Amor Do Tráfico.

09

Rebeca 🐉

Finalmente, de dez pra meia noite, chegamos na Lapa. Apenas desci do carro dando tchau sem citar sujeito e encontrei de longe, o Kauã em uma das paredes encostado com um cigarro no bico.

Sorri de lado vendo que ele não tinha notado minha presença e fui caminhando até ele, sentindo a Priscila vim atrás.

Beca: Bú! - Falei na frente dele que me olhou com um sorriso de canto a canto, me abraçando.- Você nem pode estar com tanta saudades, foram só algumas horinhas sem te ver.

Quando eu estava chegando perto, senti o cheiro de maconha e meu maconheiro preferido que portava um cigarro de maconha.

Kauã: É que eu tinha planos pra nós dois.- Falou fazendo carinho na minha mão e desviou o olhar pra Pri.- Cê tá gata hoje, loira.

Pri: Valeu! O Guilherme tá aí? - Bufou.

Kauã: Acho que os meninos já levaram ele pra casa, mas tem gente por aí.- Ela balançou a cabeça, balançando a mão e se afastando.

Beca: Hm, mas e aí? - Falei olhando pra ele, que ainda fumava o cigarro.- Tá chateado?

Kauã: Quase nada.- Falou e eu não identifiquei se era em deboche ou não.- Eu tinha comprado ingresso pro show do Henrique e Juliano, mas como tu não veio cedo eu vendi, porque pela hora a gente ia chegar no final.

Beca: Pô Kauã, por que você não falou comigo? Eu não tinha falado com a Priscila né.- Fiz bico.

Kauã: Era surpresa, garota.- Falou e eu deitei a cabeça no ombro dele.

Beca: Era só você ter pedido pra eu ficar, inventar alguma desculpa ou sei lá, só ter pedido mesmo. Te prometi que hoje iríamos passar a noite juntos, vacilei.

Kauã: Eu não pedi porque você sabia o que tinha me prometido pô, então pra você descumprir deveria ter ido fazer algo mais importante.

Beca: Você tá chateado ao extremo, né não? - Falei manhosa e ele riu, jogando o pouco de cigarro que tinha sobrado no chão.

Kauã: Tô sim.- Admitiu, pisando no cigarro e eu fui pra frente dele.

Beca: Quer pastilha? - Falei fazendo uma carinha de triste e ele riu, cruzando os braços.- É que eu não beijo maconheiro com gosto de maconha.

Ele continuou me encarando e eu revirei os olhos colocando uma pastilha de menta na boca dele.

Kauã: Você vai fazer o que amanhã? - Eu coloquei minhas mãos apoiadas nos braços dele cruzados.

Beca: Vou passar o dia todo desfilando.- Ele concordou com a cabeça.- Eu saio de cinco horas.

Kauã: Eu vou trabalhar até oito da noite, começo de três da tarde. Minha mãe tá puxando meu pé.

Beca: Tudo bem, a gente dá um jeito amanhã, nem que seja por uns dez minutos, tá legal? - Ele concordou com a cabeça.- Desculpa por hoje.

Kauã: Eu sei o quanto ver a Priscila bem é importante pra você.- Concordei.- Sei também que hoje ela deve tá se sentindo mal pelo Guilherme.

Cansada de ficar ali em pé, segurei a mão dele e puxei ele pra andar, enquanto comecei a fofocar sobre o que a Priscila tinha ido fazer. Contei cada detalhe, só não incluí o Rlk pois não era uma parte importante pra nada.