21º Capitulo

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Susan

Com o chaveiro dos Beatles dentro do armário de incêndio, próximo ao mostrador, eu escondia a chave reserva do meu apartamento, que por sorte, estava no mesmo lugar.

Abri a porta e não foi preciso ascender a luz, pois as janelas francesas já bastavam. Puxei as cortinas e uma luz ainda mais viva se fez no ambiente.

Comecei a adentrar nos cômodos e tudo estava exatamente do mesmo jeito que eu tinha deixado. Lembrei que sai tão apreçada ao ir embora que nem me importei em deixar a cama bagunçada e algumas peças de roupa que caíram na hora de por na mala. Estávamos em março, mas a arvore de natal ainda estava lá, incluindo a casa de biscoito de gengibre que Pietro e eu tínhamos construído uma dia antes de tudo.

Olhei no relógio, já eram 15:30 da tarde, eu não queria perder tempo.
Por sorte eu tinha algumas pequenas caixas na dispensa, então comecei a juntar algumas coisas. Não levaria muita coisa, só o essencial. Já estava na hora de mandar algumas coisas para o lixo.

Em cima de minha mesa de trabalho, encontrei alguns dos meus desenhos espalhados, retalhos e lápis de colorir por toda parte. A faculdade de moda poderia até ser um pouco esquecida, comparado as outras profissões, mas era instigante ver a reação dos estilistas que estavam nos bastidores e verem sua peça ser cobiçada.
Mas querendo ou não, me vi nas passarelas. Então separei algumas coisas pro lixo e outras eu fui guardando.

Tomei um banho e pus um conjunto de noite: bota, meia calça, saia, lingerie e blaser. Estava terminado de fazer minha maquiagem.

A campainha tocou pelo menos umas duas vezes seguidas, estranhei. Não estava esperando ninguém. Abrir a porta e me deparei com Pietro , um tanto atordoado ou ansioso, ele me examinava de cima a baixo.

— Se veio apenas para me olhar eu sugiro que voltei do mesmo lugar de onde veio.

— Vai sair?

— Pode ter certeza que não será com você... — Abri mais a porta e pausei o som, enquanto ele deu alguns passos para dentro.

— Você...tá diferente.

— Amor próprio é o segredo, se valorizar, mas parece quem não se valoriza e você né? — Bufou entedia — O que você quer Pietro? Não tem nenhuma partida de LOL pra jogar? Ao invés de vir bater na minha porta e só pra ficar olhando minha cara? Por que...

— Será que eu posso falar? Você ainda não me deixou falar. — levantei minhas mãos em rendimento. Vamos ver o que ele tem pra falar. — Eu queria me desculpar pelo o que aconteceu meses atrás. Eu me arrependo do que fiz, e se pudesse eu voltaria atrás para consertar tudo e...

— Deveria ter pensado melhor, antes de parar na cama do andar de cima. Aliás, eu aposto que foi aquela vaca que contou que eu estava aqui. — Me levantei com raiva. — E sobre se desculpar, eu desculpo você, mas também agradeço...

— Agradece?

— Você me machucou muito Pietro, muito. Mas eu soube esconder e seguir em frete, sou uma pessoa melhor, não tenho vergonha de falar o que penso ou agir como quero. — O interfone toca. — Alô?

— Uma homem chamado Sebastian estar aqui, ele pode subir? — Reviro os olhos entediada, o que Sebastian fazia aqui?

— Sim, pode deixá-lo subir. Obrigada.

— Quem era? — Pus o telefone no gancho.

— Melhor você ir embora. — Peguei a caixa e coloquei em cima do balcão.

— A onde você vai? Você não vai ficar?

— Pietro, não insista. Por favor vá...

— Não terminamos nossa conversa

— Nos já terminamos a um bom tempo, não tenho nada pra falar a você assim como também não quero ouvir o que você tem a falar. Ja acabou e eu quero que você vá embora.

— Eu não vou embora, eu ainda te amo, deixe eu consertar tudo. Eu quero...

— Então você é o Pietro. — Nossa atenção foi para a voz que vinha da porta. Sebastian mantinha-se recostado na soleira da porta com os braços cruzados.

— Quem é esse cara? — Suspirei.

— Ele é meu...

— Marido. — completou, me interrompendo.

Então Pietro riu, mas de um jeito sarcástico. — Então o que li era verdade? Você se casou. Quatros meses que você foi pra Nova York e você se casa? — Ele sorria freneticamente. — Você consegue ser mais vadia que a Andrea.

— Olhe o respeito...

— Pietro por favor, vai embora...

— É isso aí cara, ela quer que você vá embora. — Sebastian falava tão serenamente, que era quase impossível não pensar no que ele poderia fazer a qualquer momento.

Então Pietro, num ato totalmente idiota, beijou e punho e tentou avançar em Sebastian, que foi ágil o suficiente e segurou seu punho, a sentimentos de seu rosto

Sebastian me olhou de lado, neguei em silêncio.

— Sabe tanto quanto eu que já passou vergonha de mais. Foi você que começou isso mas não quer dizer que vai terminar, supere e aceite que você perdeu. Acabou. Ela partiu pra outra e está muito melhor sem você. Agora vá. — O soltou bruscamente,

— Isso não vai ficar assim. Não acredito que tenha mudado assim tão rápido, sei que... — Sebastian o puxou  pelo colarinho da blusa, eu não consegui ouvir o que ele disse, mas foi o suficiente para que ele foce embora.

Então ele novamente voltou a me olhar, examinou o ambiente. Parecia estudar cada detalhe até para novamente em mim. — Podemos ir?

— Como descobriu meu endereço? Porque está aqui? Eu já está me livrando dele e...

— Você faz perguntas de mais e sabe de menos. — Se aproximou e tocou minha boca com a ponto de dedo. — Liguei para o motorista e pedi a localização, queria conhecer sua casa e saber se estava bem...você não ia se livra tão fácil dele.

— Não preciso de você o tempo todo. Eu conseguiria me livrar dele sozinha.

— Jogando uma panela na cabeça dele? Não duvidaria disso. — Engraçadinho.

— O que disse a ele? — mudei de assunto.

— Já passou Susan, não se preocupe com o que eu disse, ele não vai mais vir atrás de você, agora será que o podemos ir?

Pensei em falar que não, mas eu sabia que ele não se importaria de me tirar de lá a forma, além do mais, eu estava com fome e arrumada de mais para ficar dentro de um quarto de hotel.

Peguei a caixa e pus nas suas mãos junto com as chaves, não o esperei terminar o que pretendia falar, mas também o deixei sozinho e fui chamar o elevador.


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Até a próxima 🥰

Sr. e Sra. MillerOnde histórias criam vida. Descubra agora