Golden: Um antigo pacto

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Conforme o cavalo trota, agora sobre o mato raso, o silêncio paira entre a princesa e seu salvador, as lágrimas continuam a rolar sobre o rostro descontente dela, e seu companheiro, na presença de toda uma fuga, não troca uma única palavra com a jovem:

— Por que acredita em mim? — Pergunta Elizabeth, com o rosto deitado sobre as costas de sua armadura.

— Não acredito. — Responde o cavaleiro. — Fiz uma promessa ao seu pai há muito tempo, apenas vim cumpri-la. Sobre o pecado ser ou não seu, você pode me fundamentar depois. — As palavras secas do cavaleiro fazem Elizabeth estagnar de susto e desagarrar da cintura de seu amigo, caindo do cavalo. Elligor para o animal e desce para ajudá-la.

— Por quê? — Questiona aos prantos. — Porque isso está acontecendo comigo! — Berra aos céus. Os ventos ressoam como resposta través do sossego. O general deita ao lado de sua amiga, tirando o elmo para poder resfolegar melhor naquela armadura fechada.

— A quanto tempo eu não deito na grama... — Respira profundamente. — Seu pai era um bondoso homem, um dos poucos que conheço que em meio a tudo que já ocorreu neste país ainda sim desejava a paz. — Eles se encaram. — Eu não sei se você matou ou não um dos únicos homens que respeitei em minha existência, todavia, em uma época onde minha cabeça ia ser decapitada.

— Elligor...

— Mato desde que me conheço por gente, e desde que compreendo a sociedade. Toda mulher fica irritada ao assistir seu companheiro sendo morto por uma criança, então meu bestunto encontrava-se a prêmio em tudo quanto era bar, praça, castelo... Até que em uma de minhas caçadas me emboscaram, os guardas de ouro me levaram até George para considerar o que devia ser feito. Ele me olhou nos olhos e pediu para que eu jantasse em sua companhia. Evidentemente pensei que iria perecer envenenado, ou estripado após a ceia, mas ele lutou do início ao fim daquela noite para conhecer sobre minha vida. Contei tudo o que queria dizer, meu estômago estava inchado de tanto comer, pelo menos ia morrer de barriga cheia. Seu pai, ao invés de me trucidar, me ofereceu uma nova vida. "Caso alguém tente te matar, eu mesmo o protegerei", foi isso que ele disse. Nunca tinha ouvido de alguém tal pronunciamento afetivo. — Ele se ergue. — Vamos, ainda temos muito estrada pela frente.

Desafiantes - A queda AvalonOnde histórias criam vida. Descubra agora