10º Capitulo

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NÃO REVISADA

Susan Clark

O almoço com Sebastian se sai melhor do que o esperado. Seu deboche começou a diminuir quando começo a falar sobre alguns dos lugares em que já esteve. Temos alguns gostos em comum e outros completamente opostos. As horas passam rápido. Damos risada, discordamos e nos conhecemos um pouco. Mas estamos sendo observados, e não é preciso conhecê-lo muito para saber que ele finge muito bem.

Assim que saímos do restaurante, já posso ver alguns fotógrafos do outro lado da calçada. Um está dentro de um carro preto enquanto outro fica atrás de uma banca de revista.

— Não olhe para eles. — Sebastian, com a mão no meu quadril, me guia até o carro onde um homem segura a porta.

— Não pensei que seria tão rápido assim. — olho para fora, onde os paparazzi se juntam. Não são apenas dois. Outros três estão saindo do restaurante onde estávamos e entrando nos seus respectivos carros para nos seguir.

— Logo você volta a se acostumar. — desvio minha atenção para Sebastian, que mesmo focado nos e-mails de seu Vertu, não dá a mínima.

— Acha que vai ser assim sempre?

— Dependendo das circunstâncias,
sim. — ele não faz questão de me olhar, mas eu também não. Sebastian é um homem ocupado demais para dar atenção às minhas perguntas desnecessárias. Ou ele simplesmente gosta de me ignorar.

***

Alguns minutos pesavam, mas a pareciam ser horas.

O trânsito está uma loucura, a avenida está lotada de turistas e muitos carros buzinam freneticamente. Sebastian xinga e reclama o tempo que está perdendo ao ficar parado em meio ao trânsito. Segundo Taylor — o motorista que nos acompanha —, ocorreu um acidente entre um caminhão e um ônibus a duas quadras de onde estamos. Eu estou com fome e cansada de tanto esperar. Abro a porta do carro afim de ir ao Starbucks que está do outro lado da rua.

— O que está fazendo, Susan? Aonde pensa que vai? — pergunta o esquentadinho do outro lado do banco.

— Se quiser ficar aí, fique, mas eu vou tomar um café e esticar as pernas. — bato a porta do carro e saio desviando dos carros, que ainda buzinam.

Entro na cafeteria e, para minha sorte — ou azar — a fila está pequena, mas eu posso sentir sua presença atrás de mim.

— Seu celular descarregou? — pergunto ainda de costas para ele, enquanto a atendente anota meu pedido.

— Susan, eu não estou para brincadeiras agora. Tive duas reuniões adiadas e pessoas importantes estão me esperando há horas na empresa. Pegue logo esse seu maldito café e volte para o carro para que possamos seguir viagem.

— Seguir o que? — não contenho uma risada — Acha que eu voltar vai descongestionar o trânsito? Não, não vai, e eu não vou voltar para aquele carro. Eu sei o caminho de casa e posso muito bem ir sozinha! — pego minha bebida e saio em direção à porta da cafeteria, mas ele para na minha frente. — E agora, o que você quer?

— Então vai voltar andando? Estamos muito longe de sua casa e eu tenho total certeza que de que seu pés não vão aguentar andar quilômetros com essas botas Louboutin, então não seja teimosa e vamos voltar para o carro. — ele tem total razão, e seu ego está mais do que certo de que eu voltaria para aquele carro. Mas ele esqueceu um pequeno detalhe...

— Por um acaso, o excelentíssimo e renomado empresário arquimilionário Sebastian Miller já andou de metrô? — ele me olhou espantado — Oh, desculpe, você sabe o que é um metrô? — faço um bico fingindo pena.

Sr. e Sra. MillerOnde histórias criam vida. Descubra agora