45º Capitulo

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Não revisado

Alguns dias depois

Susan

Na frente do espelho eu encarava meu semblante ao usar aquele batom vermelho em plena manhã de segunda-feira. Hoje seria o dia de assinar os papéis e decidir mais um acordo. Eu tentei me manter o mais afastada possível desse lado burocrático, papai fez o favor de resolver tudo pra mim e me emprestou seu advogado.

Eu só precisava assinar aqueles benditos papéis, mas isso significava ficar em uma sala e me encontrar novamente com ele. E depois precisaria voltar ao apartamento para buscar minhas coisas.
Amanda tentou me convencer de voltar atrás, mas eu não esperava me submeter a isso novamente.
Ele fez a escolha dele, eu tinha o direito de fazer a minha.

De alguma maneira, os tabloides conseguiram informações do nosso divórcio, novamente meu rosto era motivo para centenas de matérias e capas espelhas pelo país.

— Susan, está pronta? — Meu pai bateu na porta.

Bem, estava na hora.

Peguei minha bolsa e sai do quarto em direção a sala, papai já me esperava na frete do elevador e seu advogado nos encontraria no local.

Minhas mão soavam, eu não sabia o que esperar ou como iria agir ao ficar frete a frete com ele novamente. Carregava a esperança de que seria algo rápido.

***

O carro parou em frete ao grande prédio do jure. Haviam bastante fotógrafos ali, era incrível como nada passa por eles e também era incrível o quão frios conseguiam ser ao não respeitar ninguém apenas para terem suas fotos na capa.

— Qual o foi o motivo da separação?

— O bebê foi o motivo da separação?

— Gostaríamos que respondesse algumas perguntas...

Subi as escadas do tribunal com a ajuda de alguns seguranças e não demorou muito para que eu entrasse. O lugar era enorme, mas precisamos subir alguns andares até chegar na receptação apropriada pra nossa situação.

— Que bom que chegaram, antes de tudo eu gostaria de ressaltar que ele fez algumas mudanças de última hora no contrato de divórcio. — Disse o nosso advogado. 

— Ele não podiam fazer isso sem antes nos avisar.

— Sobre o que se tratam as modificações? Que eu saiba, não temos mais nada para resolver além do divórcio definitivo.

— Alguns bens pelo que me parece, o advogado dele só me passou o recado. Eles já estão na sala a nossa esperar. — E nesse instante um frio se fez em minha barriga. Meu pai não poderia entrar na sala, agora seríamos só eu e o advogado. 

Abriram espaço para que eu entrasse na sala, que tinha uma imensa janela que iluminava bastante o lugar.
Ele estava de costa quando eu entrei e só foi preciso eu me sentar para que ele girasse a cadeira e nossos olhos se encerrassem novamente.

A luz da janela iluminava seu rosto e realçava ainda mais o brilho dos seus olhos.  Ele também tinha deixado a barba crescer, lembro de já ter comentado que sua barba crescia rápido de mais. Não pude deixar de notar quando ele contraiu os lábios. Ele estava tão lindo.

Me sentia invadida pelo seu olhar, mas nosso contato foi quebrado quando o juiz se pois a falar.
Me recompus na cadeira e mudei minha atenção.

— Reunião aberta com pedido de separação conjugal e compartilhamento de bens de até então, Sr. e Sra. Miller, peço para que o advogado do Sr. Miller leia o acordo proposto por ele.

— Meu cliente por sua vez decide por sua livre e espontânea vontade abrir mão dos seguintes bens com o intuito de passar para o nome de sua ex-companheira. Bens os quais será destacado o apartamento onde o casal morou durante os últimos meses e uma pensão anual de 600 mil de dólares. — Isso era estupido.

— A Sra. Miller deseja intervir em alguma ou fazer alguma alteração?

— Eu me recuso a receber tudo isso posto, não faço questão de nem uma pensão ou do apartamento. Eu vim assinar os papéis para por um fim nisso de uma vez por todas, eu não quero nada.

— Susan, não é hora para seus caprichos, aquela casa era nossa e você sabe que tem o direito dela. — retrucou, aparentemente esgotado.

— Aquela casa sempre foi sua Sebastian, eu não quero e não vou levar nada que venha de você. — Passou a mão pelos queixo depois e mechei no nariz, eu me lembrava desses movimentos no último jogo que ele assistiu e seu time perdeu. Ele estava com raiva, mas estava se segurando.

E depois só restaram discrições, cada lado tem um porém, depois de insistir e levar um olhar bem feio de Sebastian, eu receberia 2 milhões por ano durante os próximos 3 anos, que com a ajuda do meu advogado, conseguirá cortar qualquer dependência do nome Miller da minha vida.

Caneta na mão, demorei alguns segundos antes de assinar meu nome na última linha da direta do documento de divórcio. Senti um peso a menos quando o juiz bateu seu martelo sobre sua mesa. Acabou.
Agora eu voltaria a ser a Srta. Clark.

Um aperto de mão seria um possível até logo, eu não conseguia espressar um sorriso se quer, me enganei ao pensar que isso me deixaria entusiasmada.

Saímos da sala e meu pai já nos espessava na recepção. Seu abraço me fez aconchegar, mas ao ver Sebastian dar as costas para ir embora, me lembrei de um pequeno detalhe.

— Sebastian! — Seu semblante confuso era evidente quando ele se virou e paramos novamente frete a frente.

— Esqueceu alguma coisa Su... — Fez uma pausa. — Digo, Srta. Clark.

Sempre educado, agora ele me recordava o mesmo homem frio que me chamava pelo nome de solteira, mas seus olhos não diziam o mesmo.

— Gostaria de entregá-lo algo que não me pertence mais... — De dentro da minha bolsa, retirei a pequena caixinha de seda azul onde tinha guardado a aliança e o anel de noivado.

— Não precisa me devolver, elas são suas. — Êxito.

— Não acho justo ficar com elas, quando na verdade eu não as usarei mais e... elas pertencem a você. — Depositei a caixinha em suas mãos e por um estante nossos dedos se tocaram, novamente me trazendo a energia e sensação que ele tinha comigo, mas eu não era a única. Ele também sabia disso.

— Bem...você tem a chance de escolher... — Tinha um duplo sentido ali.

— Sim, eu já fiz minha escolha. — Contraiu o maxilar, sua expressão era de alguém arrependido, mas nem todos notariam isso. — Então...eu tenho que ir.

— Susan, não acha...

— Não! — Ele tentou se aproximar, mas eu o parei. — Preciso recuperar minha vida, assim como você precisa fazer o que realmente sempre importou pra você, não vou voltar atrás e não pense que uma conversa vai me convencer do contrário. Já está feito.

Suspirou — Pode ir buscar suas coisas a hora que for. Eu não vou mais te incomodar, se é isso que quer, não vou negá-la a isso.

— Vou tentar ir hoje, nem notará a minha presença lá.

— Como preferir...

Concordei antes de dá-lo as costas e ir em direção a saída, onde meu pai e o advogado me aguardavam.
Susan Clark estava de volta, mas eu sabia que não seria a mesma coisa, não seria fácil preencher aquele vazio de tê-lo comigo de novo.

Até domingo (15)

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Sr. e Sra. MillerOnde histórias criam vida. Descubra agora