Desafiantes - A queda Avalon

Golden: Espumando de raiva

Agora próximos, o ruivo segura firme em seu machado.

— Mesmo que seja apenas um duelo de campeões, espero que não se segure, pequeno tigre. — Christy sabe que para a linhagem dos Tiger, essa é a nomenclatura que mais os deixa irritado.

O cavaleiro da lâmina torta arremessa sua espada para a borda da cobertura, e seu rival faz o mesmo, compreendendo suas intenções. Machado e alfange ficam próximas, em seguida, peças de armadura são jogadas até que ambos estejam só com suas vestimentas do corpo. 

O cavaleiro negro agora trajado numa camisa preta fina sem mangas junto a sua calça branca. Enquanto o leão com sua blusa amarela e sua calça escura. Ambos se armam em posições de batalha.

Kevin avança em um pulo de elevado impacto, e com seu punho ocluso acerta unicamente a bela paisagem em seu frontispício condigno a desvio ágil do seu camarada de disputa. 

O alaranjado ergue sua mão direita com força na tentativa de engrenar um golpe na costela de seu adversário, todavia fora protegido através do braço do cavaleiro negro. O choque dos golpes é sentido pelos reis que permanecem sentados observando o exórdio do espetáculo.

Que golpes intensos. Eric se sente boquiaberto perante a magnitude de uma batalha tão realista.

Voltando ao terreno de batalha, Kevin é empurrado com o pé para que Christy tenha algum espaço, o leão volta para próximo. A troca de golpes e defesas entre ambos começa a ficar mais rápida. 

Nenhum deles cede um acerto se quer, punhos defendem palmas, socos acertam braços. Chutes precisam canelas ou são desviados, mas nunca um golpe efetivo, no entanto, a força dos ataques é sentida de longe.

Até que Christy acerta um soco severo no rosto de Kevin. Eric, distanciado, fica com uma expressão de surpresa. — Que batalha intensa... — Diz o príncipe de ouro ao lorde que dá algumas leves risadas.

— Você ainda não viu nada. — O lorde responde.

Kevin cospe sangue e limpa sua boca junto a um sorriso hostil, o leão avança e começa a atacar, sem área para impedir ou contra-atacar o cavaleiro negro apenas defende. 

Os golpes de Kevin começam a executar mais fragor e se tornam mais violentos, até que com um cruzado no braço direito Christy é precipitado para longe, com algumas cambalhotas consegue se alicerçar na beira da cobertura.

O cavaleiro negro começa a desviar cada vez mais dos ataques do duelista dourado, conhecendo-o bem sabe que seus golpes começam a ficar mais violentos com o decorrer da batalha, ele redireciona os punhos de Kevin enquanto pensa em alguma maneira de revidar. 

O leão não dá brechas para que ele possa realmente constituir uma deslocação efetiva até que distinto soco cruzado veio, desta vez em direção a sua face, e Christy é novamente arremessado, suas costas batem na cercadura, quebrando-a.

Seu supercílio sangra assim como sua boca, o cavaleiro negro vê-se cingido conforme o leão continua a agressiva. Kevin corre para cima disposto para um derradeiro golpe. Dá um salto para que desça com toda força, contudo, visualizando seu adversário enquanto está no ar percebe o fitar pacífico de seu opoente.

Não foi a melhor das escolhas. Kevin trinca os dentes em desespero.

Christy desvia do soco e põe a palma de sua mão no úbere do felino conforme segura o braço e o gira para jogá-lo para fora da cobertura, uma enorme queda até às areias. O cavaleiro negro caminha até sua armadura para equipá-la, o fim desordenado do combate indaga o príncipe dourado.

— É isso? Acabou? — Questiona Eric atordoado.

— Em guerra o desafio inter Símbolos de Guerra só pode derrogar de uma forma. — Christy pega seus equipamentos. — Com a morte de um dos combatentes. Durante momentos de paz há a possibilidade de a abdicação ou retirar seu justador da arena, creio que estejam tentando desenvolver uma atmosfera de harmonia, ou estou enganado Lorde Eric?

O garoto engole uma saliva a seco enquanto se vê sendo julgado por Cronus e pelo seu braço direito. — Óbvio, me perdoe cavaleiro por não inferir tais regras. Adorei o espetáculo! — Eric ergue-se e reverencia como petição de desculpas pelo mal-entendido. — Solomon, vá ver como está Kevin por favor, creio que ele não deva estar nada prazenteiro com a derrota.

— Devo expor. — Cronus se ergue. — Achei magnificente esta exibição, seu Símbolo me fez reconsiderar a respeito do nosso acordo, porventura você não esteja tão inseguro assim. Pensarei cuidadosamente sobre essa aliança e lhe darei uma réplica amanhã. — Cronus aperta a mão de Eric. — Maestrie. Christy. Os espero em nosso dormitório.

Eric, agora deixado por seus visitantes, corre para a margem quebrada, ao olhar para as areias vê seu soldado espumando de raiva por ter perdido, no entanto, fica aliviado por ele estar vivo.