44º Capitulo

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Cold Little Heart — Michael Kiwanuke
↗️

NÃO REVISADO

Sebastian

Apertei os botões do elevador de serviço e suplicava para que ela ainda estivesse lá quando eu chegasse.
Mas ela não estava, as pessoas no hall me olhavam assustadas e eu não os culpava. Eu também ficaria assustado comigo mesmo se me visse na situação em que eu me entrava. Eu não sabia para onde ela tinha ido e com certeza seria mais uma vez rejeitado se tentasse ir atrás dela.

Voltei para o apartamento me sentido mais vazio doque nunca, minhas pernas fraquejaram quando me encostei na parede da sala, me fazendo sentar no chão. Como depois de muitos anos, novamente sentia as lacrimas escorrerem sem secar. Era mais forte do que eu. Mais uma vez eu tinha estragado tudo.

Me levantei rápido e como uma tentativa falha, gritei. Gritei alto e o vaso do hall foi a coisa mais próxima que tinha alia, quando o joguei no chão um barulho agudo se fez e logo o silêncio voltou. O chão estava molhado e então voltei notar as flores vermelhas que ela sempre se recordava ao colocar, estavam todas espalhadas em meio ao piso molhado.

Eu estava com raiva e me sentia mais perdido doque nunca. Joguei meu blaser no chão e logo tirei a gravata. Estava frio e a lareira estava ligada, mas eu me sentia fervendo por dentro. No espelho da sala eu encarava minha imagem, roupas amassadas, cabelo bagunçado...

Era incrível o quão frágil eu consegui me tornar, mas não frágil em si, mas frágil por finalmente entender que era ela quem estava me tornando mais forte.

Pegue meu celular e disquei os números com pressa. — Oi Sebastian... — Respirei fundo tentando conter os soluções que insistiam em evidenciar meu choro, já não adiantava esconder. — Sebastian você está aí? O que aconteceu? — Era evidente a preocupação em sua voz.

— Ela me deixou Amanda, acabou.

— Como assim Sebastian, você disse que conversaria com ela e...

— Alguém mandou um vídeo para ela, um vídeo das câmeras do escritório. Ela mau me deixou explicar, mas independe disso ela soube a verdade da pior maneira possível e tirou as própria conclusões. — Era ainda mais doloroso repetir aquela cena.

— Mas vocês se amam, sempre deixaram bem estampado o quanto você tinham algo especial bem antes do casamento, ela deve estar muito nervosa ou...

— Amanda, ela já tinha a mala pronta. Ela saiu por aquela porta e me deixou. Pediu para que fala-se com meu advogado, ela quer assinar os papéis do divórcio. Ela deixou bem claro que não voltaria atrás quando eu a perguntei. — Eu esfregava a mão no meu cabelo afim de tentar me controlar um pouco, mais era difícil. — Eu estraguei tudo Amanda. Eu só queria fazer algo bom e eu estraguei tudo!

— Por favor Sebastian, eu vou ficar aí com você. Não faça nem uma besteira, me espere aí. — Não respondi, deixei-me levar pelas emoções e sensações. Meu peito doía, meu rosto estava quente e eu me sentia fraco, um peso me fazia querer ficar ali, eu encarava as portas do hall, na mísera esperança de pensar que ela tivesse mudado de ideia e estaria voltado, mas eu sabia que não.

Susan

No sofá da sala, papai alisava minhas costas nas esperança de me acalmar. Eu soluçava alto e já estava no segundo copo de água com açúcar que mamãe insistia para que eu tenta-se tomar mais um gole.
Eles estavam trajados em roupas formais, possivelmente estariam prestes a sair para um jantar, que eu estraguei ao chega sem avisar.

— Por favor querida, tente se acalmar. Eu não gosto de vela dessa maneira.

— Eu não entendo o que acontece, parece inútil tentar me aproximar de alguém, eu sempre acabo sozinha.

— Não diga isso querida, não perca nunca suas esperanças.

— Ele parecia ter mudado e eu o amava tanto. Eu ainda o amo, mas eu não conseguiria fazer novamente o papel de uma farsa.

— Você o deixou se explicar? Ele não disse que foi chantageado? — Perguntou minha mãe tirando uma mecha de cabelo do meu rosto. 

— Não tinha o que replicar, ele tinha duas escolhas. Seria eu ou a Miller's, ele tinha o direto de escolher o que realmente importava. Independente de chantagem ou não, ele fez a escolha dele.

— Ele sempre doou todo os esforços aquela empresa, mas me surpreende o que ele fez. Você não foi a única que pensou que ele tinha mudado.

— Carregar um coração partido é um fardo pesado, mas nada e tão pesado que você não possa carregar. Você vai levantar a cabeça e dar a volta por cima, como sempre fez. — O olhei. — Por hoje pode chorar a vontade, ponha todo para fora, eu estarei aqui. Eu te pus nisso e eu vou te tirar, amanhã vou dar entrada em toda documentação, não vou permitir que a machuquem novamente.

— Seu pai está certo, vou pedir que preparem seu antigo quarto, e também vou pedir que descanse e pense bastante no que vai fazer. Independente de tudo, eu e seu pai estaremos aqui.

— Eu amo vocês. — Abracei minha mãe e senti meu pai beijar minha cabeça. Mais uma vez eu não estranhava o fato de meus pais me apoiarem tanto, eu era filha única, mas ainda que distante, eu não me sentia sozinha em relação ao amor deles.

***

Dormir foi quase impossível, me revirei a noite inteira e desisti de tentar ao ver os primeiros raios iluminarem o céu. No frio, eu me enrolei no edredom e fui para varanda do meu quarto olhar o nascer do sol.

A brisa gelada não me incomodava. No corrimão da sacada já se encontrava uma fina camada de geada, ela estava perto. Menos horas de sol nos reatariam, mas a luz ainda estaria ali.

Promessas me vinham a mente, palavras tão lindas e momentos tão marcantes...Deus como eu queria que tudo isso fosse um sonho e eu acordasse em seus braços agora.
Uma parte de mim queria poder esquecer tudo agora e seguir em frente sem me preocupar, mas aconteceu tão rápido e tudo sempre acabou sendo especial.

Olhei para a aliança em meu dedo, a aliança a qual eu o ajudei a escolher para a suposta noiva, acabou vindo como uma ironia do destino. Tirá-la parecia ser o certo, o vazio viria e seria quase impossível não esquecer o peso que a mesma fazia em minha mão.

O que deveriam ser dois anos, durou menos de um. Eu insisti demais para que tudo desse certo, talvez ele também tenha, mas não o suficiente.
Não era fácil imaginar o fim do nosso relacionamento, muito menos o motivo o qual resultou no nosso fim.
Sebastian  podia ter aparentado mudar, mas a real que não tivemos tempo para nos conhecer, fomos forçado a mudar pelos outros, mas ninguém conseguem mudar por completo.

Não adianta insistir em um coração de gelo, cedo ou tarde o inverno vem e não adianta lamentar, ele sempre esteve lá.



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Sr. e Sra. MillerOnde histórias criam vida. Descubra agora