Priscila ✨
Comecei a sentir um desconforto na região da barriga, parei apoiando a mão na cadeira da cozinha, respirando fundo.
Pri: Pablo...- Gritei um pouco baixo, colocando a mão na testa.
Pb: Que foi, abusada? - Escutei uma resposta e os passos dele, que logo chegou na cozinha.- Tá passando mal?
Pri: Tá doendo, Pb...- Falei super manhosa, vendo ele rindo fraco e abrindo a geladeira.
Pb: É esse? - Pegou o remédio em cima da bancada e me entregou água, confirmei com a cabeça e ele sentou do meu lado, enquanto eu tomava o remédio.- Tu tá se cuidando?
Pri: Não, tô me drogando.- Revirei os olhos e ele deu um tapa na minha coxa.
Pb: É a falta de sexo, quer testar? - Olhei pra ele, com a mão na testa.
Pri: Tô preocupada de não ser capaz o suficiente, de não ter forças, sabe? - Fiz bico e ele colocou a mão no meu pescoço, me puxando pra perto dele.
Dei língua e ele me deu um selinho, me beijando em seguida, enquanto eu coloquei a mão na coxa dele, puxando a cadeira mais pra perto.
Pri: Promete que vai ser presente pro nosso filho, apesar de tudo, Pablo...- Falei me separando por selinhos e ele me encarou.
Pb: Eu tô tentando, tu tá vendo não? - Confirmei com a cabeça.- É complicado, pô.
Pri: Mas cê tá tentando o que? Por mim, pela nossa filha...? - Ele passou a mão no rosto.
Pb: Antes de muito bagulho o meu sonho era ser pai, mas eu vi uma cria minha morrendo na minha frente, tá ligada? - Olhei pra ele sem reação.- Nem o Ruan sabe disso, mas mataram meu pivete na maior corvadia.
Pri: E como você se sentiu? - Passei o polegar na coxa dele.
Pb: Acredita que ninguém nunca me perguntou isso? - Sorriu debochado.- Eu me senti o homem mais inútil do mundo, sem capacidade pra ter mais filhos, eu deixei ele morrer.
Pri: Não se cobra tanto, cara! Apesar de todos os seus defeitos, você é incrível Pablo! Você tem a capacidade incrível de ser um merda e um homem bom ao mesmo tempo. Eu tenho certeza que a criança tá olhando pra você agora orgulhoso, tá bom?
Pb: Tu bota fé em mim? Tem tanto bagulho do passado que mexe com a minha mente, puta que pariu.- Sorriu sem graça.
Pri: Sabia que quando eu tinha doze anos, as pessoas que me criaram me esqueceram em um lixão? - Ele me olhou sem entender.- Fomos pra fazer uma pesquisa pra Rebeca, eu me distraí por dois míseros segundos e eles sumiram, passei dois dias ali sozinha e eles não me procuraram, Rebeca que voltou! Quando cheguei em casa eles me perguntaram aonde eu tava.
Pb: Caralho porra! - Prendeu o riso e eu gargalhei.- Acho que a Rebeca sempre foi a mais cabeça, porque puta que pariu né, tu se envolveu comigo, tem cabeça nenhuma.
Pri: Você tem um papo...aí! - Interrompi minha própria frase, sentindo uma coisa estranha na minha barriga, logo após senti de novo.- Eu acho que ela tá mexendo.
Pb: Ela quem? - Revirei os olhos, colocando a mão na barriga e sentir a pontada novamente.
Pri: Ela tá mexendo pra gente, Pablo! - Soprei animada, sorrindo igual uma boba.
Ele me olhou meio incerto, só que no momento eu não tinha condições de dar atenção pra ele, pois estava totalmente boba com a minha filha e acabei ficando ainda mais quando ele colocou a mão do lado da minha e deixou um sorriso bobo escapar, quando a menininha chutou forte para nós!
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Amor Do Tráfico.
Teen FictionAquele velho clichê, ele comandante do tráfico, ela a patricinha. Ela querendo viver um romance e ele uma noite, pensamentos e mundos diferentes que se cruzam e, de alguma forma se completa. "Ela acha engraçado essa minha vida louca, ela tira onda...