Susan
Com o chaveiro dos Beatles dentro do armário de incêndio, próximo ao mostrador, eu escondia a chave reserva do meu apartamento, que por sorte, estava no mesmo lugar.
Abri a porta e não foi preciso ascender a luz, pois as janelas francesas já bastavam. Puxei as cortinas e uma luz ainda mais viva se fez no ambiente.
Comecei a adentrar nos cômodos e tudo estava exatamente do mesmo jeito que eu tinha deixado. Lembrei que sai tão apreçada ao ir embora que nem me importei em deixar a cama bagunçada e algumas peças de roupa que caíram na hora de por na mala. Estávamos em março, mas a arvore de natal ainda estava lá, incluindo a casa de biscoito de gengibre que Pietro e eu tínhamos construído uma dia antes de tudo.
Olhei no relógio, já eram 15:30 da tarde, eu não queria perder tempo.
Por sorte eu tinha algumas pequenas caixas na dispensa, então comecei a juntar algumas coisas. Não levaria muita coisa, só o essencial. Já estava na hora de mandar algumas coisas para o lixo.Em cima de minha mesa de trabalho, encontrei alguns dos meus desenhos espalhados, retalhos e lápis de colorir por toda parte. A faculdade de moda poderia até ser um pouco esquecida, comparado as outras profissões, mas era instigante ver a reação dos estilistas que estavam nos bastidores e verem sua peça ser cobiçada.
Mas querendo ou não, me vi nas passarelas. Então separei algumas coisas pro lixo e outras eu fui guardando.Tomei um banho e pus um conjunto de noite: bota, meia calça, saia, lingerie e blaser. Estava terminado de fazer minha maquiagem.
A campainha tocou pelo menos umas duas vezes seguidas, estranhei. Não estava esperando ninguém. Abrir a porta e me deparei com Pietro , um tanto atordoado ou ansioso, ele me examinava de cima a baixo.
— Se veio apenas para me olhar eu sugiro que voltei do mesmo lugar de onde veio.
— Vai sair?
— Pode ter certeza que não será com você... — Abri mais a porta e pausei o som, enquanto ele deu alguns passos para dentro.
— Você...tá diferente.
— Amor próprio é o segredo, se valorizar, mas parece quem não se valoriza e você né? — Bufou entedia — O que você quer Pietro? Não tem nenhuma partida de LOL pra jogar? Ao invés de vir bater na minha porta e só pra ficar olhando minha cara? Por que...
— Será que eu posso falar? Você ainda não me deixou falar. — levantei minhas mãos em rendimento. Vamos ver o que ele tem pra falar. — Eu queria me desculpar pelo o que aconteceu meses atrás. Eu me arrependo do que fiz, e se pudesse eu voltaria atrás para consertar tudo e...
— Deveria ter pensado melhor, antes de parar na cama do andar de cima. Aliás, eu aposto que foi aquela vaca que contou que eu estava aqui. — Me levantei com raiva. — E sobre se desculpar, eu desculpo você, mas também agradeço...
— Agradece?
— Você me machucou muito Pietro, muito. Mas eu soube esconder e seguir em frete, sou uma pessoa melhor, não tenho vergonha de falar o que penso ou agir como quero. — O interfone toca. — Alô?
— Uma homem chamado Sebastian estar aqui, ele pode subir? — Reviro os olhos entediada, o que Sebastian fazia aqui?
— Sim, pode deixá-lo subir. Obrigada.
— Quem era? — Pus o telefone no gancho.
— Melhor você ir embora. — Peguei a caixa e coloquei em cima do balcão.
— A onde você vai? Você não vai ficar?
— Pietro, não insista. Por favor vá...
— Não terminamos nossa conversa
— Nos já terminamos a um bom tempo, não tenho nada pra falar a você assim como também não quero ouvir o que você tem a falar. Ja acabou e eu quero que você vá embora.
— Eu não vou embora, eu ainda te amo, deixe eu consertar tudo. Eu quero...
— Então você é o Pietro. — Nossa atenção foi para a voz que vinha da porta. Sebastian mantinha-se recostado na soleira da porta com os braços cruzados.
— Quem é esse cara? — Suspirei.
— Ele é meu...
— Marido. — completou, me interrompendo.
Então Pietro riu, mas de um jeito sarcástico. — Então o que li era verdade? Você se casou. Quatros meses que você foi pra Nova York e você se casa? — Ele sorria freneticamente. — Você consegue ser mais vadia que a Andrea.
— Olhe o respeito...
— Pietro por favor, vai embora...
— É isso aí cara, ela quer que você vá embora. — Sebastian falava tão serenamente, que era quase impossível não pensar no que ele poderia fazer a qualquer momento.
Então Pietro, num ato totalmente idiota, beijou e punho e tentou avançar em Sebastian, que foi ágil o suficiente e segurou seu punho, a sentimentos de seu rosto
Sebastian me olhou de lado, neguei em silêncio.
— Sabe tanto quanto eu que já passou vergonha de mais. Foi você que começou isso mas não quer dizer que vai terminar, supere e aceite que você perdeu. Acabou. Ela partiu pra outra e está muito melhor sem você. Agora vá. — O soltou bruscamente,
— Isso não vai ficar assim. Não acredito que tenha mudado assim tão rápido, sei que... — Sebastian o puxou pelo colarinho da blusa, eu não consegui ouvir o que ele disse, mas foi o suficiente para que ele foce embora.
Então ele novamente voltou a me olhar, examinou o ambiente. Parecia estudar cada detalhe até para novamente em mim. — Podemos ir?
— Como descobriu meu endereço? Porque está aqui? Eu já está me livrando dele e...
— Você faz perguntas de mais e sabe de menos. — Se aproximou e tocou minha boca com a ponto de dedo. — Liguei para o motorista e pedi a localização, queria conhecer sua casa e saber se estava bem...você não ia se livra tão fácil dele.
— Não preciso de você o tempo todo. Eu conseguiria me livrar dele sozinha.
— Jogando uma panela na cabeça dele? Não duvidaria disso. — Engraçadinho.
— O que disse a ele? — mudei de assunto.
— Já passou Susan, não se preocupe com o que eu disse, ele não vai mais vir atrás de você, agora será que o podemos ir?
Pensei em falar que não, mas eu sabia que ele não se importaria de me tirar de lá a forma, além do mais, eu estava com fome e arrumada de mais para ficar dentro de um quarto de hotel.
Peguei a caixa e pus nas suas mãos junto com as chaves, não o esperei terminar o que pretendia falar, mas também o deixei sozinho e fui chamar o elevador.
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Até a próxima 🥰
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Sr. e Sra. Miller
RomanceSusan Clark, uma jovem que ama a liberdade, curiosa e um tanto provocadora, ela passou quatro anos estudando na Europa. Sem cobranças ou responsabilidades de terceiros, ela era livre para seguir uma vida longe dos holofotes que faziam parte de sua v...