Epilogo

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Música ↗️
La vie en rose — Michael Bublé 

Não revisado

4 anos depois

Sebastian

Eu deixava que sua mão apertasse bem a minha. Sua respiração estava desregulada, seu suor faziam os fios de cabelo colarem sobre seu rosto.

— Eu não consigo mais, eu não consigo... — Eu acariciava seu rosto enquanto a mesma chorava sobre meu ombro. — Me desculpa, eu não aguento...

— Não se desculpe, você fez o que pode. — Limpei a lágrima que pesava ao cair sobre seu rosto. Olhei para a doutora. — Ela não está aguentando, por favor, faça alguma coisa.

— Susan, respire fundo e tente mais uma vez, resta pouco para que veja sua filha. Se decidir que prefere a cesariana, faremos do seu jeito. Mas eu sugiro que tentemos mais uma vez, faça com que toda essa dor valha a pena. — Disse a obstetra que nós acompanho durante toda essa trajetória. — Vamos fazer uma pausa, tente relaxar e respire fundo, logo veremos sua garotinha...

Sentado ao seu lado, eu respirava fundo, tentando me manter o mais estável possível.
Estar aqui novamente, ouvir o barulho dos marca passos, aquele uniforme azul... era estressante e trazia lembranças nada boas.

Foi a tres anos, Susan descobriu que estava grávida durante nossa viagem a Aspen, segundo a mesma, estava tão eufórica que não pensou duas vezes antes de sair correndo e vir me contar. Foi uma alegria só, ela comprava roupinhas minúsculas, passava horas lendo livros de maternidade. Enquanto a mim, bem... uma parte de mim, pretendia agir o mais natural possível, porem, por dentro eu estava vibrando com a ideia de construir uma família, minha família. Eu não poderia estar mais feliz.

Porem, as complicações apareceram. Era pra ser uma noite normal, Susan estava de cinco meses quando sentiu dores fortes em seu ventre, a princípio, dores locais... Quem dera fosse só isso.
Ouve um problema com o cordão umbilical, nosso bebê tinha morrido ainda dentro de barriga. Segundo a obstetra, essas coisas acontecem, não tem como controlar esse tipo de ocorrência.

Aquela noite foi um pesadelo. Ela precisou fazer uma cirurgia de curetagem - retirada do feto. Não me deixaram entrar para ficar com ela, mas eu não posso negar o qual doloroso foi ver nossas família ali, esperando. Esperando porá se despedir de alguém que já era tão amado, tão querendo, mas não está mais ali.

Foi um choque pára todos. Horas antes, estávamos escolhendo as cores do quarto. Horas depois , escolhendo a dedicatória de uma lápide. Não era difícil entender, mas era difícil aceitar que tínhamos sido os escolhidos para viver aquele pesadelo.

Mais uma vez, era um menino. Nosso segundo filho estava mais uma vez, entregue ao céus. Ethan nos deixou da mesma maneira que chegou, de surpresa e sem aviso prévio.

Lembro de segura-lo em meus braços, tão pequeno, seu corpinho leve conseguia caber perfeitamente entre minhas duas mãos. Jamais imaginei sentir tamanha dor, é impossível de descrever, seu filho está morte em seus braços e você não pode fazer nada. Absolutamente nada.

Ouve um momento em que os remédios fizeram efeito, Susan dormiu por algumas horas, ela estava esgotada. Enquanto eu? Eu me deixei chorar, me deixei gritar. Eu precisava daquilo, precisava descarregar, porque não dá pra ser forte o tempo todo.

Mas chegou uma hora em que tivemos que ser fortes, eu tive que ser forte. Forte por ela. Susan entrou em depressão, acho que uma parte de mim também. As vezes eu deixava algumas lágrimas caírem e estava tudo bem, eu tinha razão para fazer aquilo, porem, fomos corajosos o suficiente para não desanimar. Talvez não era pra ser, talvez não fosse a hora certa...entendemos que não adiantaria de nada ficar remoendo todas essas feridas.

Sr. e Sra. MillerOnde histórias criam vida. Descubra agora