Yorochi: Dia silencioso

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No retorno dos soldados sobreviventes após o rogo de retirada da guerra, vão diretamente à cerimônia de cremação do rei Aquim. 

A estirpe encontra-se desamparada conforme o príncipe permanece adjacente ao túmulo do pai deixando com que o fogo aqueça o seu corpo naquele dia frio. Edgar, com a armadura ensanguentada vai para próximo da General Oboros que lhe dá um abraço de conforto.

— General. Príncipe. — Um dos soldados sobreviventes chega próximo.

— Agora não combatente, não é uma hora para relatórios. — Diz Oboros.

— Não senhora, é que tenho uma informação a comunicar. Durante o campo de batalha a flecha que partiu em direção ao cavalo de Aquim veio diretamente das mãos do líder Halk.

Edgar esbugalha os olhos ao conjecturar seu antigo amigo atirando a flecha. O estertor e a raiva batem em seu corpo, mas ao mirar para Oboros toma calma. — Não posso tomar outra ação precipitada. — Diz o príncipe, ele se desvencilha da chefe para ir consolar sua família.

O dia começa da pior maneira factível, o poderio permanece em silêncio após o perecimento de tantos soldados e do seu lorde. Myra, nos jardins do palácio, abraça com íntegro afago que pode o seu marido para intentar ajudá-lo. 

Na mesa Agatha se enche de vinho e Shaw somente olha para o nada. Servos, generais e nobres vão até o palácio para conceder os pêsames e facultar o esteio a família.

— Príncipe Edgar, nós o auxiliaremos no que for executável para que possa comandar com solidez o seu império, sinto muito pela perda de vosso pai. — Diz um general ajoelhado.

— Traga meu pai de volta. — A voz de Shaw balbucia.

— Não entendi príncipe Shaw, o que me ordenou?

— ORDENO QUE TRAGA MEU PAI DE VOLTA! — Grita Shaw chorando sem que possa controlar seus sentimentos. Agatha o abraça e o leva para seu colo.

— Infelizmente não posso trazer vossa majestade de volta, mas garanto que eliminaremos David Halk pelo seu ato de crueldade para com nosso líder.

— Tire todos daqui, julgo que precisamos permanecer sozinhos. — Pede Edgar.

As pessoas se retiram deixando unicamente a família no agigantado palácio. Edgar se levanta da mesa para ir tomar um banho, Myra o acompanha a pedido da rainha, a garota fica no aposento, sentada no beiral do leito conforme Edgar vai para o banheiro.

Ela olha para as roupas jogadas pelo quarto e observa que todas possuem um cheiro terrível de sangue, além de estarem muito sujas também. Alguns barulhos soluçados saem do banheiro junto a um leve murmúrio de choro, então a garota pensa que é melhor deixar seu marido a sós, pois, a tempos não o vê chorando.

Desafiantes - A queda AvalonOnde histórias criam vida. Descubra agora