Capítulo 4

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Rafael

Acordei jogado no sofá da casa da Nanda, geral tinha apagado aqui mesmo porque enchemos a cara a madrugada toda conversando e tocando violão. Levantei e fui procurar o meu celular, achei jogado na cozinha, olhei o horário - 12h47 - quando me virei pra procurar alguém vejo uma pessoa com a cara toda amassada entrando.

— Bom dia — a Ayla não tinha me visto até agora.

— Aí que susto garoto — colocou a mão no peito — Bom dia.

— Mais alguém acordou? — perguntei colocando um pouco de água pra mim.

— A Nanda tá quase, o resto tá tudo capotado — suspirou —Tu viu o meu celular.

— Tem um ali — apontei pro balcão. Ela pegou e bufou, acho que alguém não teve boas notícias — Valeu por ter me defendido ontem — olhou para mim — Só pra esclarecer, eu não chamei ninguém pra aquele bar.

— De boa mina — não iria dar confiança pra ela, pelo o que eu vejo ela sempre tá no meio daquele Zé povinho e me diga com quem tu andas que direi quem tu és. Ela concordou com a cabeça e saiu.

Fui acordar os inúteis do Yan e Léo pra ir embora, quando cheguei na sala já estavam os dois sentados olhando pro nada com uma cara de morte, Sarinha em pé encostada na parede resmungando e a minha prima conversando com a outra garota.

— Vamos embora — joguei a almofada na cara do Leonardo pra vê se ele voltava pra terra.

— Carona? — Sarah perguntou e eu concordei. - Então vamos logo, beijo amiga — abraçou a Nanda — E tu ganhou o meu coração, conte comigo pra tudo.

— Aí que amor — A Ayla abraçou ela de volta e eu fiquei só observando a cara de pau dessa garota, o que ela ganha aqui no meio da gente?
— Meu uber tá chegando, obrigada por tudo gente — sorriu.
— Mané uber, vem que a gente te deixa lá —Yan falou, fingindo do caramba.

— Não tem lugar no carro — me intrometi, eu que não iria ser motorista particular. Fernanda me queimou com o olhar mas quem disse que eu ligo? Ligo nada.

— Chegou, tchau gente. Obrigada novamente! — fomos todos pro portão e eu observei a fingida entrar no uber e ir embora, quando ela finalmente estava longe todos olharam pra mim.

— Precisa fazer isso? Que merda você tem na cabeça — Fernanda veio puta pra cima de mim — Ela é minha amiga, ela é de boa e fez amizade com todos aqui menos contigo — apontou pra mim — Ficou com a cara fechada pra ela o tempo todo, que merda passa na sua cabeça?

— São trouxas demais — dei risada — Sério que acham normal ela ser boazinha com todos nós querendo fazer amizade? Olha com quem ela anda.

— Tu é burro ou se faz? — Sarah virou pra mim — Ela mal é amiga deles agora, eles são amigos do cara que enganou e fez um monte de merda pra ela, não viu a briga não?

— Chega, to vazando — falei indo em pro carro, não vou gastar a minha saliva. Sarah bufou mas entrou, sentou atrás e foi o caminho todo com a cara fechada. Mereço agora!

* Ayla

Recebi umas 20 ligações, minha mãe e a Madu me ligaram sem parar e eu nem queria entrar no WhatsApp pra ver o pau quebrando. Cheguei em casa preparando pra ouvir a maior bronca da vida, entrei e já encontrei a minha na cozinha preparando o almoço, ela olhou pra minha cara e largou o pano de prato na pia. Deus me proteja de todo mal, amém.

— Onde caralhos você estava? — não gritou e sim berrou no meu ouvido. Quando eu ia começar a me justificar ela me interrompeu — A gente cria com tanto amor e carinho pra virar uma delinquente que some a madrugada toda. Quem você pensa que é?

Não vejo outra saída [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora