mais velho. — ...Não dão tanta tributação assim.
— Mas dão prazer. — Alguns homens na mesa e até uns servos riam disfarçadamente da resposta de Edgar.
Myra, fica irritada.
— Irmão! Irmão! Irmão! — Grita Shaw. — Isso significa que tu vais lutar contra seu amigo das montanhas?
O questionamento animado e risonho de seu irmão faz o príncipe manter em seu rosto um semblante pálido e entristecido. — Ele não é mais meu amigo Shaw, o destino não permite.
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Desafiantes - A queda Avalon
FantasyO maior dos Avalon acaba de morrer, um homem sábio e não humano que caiu por terra para resolver a destruição entre os reinos do país de Traekara. Com sua morte o seu maior feito também se esvai, o documento conhecido como Tratado de Paz, a única f...